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sexta-feira, 30 de abril de 2021

Acerca da emergência climática

 


por Daniel Vaz de Carvalho

1 - Os cientistas, os especialistas e os outros

O tema alterações climáticas é tratado sem debate. Especialistas garantem que existe na comunidade científica um total consenso acerca da necessidade de descarbonização do ambiente. O CO2 seria a causa das alterações climáticas registadas. Os que se opõem a esta visão são ignorados ou considerados uma espécie de heréticos: os "negacionistas". Sobre o facto do contraditório estar ausente destas questões um jornalista dizia que não ia opor bloguistas às opiniões de cientistas.

Teremos de acreditar nos especialistas? Nem por isso. O especialista pode dominar técnicas, mas não a ciência, que na climatologia abrange um complexo cientifico, designadamente da paleontologia, à física e geofísica. Ao cientista exige-se cada vez mais a "cultura integral do indivíduo" (Bento Jesus Caraça) para não cair no que Brecht referia no seu Galileu Galilei.

Ortega e Gasset considerava os especialistas um dos males do mundo moderno: "Antes os homens podiam dividir-se em sábios e ignorantes, em mais ou menos sábios e mais ou menos ignorantes. Mas o especialista não pode ser subsumido em nenhuma destas categorias. Não é um sábio porque ignora formalmente tudo o que não entra na sua especialidade, mas também não é um ignorante (...) Em política, em arte, nas outras ciências tomará posições de primitivo, de ignorantíssimo, mas toma-las-á com a energia e suficiência de um sábio, sem admitir – e isto é paradoxal – a opinião de especialistas destas coisas. Ao especializado a civilização fê-lo hermético e satisfeito dentro das suas limitações".

É aliás espantoso que ditos especialistas sobre a matéria, estejam tão mal informados ou nos informem tão mal, "herméticos" dentro das suas limitações". Em 23 setembro deste ano um conjunto de 500 cientistas e profissionais de 13 países enviou uma carta ao secretário-geral da ONU contestando a doutrina da descarbonização, que a ignorou completamente.

A iniciativa partiu do prof. Guus Berkhout, geofísico, professor emérito da Universidade de La Haye. Basicamente, pretendia-se que houvesse debate sobre as alterações climáticas: "Exortamos-vos a que seja seguida uma política climática baseada em ciência sólida, realismo económico e atenção real àqueles que são atingidos por políticas de mitigação caras e desnecessárias." Resumidamente, eram apresentadas as seguintes posições:

- Não há emergência climática
- Fatores naturais assim como antropogénicos provocam um aquecimento.
- O aquecimento é muito mais lento que o previsto. Isso mostra-nos que estamos longe de entender as mudanças climáticas.
- Os modelos sobre os quais a política climática se apoia são inadequados
- O CO2 é o alimento natural das plantas, o fundamento de toda a vida na terra.

"Contestamos firmemente a política de neutralidade carbónica prejudicial e irrealista proposta para 2050. Até que surjam melhores abordagens, o que certamente acontecerá, temos tempo suficiente para refletir e adaptar. O objetivo da política internacional deve ser fornecer energia fiável e barata de forma permanente a nível mundial". [1]

2 - Perplexidades de um leigo

A perplexidade surge ao ver como o debate científico sobre posições diferentes é recusado ou como nos media meras opiniões ou hipóteses passam como ciência provada, sem um mínimo de contraditório. Por exemplo, em 1976 "especialistas" anunciavam um período de arrefecimento, como que uma nova glaciação (the big freeze). Em 1995, passaram para o "aquecimento global", provocado pelo CO2... ( Da glaciaciação ao aquecimento: meio século de fake news ).

Os fenómenos relacionados com o clima entraram no campo da crença. O "consenso científico" que determina que 97% dos cientistas estão de acordo com a hipótese das causas das alterações climáticas registadas no último século serem muito provavelmente devido a atividades humanas é apoiada pela NASA , que refere um conjunto de organizações científicas que apoiam esta posição.

