Comunistas deixam sérios avisos ao Governo e traçam linhas vermelhas.
O Partido Comunista anuncia a abstenção na votação da proposta de Orçamento do Estado para 2021, na generalidade, mas deixa sérios avisos ao Governo e traça linhas vermelhas.
O sentido de voto do PCP foi revelado esta sexta-feira pelo líder da bancada parlamentar, João Oliveira, em conferência de imprensa na Assembleia da República.
“A proposta de Orçamento do Estado não dá resposta aos problemas do país. Além dos compromissos já admitidos, é necessário que se assuma a concretização de outras medidas para que tal resposta seja assegurada”, avisa o deputado João Oliveira.
O líder parlamentar do PCP adverte que a decisão do partido de se abster na votação na generalidade do Orçamento “é assumida com a perspetiva de que esse debate mais amplo ainda possa ocorrer, mesmo constatando a recusa do Governo e do PS em avançar nesse sentido”.
João Oliveira avisa o Governo que não se deixa condicionar por "ameaças e chantagens de crise política".
Perante o estado de crise económica e social, o PCP defende que a opção de dar prioridade à redução do défice nega ao país 6 mil milhões de euros "que podiam e deviam servir para responder ao que o país precisa".
As exigências dos comunistas para viabilizar o Orçamento do Estado para 2021 passa, desde logo, pela concretização de medidas aprovadas no orçamento para este ano, em particular em matéria de contratação de trabalhadores e reforço de meios dos serviços públicos, de apoio a desempregados, a pequenos empresários e sócios-gerentes.
O partido liderado por Jerónimo de Sousa defende a necessidade de contratar "milhares de funcionários para os serviços públicos face às necessidades do Serviço Nacional de Saúde e na escola pública", valorização das remunerações dos salários e alterações no subsídio de desemprego, entre outras medidas.
O debate na generalidade do Orçamento do Estado está marcado para terça e quarta, terminando com a votação na quarta-feira.
rr.sapo.pt
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