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segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Açores. Jerónimo de Sousa lamenta resultado “particularmente negativo”

 


Para o secretário-geral comunista terão pesado na não eleição de deputados pela CDU “a dispersão de candidaturas, a expressão da continuada ofensiva anticomunista que não deixou de se refletir na região” e ainda “as acrescidas dificuldades que a epidemia colocou na construção da campanha da CDU que tem na participação e no contacto direto elementos centrais no esclarecimento e na mobilização para o voto”




Osecretário-geral do PCP lamentou o resultado “particularmente negativo” do partido na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, onde ficou sem representação, apontando que a perda de maioria absoluta do PS traduz “descontentamento crescente”. 

Numa declaração em formato vídeo enviada à imprensa, Jerónimo de Sousa considerou que o resultado da CDU nas eleições regionais dos Açores “não traduz quer a influência social e política da CDU, quer o reconhecimento da sua intervenção na vida política açoriana”.

“A perda de representação parlamentar pela CDU constitui um resultado particularmente negativo na vida política regional, um significativo empobrecimento democrático e sobretudo uma fragilização da intervenção em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo açoriano, como aliás já foi comprovado entre 2004 e 2008, período em que a CDU não teve representação parlamentar”, apontou o líder comunista.

Para o PCP, os resultados das eleições regionais de domingo “ficam marcados pela perda da maioria absoluta do PS”. “A perda da maioria absoluta é em si um sinal que, sem poder ser absolutizado, traduz o descontentamento crescente face a uma governação que tem avolumado problemas, agravado os problema sociais, o desemprego e a pobreza, condicionado o desenvolvimento da região”, sustentou.

“FORÇAS SEM PERCURSO OU CONTRIBUIÇÃO REAL QUE SE REVELARÃO INCONSEQUENTES”

Jerónimo de Sousa considerou ainda que este ato eleitoral fica igualmente marcado “pelo surgimento de forças sem percurso ou contribuição real na vida política e social regional, que sem proposta ou projeto para a região encontraram campo na demagogia e na exploração de um ambiente de descrença generalizada com a falta de resposta aos seus problemas para recolha de votos que se revelarão inconsequentes”.

Para o secretário-geral comunista terão pesado na não eleição de deputados pela CDU “a dispersão de candidaturas, a expressão da continuada ofensiva anticomunista que não deixou de se refletir na região” e ainda “as acrescidas dificuldades que a epidemia colocou na construção da campanha da CDU que tem na participação e no contacto direto elementos centrais no esclarecimento e na mobilização para o voto”.

Saudando os eleitores que votaram na CDU, os militantes do partido e os membros do PEV, Jerónimo garantiu que o PCP continuará, “ainda que sem representação parlamentar”, a estar presente na região.

O PCP perdeu nas legislativas açorianas o único deputado que tinha no Parlamento regional, segundo os resultados divulgados pela Direção Regional de Organização e Administração Pública. Nas anteriores regionais, em 2016, a CDU (coligação PCP/PEV) obteve 2,6%, conseguindo eleger um deputado regional, João Paulo Corvelo, pelo círculo das Flores.

Nas eleições de 2012 e de 2008, a CDU também elegeu um único deputado em cada um dos atos eleitorais, em ambas as ocasiões pelo círculo de compensação. Em 2004, a CDU não elegeu qualquer deputado.



expresso.pt

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