Aqueles 97% baseiam-se em quatro estudos, contestados num documento do NIPCC (Nongovernemental International Panel on Climate Change) Porquê cientistas discordam acerca do aquecimento global , resumido pela Association des climato-réalistes: [2]

- Em 2003 um artigo da historiadora Noami Orestes, publicado na revista Science , mostrava que entre 1993 e 2003, 75% dos artigos apoiavam direta ou indiretamente a tese do aquecimento global de origem antropogénica.

- Em 2009 um estudo de uma mestranda (Zimmerman) e do seu orientador de tese (Doran) da Universidade de Illinois baseou-se numa sondagem a 10 250 geocientistas, da qual obteve 3 146 respostas, concluindo por 97% de concordância. Apenas 5% se identificaram como climatologistas, cerca de 1 000 não tinham diploma de doutoramento ou mesmo mestrado.

- Em 2010 William Anderegg, estudante da Universidade de Stanford, baseou-se numa pesquisa de artigos publicados na internet, concluindo que 97 a 98% dos cientistas apoiavam a tese antropogénica. Considerava que os que mais publicavam eram mais credíveis do que os cientistas que publicavam menos, sem fazer qualquer esforço para o demonstrar.

- Em 2013 um especialista em ciências cognitivas Jonh Cook baseou-se também no número de artigos publicados na internet defendendo cada uma da posições para concluir pelo consenso científico dos 97%.

Em 2014, um grupo de cientistas canadianos analisou os quatro exercícios de contagem acima ( Friends of Science, 2014 ), pesquisando os artigos ou respostas que concordavam explicitamente com a afirmação do IPCC de que a atividade humana é responsável por mais da metade do aquecimento observado. Descobriram que em Orestes havia apenas 1,2% de concordância, Doran e Zimmerman, 3,4%; Anderegg, 66% e Cook 0,54%.

"A reivindicação de 97% está nas ciências psicológicas e não nas ciências climáticas. Uma reivindicação de consenso de 97% é apenas "prova social, um poderoso motivador psicológico para influenciar o público". A desconstrução dessas pesquisas mostrou que não há um consenso científico de 97% sobre o aquecimento global causado pelo homem, como afirmavam os estudos. [2]

O climatologista prof. Marcel Leroux, declarava numa entrevista em 2007 que "o chamado "aquecimento global" é um mito pseudo-científico": [3]

- 95% do efeito estufa deve-se ao vapor de água. O CO2, representa apenas 3,62% do efeito estufa. Só uma pequena proporção pode ser atribuído às atividades humanas, com um valor total de 0,28% do efeito estufa total, incluído 0,12% para o CO2.

- Alteração climática" não é sinónimo de "aquecimento global" porque "clima global" não existe. A alteração climática não depende em absoluto do CO2 e o homem não é em absoluto responsável por isso, exceto no contexto limitado das cidades.

- O aquecimento da troposfera nas últimas duas décadas é muito menor do que os modelos previstos. Aliás, o CO2 extra na atmosfera até aumentaria a produção agrícola, como foi observado em regiões particularmente áridas. Afinal de contas, é alimento vegetal.

A recente subida das águas em Veneza foi apresentada nos media como "prova" do aquecimento global. Na realidade, "esqueceram-se" de ter em conta que da subida do nível médio das águas em 27 cm registado desde 1872, pelo menos 14 cm se devem a subsidência, isto é, à deslocação para baixo da superfície terrestre relativamente a um nível de referência, neste caso o nível do mar, provocada quer por movimentos tectónicos quer por bombeamento de águas subterrâneas. [4]

3 - Alterações climáticas

A paleontologia mostra como as variações climáticas foram uma constante ao longo da história do planeta, alternando entre períodos frios e períodos quentes, devido, conforme as épocas, a alterações cíclicas na inclinação do eixo da Terra, à sua órbita ser mais ou menos alongada ou a intensa atividade vulcânica. Tem sido referido o deslocamento de placas tectónicas - que continua a dar-se regularmente - levando a variações do magma interior da Terra, repercutindo-se também, na deslocação dos polos magnéticos.

