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Nada acontece por acaso… tudo tem uma razão para acontecer e a sua consequente explicação!
Antes da palavra certa… por mim, construída… penei escrevendo muito por razões profissionais.
- Como tive oportunidade de dizer antes, eu fui trabalhar aos 11 anos de idade, com a antiga 4ª. classe - (2º. grau do ensino primário) para o comércio de papelarias, porque em concurso para a admissão do emprego em disputa, era importante a boa caligrafia… e eu destaquei-me na prova, entre outros concorrentes com 14 anos. E mesmo com esse contratempo de pouca idade suficiente para poder trabalhar, acabei sendo admitido para a empresa, mesmo não tendo idade para tal.
Tinha, por obrigação patronal de fazer cópias num caderno escolar colégio médio (caderno de duas linhas paralelas) para evoluir e melhorar a caligrafia, que tinha de apresentar há segunda-feira, ao sócio principal da empresa, para analisar a minha evolução, e que teria de corresponder a uma cópia por dia - 7 por semana.
Antigamente ser facturador numa empresa, e nomeadamente revendedora do comércio, implicava essa especialização sobretudo, ter letra bem legível e certa, se possível bonita... e saber fazer contas.
Eram os meios que as empresas tinham, nesse tempo… nos tempos em que era importante o contributo individual de cada um dos trabalhadores na organização e nas tarefas especializadas do trabalho.
Eram os meios que as empresas tinham, nesse tempo… nos tempos em que era importante o contributo individual de cada um dos trabalhadores na organização e nas tarefas especializadas do trabalho.
Hoje uma das razões da queda dos salários médios, é consequência da perca da especialização intelectual, nas tarefas do trabalho, que conduz à igualização por baixo à relativa importância dos trabalhadores e que se reflete nos baixos salários.
Hoje, pela concentração, racionalização e meios tecnológicos ao dispor, e da maior dimensão das empresas, as tarefas dos trabalhadores estão simplificadas, deixando de ser importante ou relativo, o contributo intelectual de cada trabalhador.
Hoje, pela concentração, racionalização e meios tecnológicos ao dispor, e da maior dimensão das empresas, as tarefas dos trabalhadores estão simplificadas, deixando de ser importante ou relativo, o contributo intelectual de cada trabalhador.
Agora - tira-se um… mete-se outro e desde logo está pronto a operar no sistema.
- Passa-se hoje no comércio e serviços, o mesmo que se passou no passado na fase da pré-revolução industrial por volta do seu inicio em 1760.
Quando os operários, ainda sob a influência da produção manefactureira, passaram a ter de trabalhar na fábrica, numa nova forma de produção e nomeadamente com o aparecimento da máquina a vapor, no século XVIII, que permitiu a entrada na cadeia de produção da industria, de todo o tipo de maquinaria.
Daí, o facto de ter havido na Inglaterra, o primeiro país do Mundo a realizar a revolução industrial um movimento operário radical, que destruía as máquinas, conhecido e registado na história da revolução industrial e operária, pelo movimento luddista.
- Luddista, nome dado ao movimento, por ter sido o operário, Ned Ludd, o primeiro a destruir as máquinas e que gerou um movimento activo nesta forma de luta, devido à desvalorização da importância do trabalho realizado pelos trabalhadores operários, nomeadamente entre os anos de 1811 e 1812.
Quando os operários, ainda sob a influência da produção manefactureira, passaram a ter de trabalhar na fábrica, numa nova forma de produção e nomeadamente com o aparecimento da máquina a vapor, no século XVIII, que permitiu a entrada na cadeia de produção da industria, de todo o tipo de maquinaria.
Daí, o facto de ter havido na Inglaterra, o primeiro país do Mundo a realizar a revolução industrial um movimento operário radical, que destruía as máquinas, conhecido e registado na história da revolução industrial e operária, pelo movimento luddista.
- Luddista, nome dado ao movimento, por ter sido o operário, Ned Ludd, o primeiro a destruir as máquinas e que gerou um movimento activo nesta forma de luta, devido à desvalorização da importância do trabalho realizado pelos trabalhadores operários, nomeadamente entre os anos de 1811 e 1812.
Apesar de ao contrário dos sectores primário e secundário, onde se produz riqueza; pela agricultura, pelas pescas e extracção mineira, ou pela transformação industrial sector secundário, no comércio e serviços não existe o valor acrescentado… o valor excedente produzido, mas antes… existia uma graduação das tarefas, as simples e as mais complexas, e que determinavam a especialização de cada um.
Hoje isso está reduzido à cadeia de comando… à hierarquia das empresas do comércio e serviços, pelo que assenta em muito poucos e nesses lugares bem remunerados, geralmente estão os de confiança... e que tem uma relação de proximidade com os interesses e até da ideologia de classe patronal e das administrações das empresas.
Hoje isso está reduzido à cadeia de comando… à hierarquia das empresas do comércio e serviços, pelo que assenta em muito poucos e nesses lugares bem remunerados, geralmente estão os de confiança... e que tem uma relação de proximidade com os interesses e até da ideologia de classe patronal e das administrações das empresas.
Mas a que propósito bem toda esta história aqui à baila…
Precisamente porque nos meus tempos de militância, eu gozava com isto… chegava às reuniões da organização nos idos anos 70/80… e sempre dizia no gozo: chegou o representante da classe operária do comércio… ou dizia… o representante do proletariado do comércio - Porquê?
Porque me sentia desvalorizado no que ao sector profissional em que estava, diz respeito, no comércio.
Porque me sentia desvalorizado no que ao sector profissional em que estava, diz respeito, no comércio.
O obreirismo da época, que não percebia que tudo estava em mutação, só se acreditava na ferrugem e no fato macaco, na peregrina ideia da classe operária ser eterna... e que pela dureza das suas condições de trabalho… eram os militantes, considerados, serem as pessoas mais seguras no plano político e ideológico.
E este factor teve importância até nas escolhas de lideranças no plano sindical… nem sempre os melhores e mais consequentes tiveram acesso aos cargos mais importantes de direção… por serem dos serviços, sempre olhados com desconfiança… e outros houve, que não o merecendo ocuparam em tempos importantes de transição, tempo demais, e não perceberam as dinâmicas do processo histórico e do contexto... da irreversibilidade da mutação imparável do crescimento impetuoso do sector do comércio e serviços e da sua natureza e peso na realidade actual, e por outro lado, da redução drástica do sector primário e secundário.
E este factor teve importância até nas escolhas de lideranças no plano sindical… nem sempre os melhores e mais consequentes tiveram acesso aos cargos mais importantes de direção… por serem dos serviços, sempre olhados com desconfiança… e outros houve, que não o merecendo ocuparam em tempos importantes de transição, tempo demais, e não perceberam as dinâmicas do processo histórico e do contexto... da irreversibilidade da mutação imparável do crescimento impetuoso do sector do comércio e serviços e da sua natureza e peso na realidade actual, e por outro lado, da redução drástica do sector primário e secundário.
Agora - bem… agora corremos atrás dos prejuízos e não compreendemos como devia-mos o que se passa no movimento sindical português… por mudança de paradigma!
António Jorge
26.XII.2019
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