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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Greta Thunberg queixou-se de comboio sobrelotado sem referir que viajava em primeira classe?


Greta Thunberg queixou-se de comboio sobrelotado sem referir que viajava em primeira classe?
O QUE ESTÁ EM CAUSA?
A ativista sueca envolveu-se em nova polémica. Num "tweet" publicado no sábado, Greta Thunberg mostrou uma fotografia em que aparece sentada no chão de um comboio e escreveu a seguinte mensagem: "Viajando em comboios sobrelotados através da Alemanha. E estou finalmente a caminho de casa!" A empresa alemã de comboios respondeu prontamente no Twitter, revelando que Thunberg estaria a viajar em primeira classe. Várias publicações nas redes sociais acusam a jovem ativista de ter mentido.
Após o término da Cimeira do Clima - ou mais rigorosamente, a 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, em Madrid, Espanha -, Greta Thunberg anunciou que iria passar o Natal em sua casa, na Suécia. Como já é conhecido, a ativista sueca recusa-se a viajar de avião por motivos ambientais e embarcou num comboio da empresa alemã Deutsche Bahn.
No sábado, dia 14 de dezembro, a jovem de 16 anos de idade publicou uma fotografia no Twitter, com a seguinte mensagem: "Viajando em comboios sobrelotados na Alemanha. E estou finalmente a caminho de casa!” Na imagem pode ver-se Thunberg sentada no chão de um comboio, rodeada de malas e a olhar pela janela.
A empresa de comboios Deutsche Bahn respondeu a esse tweet logo no dia seguinte, acusando a jovem de não ter referido que viajava em primeira classe: "Querida Greta, obrigado por nos apoiar, aos trabalhadores ferroviários, na luta contra as alterações climáticas! Ficamos satisfeitos por ter estado connosco no [comboio] ICE 74 no sábado. E com 100% de eletricidade verde. Teria sido ainda mais simpático se tivesse relatado também a forma amigável e competente como foi tratada pela nossa equipa no seu lugar na primeira classe".
O episódio gerou polémica nas redes sociais. "Aparentemente a Madre Greta de Calcultá mentiu, sugerindo, para dar uma imagem de sacrifício, que estava num comboio cheio de tal forma que a levou a sentar-se no chão. Teve de vir a companhia alemã desmentir e expor que na realidade ela estava a viajar em primeira classe", pode ler-se numa publicação no Facebook, denunciada como fake news por vários internautas.
Confirma-se ou não que Greta Thunberg se queixou de um comboio sobrelotado sem mencionar que viajava em primeira classe?
A ativista sueca respondeu à companhia ferroviária alemã através de outro tweet. "O nosso comboio que vinha de Basileia foi retirado de serviço. Então tivemos de nos sentar no chão em dois comboios diferentes. Depois de Göttingen, consegui um lugar", explicou. "Isto não é um problema, como é lógico, nunca disse que era. Comboios sobrelotados é um ótimo sinal, porque significa que a procura por essas viagens é grande!"
Ou seja, a ativista só conseguiu aceder a uma cadeira no comboio depois de passar a cidade de Göttingen, mais de quatro horas após o primeiro embarque, como relatou entretanto o jornal britânico "The Guardian".
A ativista fez também um retweet de uma notícia do jornal sueco "Dagens Nyheter" (DN) que confirma a sua versão dos acontecimentos. Uma repórter do DN, que acompanhou Thunberg durante a viagem, descreve assim o sucedido: "Eu estava no comboio que vinha de Basileia, que foi retirado de serviço em Offenburg. De lá viajámos primeiro para Frankfurt num comboio e para Hamburgo noutro. No primeiro comboio, tanto eu como Greta Thunberg sentámo-nos no chão". Na mesma notícia foi divulgado um vídeo no qual se vê a jovem sentada no chão.
Em conclusão, Thunberg não se queixou explicitamente de não ter tido lugar para se sentar no comboio. Pelo contrário, a jovem defende nos seus tweets que isso "não é um problema" e que "é um ótimo sinal, porque significa que a procura por essas viagens é grande". Contudo, no primeiro tweet, de facto, não mencionou que estava a viajar em primeira classe. Foi pelo menos uma omissão que poderia ter induzido em erro e, aliás, motivou um esclarecimento por parte da Deutsche Bahn.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebookeste conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações "Verdadeiro" ou "Maioritariamente verdadeiro" nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafoeste conteúdo é:
VERDADEIRO, MAS...


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