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Conceição Cabrita foi deixada em liberdade, depois de presente a primeiro interrogatório judicial, na sequência da sua detenção, mas foi proibida de «entrar, frequentar ou permanecer em instalações da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António», bem como de contactar com os outros arguidos deste caso, anunciou o Ministério Público.
Conceição Cabrita já tinha, de resto, renunciado esta quinta-feira ao mandato como presidente desta Câmara, com «efeitos imediatos».
Após esta primeira diligência subsequente à “Operação Triângulo”, em que foram detidas quatro pessoas, incluindo Conceição Cabrita, o juiz de Instrução Criminal de Évora considerou que estava «fortemente indiciada a prática de crimes de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político, de prevaricação de titular de cargo político e suficientemente indiciado a prática dos crimes de peculato e abuso de poderes de titular de cargo político».
Assim, os arguidos ficaram proibidos de se contactar, por o tribunal considerar «verificar-se em concreto o perigo de continuação de atividade criminosa e de perturbação do inquérito».
E se Conceição Cabrita ficou barrada de entrar em instalações municipais, a outro dos suspeitos, um funcionário da Câmara de VRSA, foi decretada «a suspensão das funções que exercia no município».
O juiz determinou ainda que foi imposta uma caução de 300 mil euros a um dos arguidos, que, segundo o Jornal de Notícias, será o empresário Carlos de Matos, da Saint Germain, a quem foi vendido, por ajuste direto, um terreno camarário em Monte Gordo.
A Polícia Judiciária do Sul suspeita que a presidente da Câmara de Vila Real de Santo António e os outros dois arguidos que foram detidos «receberam 300 mil euros, em troca do favorecimento do empresário Carlos Matos, e lesaram o município em cerca de 1,4 milhões de euros», segundo este jornal.
Para além dos quatro arguidos detidos, no âmbito do inquérito foram já constituídos mais quatro arguidos, sendo um deles uma pessoa coletiva.
O inquérito prosseguirá na 1ª secção do DIAP Regional de Évora, continuando o Ministério Público a ser coadjuvado na investigação pela Diretoria do Sul da Polícia Judiciária.
O Ministério Público está a investigar «a prática de factos suscetíveis de integrarem a prática de crimes de corrupção passiva e ativa, prevaricação, peculato, abuso de poder, todos de titular de cargo político agravado e de crime de corrupção ativa».
Os resultados do inquérito motivaram a “Operação Triângulo”, em que «foram realizadas diligências de busca e apreensão de elementos de prova nas regiões do Algarve, Lisboa, Leiria e Ourém».
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