"É difícil de entender”, diz Ana Catarina Mendes, depois de ver o Bloco "durante todo o fim de semana" fazer críticas ao PS. A dirigente socialista vinca a diferença entre bloquistas e comunistas. Mas mantém porta aberta ao diálogo, pelo menos formalmente, com o Bloco. Facto: as negociações com Jerónimo para o próximo OE estão num impasse
Por causa da pandemia, não houve partidos convidados para a sessão de encerramento da Convenção do Bloco. Mas nem por isso o partido mais visado da reunião bloquista deixou de reagir - pelo Facebook, e através de Ana Catarina Mendes, a líder parlamentar socialista, um dos elementos mais próximos de António Costa. E foi ao ataque:
Com o Bloco em modo de divórcio consumado - mas não plenamente assumido - a socialista aproveitou para marcar as diferenças face à negociação nunca interrompida com o PCP, agora parceiro preferencial do Governo face à viabilização do último Orçamento - a par dos Verdes e do PAN. “No momento em que vivemos a maior crise das nossas vidas o que se exige é que saibamos ler o que os portugueses disseram nas eleições de 2019: o PS a liderar o Governo com o apoio dos partidos à esquerda no parlamento. O PCP percebeu isto e lutou no último orçamento com propostas próprias que estão a ser executadas.”
A verdade é que as negociações com o PCP para o próximo orçamento atravessam um impasse: os comunistas têm feito críticas quase diárias ao posicionamento dos socialistas e aos atrasos na implementação do acordo do último OE (ainda este domingo Jerónimo fez o mesmo). E António Costa teve de pressionar os seus ministros a acelerarem o passo nesse campo para daqui a um mês ter como iniciar as conversações com a esquerda.
Para já, o PS mantém portas abertas à negociação também, pelo menos formalmente: o partido, escreve Ana Catarina, “esteve sempre disponível para dialogar e continua, porque o que está em causa é o País (...). Saibamos, pois, passada a espuma dos dias, encontrar as soluções para recuperar o país e continuar a dar uma vida melhor aos portugueses.
Aqui estaremos para continuar o trabalho iniciado em 2015”.
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