- O QUE ESTÁ EM CAUSA?“Enorme fraude - a maior de sempre na América”, assegura-se em publicação no Facebook, na qual se afirma que a suposta transferência de meio milhão de votos do candidato republicano para o rival democrata teve especial incidência nos chamados “swing states”. A denúncia é verdadeira?
“Parece que centenas de milhares de votos foram trocados de Trump para Biden através dos sistemas de controle de software das urnas.
Isso foi feito em tempo real, durante a noite eleitoral, o que também explica por que a contagem eleitoral foi retardada nos 'swing states' (estados em que os candidatos se separavam por uma margem estreita), a fim de permitir que o roubo eleitoral fosse coordenado e executado”, acusa-se na mensagem em análise.
De acordo com o referido texto, a “análise precisa dos resultados produz uma lista de cerca de 500 mil votos 'trocados’”.
As eleições americanas ocorreram a 3 de novembro e só a 23 deste mês Donald Trump “recomendou” à sua equipa e à Administração dos Serviços Gerais do país que iniciassem os protocolos para a transição de poder da atual administração para a de Joe Biden, decisão anunciada numa mensagem publicada no Twitter.
O democrata, antigo senador do Delaware, venceu as presidenciais mas o ainda Presidente dos EUA, apesar de ter ordenado o início do processo de passagem de poder, defendeu no mesmo tweet que ainda há hipóteses de reverter o resultado. Desde a noite eleitoral, Donald Trump tem dito constantemente que a vitória de Biden é consequência de várias fraudes eleitorais.
Confirma-se que 500 mil votos foram transferidos de Trump para Biden no decorrer das eleições presidenciais de 3 de novembro?
A acusação tem origem numa declaração da jornalista Lilia Fifield, da One America News Network, canal americano de extrema-direita e apoiante do político republicano, que noticiou que “sistemas eleitorais de todo o país eliminaram milhões de votos no Presidente Trump”.
Segundo o site "Mediate", a informação avançada por Fifield teria como base um suposto relatório da Edison Research no qual se indicava que 435 mil votos no candidato republicano tinham sido transferidos para Joe Biden e que 2,7 milhões de votos no ainda Presidente tinham sido excluídos. Uma informação que Donald Trump partilhou na sua conta pessoal de Twitter, tendo a rede social alertado os utilizadores que a afirmação do Chefe de Estado norte-americano era contestável.
A Edison Research é uma empresa de sondagens que trabalha com estações televisivas como a CNN ou a CBS News.
Ao site de verificação de factos “Check Your Fact”, o presidente, Larry Rosin, garantiu que a empresa “nunca criou nenhum relatório, nem tem qualquer evidência de fraude eleitoral”. Além disso, alertou para o facto da notícia ter sido retirada do site da One America News Network.
As acusações referiam-se a estados que usam os sistemas de votação da Dominion Voting Systems, que também “negou categoricamente informações falsas sobre trocas de votos” através de um comunicado no site.
AS ACUSAÇÕES REFERIAM-SE A ESTADOS QUE USAM OS SISTEMAS DE VOTAÇÃO DA DOMINION VOTING SYSTEMS, QUE “NEGOU CATEGORICAMENTE INFORMAÇÕES FALSAS SOBRE TROCAS DE VOTOS” ATRAVÉS DE UM COMUNICADO NO SITE.
Ao "Check Your Fact", as autoridades eleitorais de “swing states” - ou seja, estados que não têm um historial de tendência política fixa ao longo das décadas e se tornam fundamentais para definir o vencedor - como Wisconsin, Michingan ou Georgia asseguraram igualmente que não há evidências de fraude eleitoral generalizada nas respetivas regiões.
A Agência de Segurança e Infraestrutura e Cibersegurança também desmentiu, numa explicação publicada na sua página oficial, que seja possível alguém alterar resultados eleitorais sem ser detetado. Além disso, a agência faz parte da Comissão do Departamento de Segurança Interna dos EUA que garantiu que as eleições presidenciais de 3 de novembro foram "as mais seguras da história”.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações "Falso" ou "Maioritariamente Falso" nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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