O Natal é para muitos a época mais aguardada do ano. As cidades ficam mais bonitas com os enfeites natalinos e as pessoas também ficam mais bonitas com as boas ações praticadas principalmente em prol dos mais necessitados. Para as crianças então, nem se fala! Elas aguardam ansiosamente a chegada do Bom Velhinho e até se comportam melhor na expectativa de que ele traga um presente bem maneiro. Mas a magia do Natal já foi tratada em outro post e agora é a hora de abordar o lado B das tradições.
Já parou para pensar no quão bizarra é essa história que inventaram para o comércio faturar mais no fim do ano? Um senhor de idade, com sobrepeso, carregando um monte de sacos pesados nas costas em plena noite de Natal contando com ajuda de vários elfos. Só que ninguém nunca diz que foram os elfos que deixaram os presentes, é sempre o Papai Noel, que além de ter a obrigação de ler um monte de cartas em várias línguas ao redor do mundo, ainda precisa ser onipresente para entregar tudo no dia.
Tudo bem, é lindo ver os olhinhos das crianças. Não vamos acabar com a magia natalina, nós também gostamos desse clima.
1 Krampus, o demônio que assusta criancinhas
Se no Brasil e na maior parte do mundo o Natal é representado pela figura de um velhinho simpático, na Áustria o buraco é mais embaixo. Existe uma tradição de origem alemã que apavora a criançada daquele lugar. É a figura do Krampus, uma besta que tem um comportamento exatamente oposto ao do Papai Noel. Ao invés de presentear aqueles que se comportaram bem, ele sai batendo nas casas com uma vara a fim de pegar as crianças que aprontaram durante o ano. Sete Credo! Vade retro! Em breve entrará em cartaz um filme sobre a criatura.
2 Caganers pro Natal
Exatamente isso, um boneco fazendo cocô é colocado como enfeite natalino segundo uma tradição catalã que já se espalhou por algumas regiões de Portugal e da Itália. E o nome é exatamente esse: “El Caganer” ou “O Cagão”, em bom português. Ele é tradicionalmente representado por um camponês em trajes típicos, mas hoje em dia, como a zoeira não tem fim, já estão fabricando esses bonecos com caras de políticos e outras figuras públicas.
Apesar de estranho, tem um significado bem legal: ele está adubando a terra, fertilizando o solo, garantindo fartura para o próximo ano.
3 Bruxas à solta
Mesmo o Halloween tendo sido há tão pouco tempo, as bruxas não se dão por satisfeitas na Noruega e querem participar da ceia também. Por isso, ali é tradição de Natal esconder as vassouras para que as malvadas não peguem-nas para voar assombrando a cidade.
4 La Befana, a bruxa dos presentes
Se na Noruega as bruxas não são queridas, na Itália é essa figura que entrega os presentes. La Befana é uma velhinha que, entre o Natal e o Dia de Reis, dá doces, roupas e brinquedos para as crianças boas e carvão ou alho para as desobedientes. Os italianos costumam deixar vinho para ela e vez ou outra ela retribui gentilmente varrendo o chão.
5 Teia de aranha na Árvore de Natal
Lá na Ucrânia, tem gente que esconde uma aranha dentro da Árvore de Natal e a cobre de teia. O intuito disso é fazer com que as pessoas procurem o animal e quem encontrá-lo terá sorte na vida. A tradição vem de muitos anos. Reza a lenda que uma senhorinha muito pobre com um monte de filhos para criar certa vez enfeitou a árvore da casa dela com uma aranha, já que não tinha dinheiro para comprar adornos. Quando o sol raiou sobre as teias do bicho, os fios viraram ouro e prata e o Natal da senhorinha ficou muito mais feliz e farto. Ela e a família nunca mais passaram fome.
6 Mari Lwyd, a caveira da égua
Mais uma das tradições de Natal que mais se parecem festas do Hallowwen. Essa é lá do País de Gales e consiste em uma égua com cara de caveira e corpo de lençol branco que tenta entrar nas casas e nos bares a fim de comer, beber e se divertir. Dizem que a presença dela traz sorte. Deve ser difícil ser criança nesse lugar sem gritar de medo!
7 Quitutes natalinos em decomposição
Se você já tá de saco cheio do “é pavê ou pacomê“, imagina o perrengue que a galera da Groenlândia passa tendo que comer o Mattak, um quitute feito com pele crua das coitadas das baleias. Dizem que tem gosto de côco. Tem outro prato natalino tradicional dos esquimós que parece bem esquisito. É o Kiviak, feito de carne de arau, um pássaro ártico, envolta na pele da baleia. O “interessante” é que essa mistura fica guardada durante um tempão para atingir um grau de decomposição, que é o ponto certo para consumo.
8 Ceia natalina no KFC
Não sei se você sabe, mas no Japão apenas 1% da população segue o cristianismo. Ou seja, não era pra ter Natal, já que originalmente a data celebra o nascimento de Jesus Cristo. Só que com a globalização e o encurtamento das distâncias, os turistas foram chegando e nos anos de 1970 o KFC teve a grande sacada de promover o frango frito como o prato natalino daquele país. É tão tradicional que se você quiser comê-lo no dia 24, terá de encomendar com semanas de antecedência.
9 Gato que não gosta de gente maltrapilha
Uma das tradições de Natal mais bizarras diz respeito ao Gato Yule. Na Islândia, esse imenso e monstruoso felino foi usado como forma de pressionar os trabalhadores e até as crianças. Aqueles que produzissem satisfatoriamente, ganhariam roupas novas para o Natal. Os que fossem relaxados, não ganhariam roupas e ficariam com as velhas. E o Gato Yule odeia roupas velhas e devora os maltrapilhos.
10 Sauna com os parentes
Não sei você, mas nós do Viajei Bonito amamos o Natal em família. Talvez esse sentimento não perpetuaria se morássemos na Estônia ou em algumas cidades da Finlândia, onde é normal que as famílias se reúnam em saunas para tomar vodka e jogar conversa fora. Dizem que duendes abrigam o lugar e protegem a todos os parentes. Após o por do sol, porém, o lugar é para os espíritos dos antepassados mortos. Essa mistura de calor e constrangimento não acabaria bem por aqui.
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