O Serviço Nacional de Saúde (SNS) contratou aos prestadores privados 871,1 milhões de euros entre janeiro e agosto deste ano, o que representa uma redução de 3,8% face à média mensal do ano passado. A informação é avançada pelo “Jornal de Negócios”, que cita números do Ministério da Saúde.
Tendo em conta todos os gastos do SNS, as despesas com os privados situam-se este ano nos 12,3%, quando em 2019 eram de 12,7%. No entanto, de um ano para o outro aumentou o peso dos vales de cirurgia emitidos pelo SNS para os utentes em lista de espera, com um aumento de 13% na média mensal em relação ao ano passado. Além disso, houve outra área em que o SNS recorreu massivamente aos privados: a testagem à covid-19. Dos cerca de três milhões de testes já realizados, 1,3 milhões foram feitos no privado, e destes 37% foram pedidos e comparticipados pelo Estado.
“Tal como aconteceu na primeira fase da pandemia, o SNS poderá recorrer a outros sectores e se necessário utilizar a figura de requisição desses sectores”, disse na conferência de imprensa desta quinta-feira Marta Temido, ministra da Saúde, já depois de numa entrevista à TVI ter reagido à pressão de cinco ex-bastonários da Ordem dos Médicos para que envolvesse os privados nesta fase da pandemia: “Porque me estão a empurrar [para os privados]?”, questionou a ministra. Segundo o “Negócios”, que cita fonte oficial da tutela, o Ministério da Saúde não teve ainda necessidade de assinar nenhum acordo concreto de recurso do SNS aos privados.
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