Foi hoje inaugurada uma ala no Hospital Santa Maria financiada por Cristiano Ronaldo em 3,4 milhões de euros. Todos os órgãos de comunicação irão desfazer-se em elogios ao jogador.
Mas convém colocar o episódio em perspetiva. Cristiano Ronaldo foi acusado e condenado de evasão fiscal no estado espanhol avaliada em cerca de 14 milhões de euros, envolvendo um esquema de criação de empresas falsas em paraísos fiscais como a Irlanda ou as ilhas Virgens Britânicas.
A ironia torna-se óbvia: o jogador foge conscientemente aos impostos num país, que depende desses impostos para financiar a saúde e a educação, e devolve depois uma fração desse valor ao Estado (neste caso, a outro Estado, mas isso pouco importa) sob a forma de filantropia, ainda capitalizando o marketing favorável que a iniciativa lhe proporciona.
Não se equivoquem. Este post nada tem de pessoal. O que me interessa é a dimensão sistémica do problema.
Mas convém colocar o episódio em perspetiva. Cristiano Ronaldo foi acusado e condenado de evasão fiscal no estado espanhol avaliada em cerca de 14 milhões de euros, envolvendo um esquema de criação de empresas falsas em paraísos fiscais como a Irlanda ou as ilhas Virgens Britânicas.
A ironia torna-se óbvia: o jogador foge conscientemente aos impostos num país, que depende desses impostos para financiar a saúde e a educação, e devolve depois uma fração desse valor ao Estado (neste caso, a outro Estado, mas isso pouco importa) sob a forma de filantropia, ainda capitalizando o marketing favorável que a iniciativa lhe proporciona.
Não se equivoquem. Este post nada tem de pessoal. O que me interessa é a dimensão sistémica do problema.
Um sistema que permite um emaranhado legal à escala internacional cujo objeivo é que os super ricos possam não ter o seu dinheiro taxado e ainda devolverem uma parte desse roubo mascarado de filantropia.
É ultrajante e degradante. Estados que se debatem a financiar os seus Estados sociais são "presenteados" pela ação benemérita daqueles cuja ação criminosa torna os fundos públicos escassos para as suas funções sociais.
É aqui que reside o problema dos tempos que vivemos. Mas sobre isto os atores ao serviço das elites nada têm a dizer. Para eles, o problema são os miseráveis que recebem o RSI com uma prestação média de 140 euros/mensais.
Saibamos sempre colocar em perspetiva.
É ultrajante e degradante. Estados que se debatem a financiar os seus Estados sociais são "presenteados" pela ação benemérita daqueles cuja ação criminosa torna os fundos públicos escassos para as suas funções sociais.
É aqui que reside o problema dos tempos que vivemos. Mas sobre isto os atores ao serviço das elites nada têm a dizer. Para eles, o problema são os miseráveis que recebem o RSI com uma prestação média de 140 euros/mensais.
Saibamos sempre colocar em perspetiva.
Sem comentários:
Enviar um comentário