A Fenprof esclareceu que lançará, na próxima semana, uma discussão com os professores sobre formas de luta "caso se mantenha o bloqueio negocial", sendo que o recurso à greve antes do final do primeiro período letivo não foi descartado. Na conferência de imprensa, realizada na tarde desta sexta-feira, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, explicou igualmente que o Ministério da Educação (ME) informou a estrutura sindical que as propostas entregues no passado dia 8 de outubro não poderiam ser discutidas no calendário proposto. Recorde-se que algumas das propostas feitas pelos professores para o próximo Orçamento de Estado passavam pelos concursos de vinculação extraordinária para contratados, o regime específico de pré-aposentação e o aumento do financiamento público da educação para 4% do PIB.
"Quando a Fenprof apresentou dentro do prazo que a lei estabelece para esta negociação, o Ministério da Educação limitou-se a dizer: 'Pois é, mas não dá tempo e não se vai negociar'. Era obrigado a ter marcado uma reunião e era obrigado a ter de discutir calendários", denunciou o dirigente que lançou um ultimato: se o ME não marcar uma primeira reunião até à próxima sexta-feira, que deverá acontecer durante o mês corrente, os professores avançarão com "formas de luta mais fortes". Nesse dia, se não tiver novidades, a Fenprof tentará entrar em contacto com o ME para insistir na marcação da reunião e, caso tal não aconteça, falará com o primeiro-ministro.
No site oficial da Fenprof, na quinta-feira, foi publicada uma nota de imprensa onde era possível ler que "com a situação epidemiológica a agravar-se, o governo continua a não querer negociar ou, sequer, dialogar no sentido de reforçar as medidas de prevenção e segurança sanitária nas escolas", sendo que "o Secretariado Nacional da Fenprof, que se encontra reunido, considera totalmente inadmissível esta situação que viola o disposto na lei e desrespeita, uma vez mais, os professores e os seus sindicatos".
"A nossa preocupação maior é dialogar, negociar e resolver problemas. O que melhor responderia àquelas que são as preocupações dos professores reunir e ter soluções para os problemas", salientou Nogueira, que não deixou de lembrar que os professores pretendem discutir outras problemáticas educacionais como a falta de docentes em várias escolas ou as condições de segurança sanitária das mesmas. "Aquilo que a Fenprof exige são condições adequadas de trabalho nas escolas tendo em conta a situação que vivemos, condições essas de que resultem melhores aprendizagens para os alunos, que têm sido muito prejudicadas", concluiu o secretário-geral.
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