De um bate-boca parlamentar, passou a um cartaz mesmo ao lado da Assembleia da República. Sobre um fundo azul escuro e com letras maiúsculas garrafais, lê-se a palavra “Vergonha” naquele que é o mais recente cartaz propagandístico do Chega, partido de André Ventura.
O cartaz surge depois de esta semana, no debate quinzenal, o deputado do Chega ter sido repreendido pelo presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, por ter usado a palavra “vergonha” durante a sua intervenção, onde falava sobre o tema da remoção de amianto das escolas públicas
Era uma surpresa para amanhã”, disse André Ventura, em declarações ao Correio da Manhã. “Não nos calaremos, nem deixaremos de usar a palavra vergonha na Assembleia da República”, garantiu àquele jornal.
Segundo o único deputado eleito pelo Chega, a colocação do cartaz tem dois objetivos: o primeiro é mostrar que não calarão o partido, o segundo é mostrar que o que se passa no hemiciclo é uma vergonha. “Com as atitudes como as que teve Ferro Rodrigues os portugueses sentem cada vez mais que o que se passa na Assembleia da República e no sistema político português é uma vergonha”, disse o deputado.

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De seguida, André Ventura voltou a pedir a palavra para fazer a defesa da honra da sua bancada parlamentar, queixando-se de estar a ser posta em causa a sua liberdade de expressão. “Não há liberdade de expressão quando se ultrapassa a liberdade dos outros”, respondeu-lhe Ferro Rodrigues.
Ato imediato, depois do debate quinzenal, André Ventura convocou uma conferência de imprensa para falar daquele incidente e pediu uma “audiência urgente” a Marcelo Rebelo de Sousa, pedindo a intervenção de Belém.
Em declarações ao Observador, Ferro Rodrigues disse que se André Ventura voltar a falar em “vergonha” na Assembleia da República “será novamente repreendido”.