Sensivelmente há 11 600 anos a glaciação terminou na Europa, tendo a temperatura subido vários graus em poucas décadas, mesmo em poucos anos como indicam dados fornecidos pelas perfurações feitas no gelo na Islândia. Há 10 000 anos, no período quente, podia ir-se a pé do que é hoje a Inglaterra até à Suécia, um espaço designado por Doggerland. Há 8 000 mil anos o clima era então 1 ou 2 graus mais elevado que hoje, sucedendo-se durante mil anos um período frio. A época romana foi considerada um período quente e próspero. [5]

Desde a Idade Média que se sucedem períodos frios e quentes. Entre 1150 e 1300, na Europa central e ocidental prevaleceu um ótimo climático que deslocou as culturas particularmente a vinha, de 4 a 5 graus de latitude para o Norte. Os períodos quentes foram períodos férteis e prósperos. Os períodos frios foram historicamente épocas de morte e escassez tornando mesmo inabitáveis áreas do Norte da Europa. [6] .

Na Idade Média os glaciares dos Alpes eram mais pequenos que atualmente. Os modelos climáticos adotados para descarbonização não explicam estas variações. Os estudos paleoclimáticos não revelaram nenhuma relação entre o CO2 e a temperatura, não sendo estabelecida nenhuma relação causal, fisicamente fundamentada, provada e quantificada entre a evolução da temperatura (ascensão, mas também descida) e a variação do efeito estufa pelo CO2. [3]

A concentração de CO não explica a existência de períodos quentes no passado, como o que levou os vikings a permanecerem na Gronelândia (a Terra Verde) durante os séculos século X a XIV. Porém, "especialistas" descartam esta situação como "não significativa" (?!). Uma "Pequena Idade do Gelo" sucedeu entre 1600 e 1850.

A chamada "temperatura média mundial" aumentou em 0,74º Celsius entre 1906-2005, mas na realidade não se pode falar em "temperatura global" como o demonstra um estudo cientifico que contradiz a doutrina canónica do efeito de estufa ( Energy & Environment, 2018, vol. 29(4), pgs.613-632).

As conclusões mostram que nas regiões interiores da Sibéria, a temperatura média não subiu de 1930 a 2010. Contudo, nas zonas sob influência oceânica, foi detetado para o mesmo período um aumento da temperatura média inferior a 1º Celsius.

O inverno de 2005-2006, bateu recordes de frio e neve, no Inverno de 2000 a Sibéria registou as suas temperaturas mais baixas e a Mongólia pediu ajuda internacional. No interior oeste norte-americano as temperaturas médias foram em 2010 quase 1º Celsius mais baixas do que nos anos trinta. No que diz respeito às regiões costeiras norte-americanas, sujeitas à influência oceânica, a temperatura média foi ligeiramente superior à dos anos 1930.

Noutras regiões do mundo, como nos Balcãs, China, Paquistão, Sahel, as conclusões não mudam: em mais de um século o aquecimento é observado apenas em regiões sob influência oceânica. Ou seja, desde 1900, a temperatura dos oceanos aquece lentamente por causas que não são conhecidas em detalhe, conclui o estudo.

Se o aumento da concentração atmosférica de CO2 fosse a causa das alterações climáticas o aumento da temperatura deveria manifestar-se da mesma maneira em todas as regiões do planeta, costeiras ou continentais, pelo que a doutrina do efeito estufa deixa de fazer sentido.

As variações do nível do mar têm também sido uma constante ao longo do tempo. Gravuras de outras épocas mostram o Tejo junto ao Mosteiro dos Jerónimos ou à Torre de Belém como ilhéu. No tempo dos romanos o rio banhava Lisboa quase até onde é hoje o Rossio. Nas ruínas romanas de Milreu no Algarve podem ver-se argolas para amarração de barcos, que distam uns 10 km da ria Formosa.

Nos últimos 100 anos o nível do mar subiu 15 cm – 1,5 mm por ano. Agora diz-se que o nível do mar subirá 65 cm (ou mesmo 1 metro) em 80 anos. Segundo o IPCC a taxa de elevação média entre 1901 e 2010 foi de 1,7 mm ao ano. Entre 1993 e 2010 a taxa de elevação aumentou, sendo em média 3,2 mm por ano.

