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Pela segunda vez desde o início da pandemia, as comemorações do 1.º de Maio voltam a ser tema de discussão. Depois de em 2020 a celebração da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) ter recebido várias críticas, a organização sindical está a planear organizar dois desfiles em Lisboa e regressar à Alameda D. Afonso Henriques (com o dobro dos participantes). Já a União Geral de Trabalhadores (UGT), que no último ano preferiu cancelar as iniciativas planeadas, recusa-se a “contribuir para a confusão” e voltará a não realizar qualquer evento presencial, adianta o jornal Expresso nesta sexta-feira.
Apesar de não existir confinamento obrigatório nem a proibição de circulação entre concelhos (com excepção de Moura, Odemira, Portimão e Rio Maior), a 1 de Maio mantém-se “o dever geral de recolhimento”. Do lado da CGTP são dadas as garantias de que existe articulação com as autoridades de saúde e que serão respeitadas “escrupulosamente as normas de segurança” em todas as acções nas capitais de distrito.
“As comemorações do Dia Internacional dos Trabalhadores deverão ocorrer em todos os distritos e nas regiões autónomas. Para que seja uma grande jornada de luta, há que reunir todos os esforços”, justifica a organização sindical, citada pelo jornal comunista Avante!.
Há um ano, a CGTP reuniu esforços no tradicional discurso a partir da Alameda D. Afonso Henriques, mas este ano somam-se mais dois desfiles em Lisboa: um com saída da zona dos Anjos e outro do Campo Pequeno. De acordo com as explicações da central sindical ao Expresso, a organização destes desfiles é uma forma de diluir e dividir o número de participantes nas celebrações do 1.º de Maio. Além disso, as cerimónias deste ano serão abertas a toda a população (pelo que não se sabe quantas pessoas se poderão juntar nos desfiles). No entanto, a organização sindical garante que serão “cumpridas todas as normas de segurança”, que no ano passado mereceram o elogio do ministro da Administração Interna.
Quanto à UGT, a preocupação é com a “evolução da pandemia” e por isso o secretário-geral mantém a mesma posição pelo segundo ano consecutivo. “Eu não brinco”, declarou Carlos Silva ao Expresso. Além da presença digital, a UGT convidou dois ex-ministros socialistas do Trabalho para conferencistas principais de um debate que ocupará todo o dia 1 de Maio e que discutirá a contratação colectiva: Vieira da Silva e Paulo Pedroso. O secretário de Estado-adjunto de Ana Mendes Godinho, Miguel Cabrita, também foi convidado, mas ainda não confirmou a sua presença. Já a actual ministra do Trabalho não terá sequer sido convidada para assistir ao evento.
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No seu site, o partido voltou a defender-se da críticas em relação à realização do evento em 2020, em plena pandemia e na véspera da segunda vaga, sublinhando que “a Festa teve, em 2020, um outro – e decisivo – papel: apoiou artistas e trabalhadores da Cultura (alguns dos quais tiveram ali a sua única actuação do ano), tendo todos eles expressamente reconhecido, em palco e não só, essa importância; além disso, abriu caminho a outras realizações, que paulatinamente foram tendo lugar”. Para o PCP, o evento assumiu o papel de “exemplo prático" de resposta à situação pandémica “mostrando ser possível e necessário que a vida retome o seu caminho”.
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