O primeiro volume do Diccionario de Sciencias Occultas (tomo XLVIII da Encyclopedia Theologica) de Miguel faz remontar a origem dos almanaques proféticos aos pequeninos painéis ornados, sobre os quais os povos da antiga Germânia e da Escandinávia marcavam, antecipadamente e pelo prazo de um ano, as fases da lua.
E como os primitivos Germânicos chamavam a isso allmud-agt a etimologia também admite essa explicação, que justifica o próprio nome das publicações desse gênero.
Infelizmente, há por outro lado informações e mesmo documentos indiscutíveis provando que os Chineses conheciam o uso de almanaques desde tempos imemoriais.
Os Árabes também se orgulham de os ter criado e chamam-os Al Manach (O memorial) o que nos dá a etimologia exata e direta.
Parece, porém, que os “Filhos do Céu” têm mais direito para reivindicar a prioridade da invenção. Seus almanaques são do mesmo tipo dos que Mathieu Laensberg tornou famosos, com a diferença de que nós contamos doze constelações como signos do zodíaco e os Celeste têm em consideração vinte e oito.
Podem, porém, alegar que, em matéria de predições, a abundancia de astros não poderá prejudicar.
Na Europa mesmo, o almanaque de Mathieu Laensberg teve predecessores muito antes de 1636, data de sua primeira publicação.
Em 1804 Fisher descobriu em Mayence um almanaque de previsões publicado em 1457. Logo ao nascer da imprensa.
De resto, é sabido, que os povos primitivos, os povos de pastores e migradores, deviam possuir coleções de observações e predições meteorológicas. Era no limiar da tenda, sob o céu constelado do Oriente, que, ouvindo as lições da experiência dos patriarcas, se constituíram os elementos do primeiro almanaque. A ciência simbólica e misteriosa dos Magos, as tradições esotéricas dos sacerdotes (*) e adivinhos, o empirismo dos feiticeiros, os interesses dos ricos, as altas e grandes hipóteses astronômicas dos sábios da Caldeia e do Egito, como as grosseiras superstições dos bateleiros do Tigre e do Nilo, dos marinheiros do Tiro, da Phocia,de Alexandria, tudo isso se confundiu e influiu nos primeiros almanaques, coletâneas de sentenças absurdas ou judiciosas em confusão. Mais tarde as ambições e loucuras da astrologia, as adivinhações muitas vezes maravilhosas e por vezes fantásticas da Alquimia penetraram nessas obras, que durante vários séculos constituíram a única literatura da multidão, sua distração e ao mesmo tempo seu conselheiro de todas as horas. O almanaque, investido de autoridade indiscutida reinava nos lares acima do pai de família. Palavra do almanaque era palavra de oráculo. Miguel Nostradamus, nascido em 1503, em Saint Rang na Provença (França) e por visão obnubilada, graves acontecimentos, tristes, prodigiosos e as principais aventuras que se aproximam, soube maravilhosamente tirar partido de sua arte ver a credulidade de seus contemporâneos e mesmo dos pósteros.
Os almanaques foram conhecidos de todos os povos civilizados da Antiguidade, e o uso dos almanaques anuais data da invenção da imprensa. A xilografia, ou impressão por meio de caracteres gravados em madeira, em uso entre os Chineses desde o século VI, foi conhecida na Europa desde o século XII e desenvolveu-se sobretudo no século XV; mas, verdadeiramente, a imprensa data do dia em que Gutenberg, de Moguncia, inventou os caracteres móveis de metal (ano de 1436 aproximadamente) e o prelo manual que imprimiu, pela primeira vez, inúmeros exemplares dum livro. Os redatores desses primeiro livros eram médicos e astrólogos.
Daí o trazerem, ao lado de indicações cientificas, prognósticos arriscados e até conselhos muitas vezes ridículos.
Na Alemanha, na Suíça e na França, o Mensageiro Coxo de Basiléia, redigido por Antonio Sonee, foi, por mais de um século, sem rival. De todas as publicações desse gênero, foi, de fato, a mais completa. Seus conselhos de higiene e de agricultura são muito judiciosos e, suas informações comerciais, agronômicas e suas decisões são verdadeiramente sabias e úteis.
A simples enumeração dos almanaques que se seguiram a esses ultrapassaria de muito os limites de nossa pesquisa e divulgação.
PREDIÇÕES SOBRE O FIM DO MUNDO
Predições sobre o fim do mundo! Um capitulo a parte, que desde tempos imemoriais sempre instigou o povo em geral, monarcas e dirigentes em particular, cultos e leigos, iniciados e não iniciados, que por razões obvias, procuraremos enumerar as mais transcendentais e que pela sua natureza tornaram-se clássicas.
Comecemos por Heródoto, historiador grego, nascido em Halicarnasso, cognominado o Pai da História (aproximadamente 484-425 a.C) que estipulou para o mundo uma duração de 10.800 anos. Dion Cássio, também historiador grego, (cerca de 155-235), cujo legado mais importante foi uma História Romana, em estilo elegante, muito útil por sinal, foi um pouco mais generoso; calculou 13.984 anos.
Cappauch, o Holandez, em 180.000 anos.
Jean Hilton predisse o fim do mundo no ano 1651;
O ingles Wistons, 1715 ou 1716;
O visionario Paulo Felgenhaver fixou-o para 1765.
Arnauld de Villeneuve, o ano de 1795.
Kandeva para 1816.
Paretu predisse o fim do mundo no ano 5552, depois de Cristo.
Bernard de Thuringia declarou que o fim do mundo viria no ano em que o dia da Anunciação (25 de março) coincidisse com a sexta-feira da Paixão. Para adoçar a pílula, apenas por curiosidade, calculamos tais coincidencias de 1900 a 2100, encontrando as seguintes datas:
1910, 1921, 1932, 2005 e 2016
Ou seja, até o ano de 2.100, o nosso futurólogo tem apenas o ano 2016 para acertar a sua catastrófica previsão.
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