Antes de Roma ser fundada, as colinas de Alba eram ocupadas por tribos latinas, que dividiam o ano em períodos nomeados de acordo com seus deuses.
Os romanos adaptaram essa estrutura. De acordo com alguns pensadores, como Plutarco (45-125), no princípio dessa civilização o ano tinha dez meses e começava por Martius (março).
Os outros dois teriam sido acrescentados por Numa Pompilho, o segundo rei de Roma, que governou por volta de 700 a.C.
Os romanos não davam nome apenas para os meses, mas também para alguns dias especiais. O primeiro de cada mês se chamava Calendae e significava “dia de pagar as contas” – daí a origem da palavra calendário, “livro de contas”. Idus marcava o meio do mês, e Nonae correspondia ao nono dia antes de Idus.
Janeiro: Januarius era uma homenagem ao deus Jano, o senhor dos solstícios, encarregado de iniciar o inverno e o verão. Seu nome vem daí: ianitor quer dizer porteiro, aquele que comanda as portas dos ciclos de tempo.
Fevereiro: O nome se referia a um rito de purificação que em latim se chamava februa. Logo, Februarius era o mês de realizar essa cerimónia. Nesse período, os romanos faziam oferendas e sacrifícios de animais aos deuses do panteão, para que a primavera vindoura trouxesse bonança.
Porque 28 dias?
Até 27 a.C., fevereiro tinha 29 dias. Quando o Senado criou o mês de agosto para homenagear Augusto, surgiu um problema: julho, o mês de Júlio César, tinha 31 dias, e o do Imperador só 30. Então o Senado tirou mais um dia de fevereiro.
Março: Dedicado a Marte, o deus da guerra.
A homenagem, porém, tinha outra motivação, bem menos beligerante. Como Marte também regia a geração da vida. Martius era o mês da semeadura nos campos.
A homenagem, porém, tinha outra motivação, bem menos beligerante. Como Marte também regia a geração da vida. Martius era o mês da semeadura nos campos.
Abril: Pode ter surgido para celebrar a deusa do amor, Vénus. No primeiro dia do mês, as mulheres dançavam com coroas de flores. Outra hipótese é a de que Aprillis tenha se originado de aperio, “abrir” em latim. Seria a época do desabrochar da primavera.
Maio: Homenagem a Maia, uma das deusas da primavera. Seu filho era o deus Mercúrio, pai da medicina e das ciências ocultas. Por esse motivo segundo escreveu Ovídio na obra Fastos. Maius era chamado de “o mês do conhecimento”.
Junho: Faz alusão a Juno, a esposa de Júpiter. Se havia uma entidade poderosa no panteão romano, era ela, a guardiã do casamento e do bem-estar de todas as mulheres.
Julho: Chamava-se Quinctilis e era simplesmente o nome do quinto mês do antigo calendário romano. Até que, em 44 a.C, o Senado romano mudou o nome para Julius, em homenagem a Júlio César.
Agosto: Antes era Sextilis, “o sexto mês”.
De acordo com o historiador Suetônio, o nome Augustus foi adoptado em 27 a.C., em homenagem ao primeiro imperador romano. César Augusto (63 a.C.-14 d.C.).
Setembro a Dezembro: para os últimos quatro meses do ano, a explicação é simples: setembro vem de Septem, que em latim significa “sete”. Era, portanto, o sétimo mês do calendário antigo.
A mesma lógica se repete até o fim do ano. Outubro veio de October (oitavo mes, de octo), novembro de November (nono mês, de novem, e data do Ludi Plebeil, um festival em homenagem a Júpiter) e dezembro de December (décimo mês, de decem).
Ano Bissexto
Dia extra a cada quatro anos corrige distorção:
Ao adoptar o calendário solar, em 44 a.C., Júlio César criou o ano de 365 dias e um quarto. Por causa dessa diferença a cada quatro anos era necessário actualizar as horas acumuladas com um dia extra.
O problema do calendário juliano é que, na verdade, um ano tem 11 minutos e 14 segundos menos do que se estimava.
Por isso, em 1582, o papa Gregório XIII (1502-1585) anulou dez dias do calendário e determinou que, dos anos terminados em 00, só seriam bissextos os divisíveis por 400.
E o nome “bisexto” tem uma explicação curiosa: em Roma celebrava-se o dia extra no sexto dia de março, que era contado duas vezes.
Sem comentários:
Enviar um comentário