As forças do governo ucraniano e os separatistas pró-russos no leste da Ucrânia iniciaram uma troca de prisioneiros todos por todos, após o que todos os prisioneiros restantes do conflito de cinco anos devem voltar para casa, disse o gabinete do presidente da Ucrânia no domingo.
O acordo foi concluído pelo líder russo Vladimir Putin e pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy em Paris, em dezembro.
A troca ocorre em um ponto de verificação próximo à cidade industrial de Horlivka, na região de Donetsk.
A agência de notícias RIA da Rússia, citando uma autoridade local da auto-declarada República Popular de Donetsk, disse que Kiev entregaria 87 separatistas, enquanto Donetsk retornaria 55 combatentes do governo central.
As forças de Kiev lutam contra separatistas na região de Donbass, no leste da Ucrânia, desde 2014, em um conflito que já matou mais de 13.000 vidas. Os combates esporádicos continuam apesar do acordo de cessar-fogo.
Houve várias trocas de prisioneiros entre Kiev e os rebeldes. Na última troca, realizada em dezembro de 2017, a Ucrânia entregou cerca de 300 cativos a separatistas pró-russos e recuperou cerca de 70.
As relações entre a Ucrânia e a Rússia entraram em colapso após a anexação de Moscovo à península da Crimeia em 2014 e seu subsequente apoio aos separatistas na região oriental de Donbass.
O presidente Zelenskiy obteve uma vitória esmagadora nas eleições em abril, prometendo encerrar o conflito.
Amplamente criticada internamente por seu plano de conceder status especial a Donbass para ajudar a encerrar o conflito de cinco anos, as últimas ações de Zelenskiy deram origem a um optimismo cauteloso.
Em setembro, depois de uma aproximação cuidadosamente negociada, a Rússia e a Ucrânia trocaram dezenas de prisioneiros. A medida trouxe elogios ocidentais e espera que as relações entre Moscovo e Kiev possam derreter.
Os ucranianos libertados incluíam marinheiros detidos pela Rússia durante um confronto nas águas da Crimeia no ano passado, e o cineasta Oleg Sentsov, preso na Rússia.
A reunião de líderes ucranianos, russos, alemães e franceses no início deste mês em Paris renovou o optimismo por uma solução para o conflito e confirmou a relevância de um acordo de paz antecipado assinado em Minsk, capital da Bielorrússia, em 2015.
É improvável que as relações entre os dois países sejam agravadas por uma disputa no sector de gás, onde Kiev e Moscovo estão discutindo sobre um novo contrato de trânsito para substituir o actual contrato que expira no final do ano.
A Ucrânia acusou repetidamente a Rússia de usar o suprimento de gás natural para pressionar o Estado vizinho, mas na semana passada as partes conseguiram chegar a um acordo sobre os principais pontos de um novo acordo.
(REUTERS)
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