4 - Contradições da descarbonização

Há praticamente duas décadas que as emissões de CO2 se tornaram no dogma das alterações climáticas, num crescendo de divulgação nos media, conferências, artigo científicos ou tidos como tal e mesmo manifestações de rua. Porém, nem as manifestações nem o que é exibido põem em causa o modelo de sociedade de consumo e desperdício vigente, que ou não pretendem alterar ou não dizem de forma consistente como.

O CO2 atmosférico foi potenciado pela desflorestação, em particular das espécies autóctones, a agricultura industrial, produção de óleo de palma, pastagens destinadas a obter carne para as transnacionais do hamburger, etc.

O comércio livre e a globalização neoliberal, permanece na prática intocável e é mesmo defendido pelos adeptos da "descarbonização", contudo milhares de navios e dezenas de milhares de camiões percorrem em cada instante mares e estradas, associados a este comércio, sendo responsáveis pelas emissões que contestam. Transportes públicos foram privatizados, menorizados ou deixados degradar para promover o transporte privado de mercadorias e o automóvel individual.

Assim, apesar dos apelos à redução das emissões de CO2, estas têm continuado a aumentar 1,5% ao ano, em média, na última década, sem mostrar o menor sinal de redução. [7]

Os media que propalam a tese da "descarbonização", estão no momento seguinte a fazer propaganda aos "black fridays", a modelos de consumo compulsivo e desperdício para que as pessoas comprem o que não precisam. Os jovens são tanto mobilizados contra o CO2, como insistentemente seduzidos para adquirem novos modelos eletrónicos, que se sucedem numa competição irracional, para basicamente mesmas funções.

Que modelo de consumo se pretende afinal para a "descarbonização"? Uma sociedade organizada em consumir e deitar fora, com equipamentos cuja vida útil foi sistematicamente reduzida (o obsoletismo programado) baseada no american way of life – apesar de líderes no desperdício? Mas a reciclagem também tem custos ambientais.

Os mesmos que estavam muito preocupados com a redução da afluência de navios aos portos nacionais devido a reivindicações dos estivadores, agora clamam que em águas nacionais os navios emitem mais CO2 que o tráfego rodoviário. De modo semelhante, os que reclamavam medidas para desenvolver o turismo, mostram-se inquietos com o CO2 emitido pelos aviões.

As consequências económicas e sociais da "descarbonização" têm sido omitidas. Não são explicadas, por exemplo, as consequências da economia digital quanto às emissões de CO2 com partes de produtos finais produzidas a milhares de quilómetros de distância, agravando o que já hoje acontece pela atividade das transnacionais.

Apresentados como panaceia para a "descarbonização", os veículos elétricos podem provocar uma catástrofe ambiental . Existem impactos ambientais muito elevados com a reciclagem das baterias e o elevado consumo de matérias-primas relativamente escassas, além dos custos que só serão evidenciados quando o Estado retirar os subsídios.

Dado que não há desenvolvimento económico e também social sem energia abundante e barata, como vão poder desenvolver-se, em particular os países ditos em vias de desenvolvimento, com as chamadas "energias limpas"? Tudo aponta para que as energia ditas limpas provocarão ainda maior desigualdade social. Recorde-se que 2,5 mil milhões de pessoas dependem da madeira para aquecer e cozinhar e segundo o Banco Mundial 11% da população mundial não tem acesso à eletricidade.

Não está explicado em termos quantificados, como as energias renováveis podem satisfazer as necessidades energéticas no mundo. A Agência Internacional de Energia divulgou no seu relatório anual que o consumo global de energia aumentará 50% até 2050 e as energias renováveis não serão suficientes.

5 - A "oportunidade climática"

Por detrás do "aquecimento global", perfila-se uma "oportunidade climática", fonte de dinheiros públicos para o grande capital.

Na UE pretende-se, no âmbito de um "Acordo Verde Europeu" (apoiado em 1 milhão de milhões euros em dez anos), alcançar a neutralidade carbónica em 2050, reduzindo a partir de 2030, 50% a 55%, as emissões. Lembremos que a UE representa apenas 9,6% das emissões mundiais [7] .

