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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

A incrível variação vocal de seis oitavas da diva punk Nina Hagen (vídeos)

 


Se você tem menos de 30 anos, provavelmente nem saiba da existência de Catharina Hagen , mas conhecida como Nina Hagen, uma cantora alemã de grande sucesso, especialmente por suas atuações e por suas extravagâncias vocais. Ela começou a lançar discos em sua terra natal, Alemanha Oriental no final dos anos 70, misturando ópera com punk, funk e reggae e cobrindo clássicos da época. Ela se tornou uma grande estrela, mas seu nome não é mencionado com frequência atualmente.


A incrível variação vocal de seis oitavas da diva punk Nina Hagen

Para ocultar a mulher lindíssima e não ser apenas um estereótipo de "rostinho bonito" da cena musical, Nina era mestre em maquiagem assustadora e rostos expressionistas exagerados. Ela não tinha, no entanto, um alterego estranho. O que sobrava nela era um estilo totalmente original, cheio de vocalizações excêntricas.

Seus shows foram o que a própria Nina descreveu como "indescritíveis". Ela aplicava sua amplitude de seis oitavas", sem restrições a todo tipo de canção imaginável.

Impossível de classificar, Nina era amada por gente de todas as vertentes musicais. Menos de uma década após sua estreia em 1978, com a Nina Hagen Band, ela se apresentou em Tóquio com a Orquestra Filarmônica Japonesa em um concerto transmitido para 15 países, interpretando as canções de Bertolt Brecht e Kurt Weill.



Veja-a naquele mesmo ano, 1985, cantando Carmen em Copenhagen, Dinamarca.

No ano de 1985, com 30 anos, realmente Nina estava no auge de sua carreira e se tornou a musa do "Musa do Rock in Rio". A alemã incendiou aquela primeira edição do festival com sua voz potente e frenética.

De fato, Nina viria mais vezes ao Brasil a partir daí, quando passou a ser "A garota de Berlim", música escrita por seu amigo Supla.

Como dizíamos, Nina surgiu em 1978 ao lado de várias cantoras teatrais com vozes sobrenaturalmente perturbadoras, estreando ao mesmo tempo que Siouxsie Sioux, Kate Bush e Diamanda Galas. Mas sua própria jornada foi particularmente incomum e ademais ela nunca teve papas na língua. Certa vez ela disse que Madonna parecia Doris Day em comparação, com sua pretendente Lady Gaga que era, nas próprias palavras de Nina: - "Uma prostituta pop que tem mais a ver com a publicidade de biquínis."

Em termos mais positivos, a cantora aprimorou sua persona teatral por meio de uma "enxurrada de influências", mas os críticos estavam divididos sobre seu ecletismo. A Rolling Stone chamou sua estreia solo em inglês em 1982 de o álbum "mais inaudível" já feito, uma avaliação injustamente dura que não a impediu de experimentar sons ainda mais dissonantes e desorientadores.

Como a própria Hagen conta sua história:

- "Eu cresci em Berlim Oriental, em uma família de artistas. Eu ouvia ópera o dia todo. Desde os 9 anos de idade eu imitava os cantores; depois estudei ópera. Mas também tínhamos televisão e rádio ocidentais, dos americanos em Berlim Ocidental. Quando eu tinha 11 anos, virei hippie e dei flores para policiais. E quando eu tinha 21 anos e deixei Berlim para Londres, me tornei punk."

Ela se tornou uma diva punk, na verdade. O alcance vocal de Nina -que você pode ouvir demonstrado na análise de vídeo completa acima- sobre os jams progressivos de sua banda conjurou anjos e demônios. Ela evocava o pavor com rosnados guturais e olhares arregalados. Podia parecer infantil, doce ou aterrorizante ou os três ao mesmo tempo e nunca carecia da qualidade essencial de que uma cantora de ópera precisa para se dar bem no rock and roll: um baita de um senso de humor.

Pese que ainda mantenha o mesmo visual excêntrico, hoje Nina se converteu ao cristianismo, porque, segundo ela, as coisas estavam meio pesadas com as drogas. Ela frequentemente canta músicas gospel e lançou um álbum chamado "Personal Jesus" em 2010 com um cover da icônica canção do Depeche Mode.


www.mdig.com.br

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