A aplicação de "impostos verdes" irá garantir uma parte daquela verba. Com esta perspetiva o grande capital e a direita deixaram de atacar os "fundamentalistas do ambiente" e ei-los ecologistas anti CO2.

Por seu lado, o Atlantic Council, defendia que o capital privado deve ser mobilizado para evitar os piores impactos das mudanças climáticas, caso contrário os resultados serão catastróficos. "Agora vemos oportunidades de negócios e investimentos atraentes e rentáveis em alternativas de baixo carbono. A New Climate Economy estimou que ações ousadas sobre as alterações climáticas resultariam em oportunidades económicas de 26 milhões de milhões de dólares e 65 milhões de novos empregos, até 2030. Uma analise do Banco Mundial recomenda que uma fração dos 100 milhões de milhões de dólares mantidos por fundos de pensão e outros investidores institucionais, sejam aplicados em investimentos considerados verdes, limpos ou favoráveis ao clima. [8]

A "energia limpa" constitui efetivamente um grande negócio para os oligopólios da eletricidade. Com o fim da vida útil das centrais térmicas teriam de realizar elevados investimentos – antes feitos pelo Estado – para se manterem no negócio. Nada disso, vão receber subsídios para investimentos em energias alternativas. A questão é calcular como vão ser satisfeitas as necessidades energéticas atuais e futuras e a que preço.

Outro negócio da "oportunidade climática" é o mercado de licenças para a descarbonização. Como sempre, a tese é que o mercado resolve tudo – a quem? – mantendo os países mais pobres no subdesenvolvimento, sem acesso a energias menos onerosas, enquanto as transnacionais vão poder continuar a desflorestar e a produzir a milhares de quilómetros dos centros de consumo, porque dá mais lucro.

No fundo, trata-se de promover mais uma "destruição criadora" que o capitalismo necessita periodicamente para aumentar a taxa de lucro, garantido por subsídios e apoios públicos.

Apesar de tudo isto, o recente fracasso da Cimeira de Madrid, que se junta aos anteriores Acordos de Osaka e de Paris, mostra as contradições entre imperialismos e os diferentes interesses económicos envolvidos.

Sem surpresa, apesar das consequências catastróficas de que os media se faziam eco, de momento o tema praticamente desapareceu. Duas coisas ficam, o dinheiro que o grande capital vai absorver ao abrigo do combate ao CO2 e o facto de, em particular os jovens, não se mobilizarem contra a guerra, contra a fome e miséria no mundo, o trabalho semi-escravo dos que fazem o vestuário que usam ou os "brinquedos" eletrónicos que deitam para um canto para comprar a última moda, mas contra... o CO2.

O belicismo está fora da "descarbonização", ao que parece a indústria militar, manobras, bombardeamentos e guerras não emitem CO2 nem são prejudiciais ao ambiente, já que o silêncio é total sobre o tema e sobre o aumento de despesas militares que os países da NATO se propõem.

Não se fala em poluição, esgotamento dos recursos naturais, desflorestação, perda de biodiversidade devido fundamentalmente à agricultura e pecuária intensivas ou nos impactos ambientais provocados pelo comércio livre neoliberal, nem, sobretudo, às ameaças à civilização, à espécie humana e ao planeta, pelo belicismo imperialista.

Notas
[1] www.climato-realistes.fr/...
[2 ] www.climato-realistes.fr/...
[3] Marcel Leroux (1938-2008) foi professor emérito de Climatologia, diretor do Laboratório de Climatologia, Riscos e Ambiente do Centro Nacional de Investigação Científica de França, membro da Sociedade Americana de Meteorologia e da Sociedade Meteorológica de França. resistir.info/climatologia/leroux_entrevista_2007.html
[4] L'inondation de Venise n'est pas due à la montée des eaux résultant du changement climatique
[5] Karin Bojo, A grande família europeia, os 54 000 primeros anos, Ed Bertrand 2019, p. 105
[6] Idem p. 97 e 99
[7] www.climato-realistes.fr/bulletin-des-climato-realistes-n-96/
[8] www.atlanticcouncil.org/...



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