Com somente três anos de existência, o Movimento QAnon (Q Anónimo), nascido na Internet, rapidamente cresceu nos Estados Unidos e alcançou 12 milhões de tweets no ano do seu nascimento, em 2017.
O movimento alimenta a ideia de que o mundo está a ser governado por uma cabala de pedófilos que praticam tráfico sexual de menores. Para o movimento, Donald Trump é o salvador do mundo e está a fazer uma campanha secreta para libertar a humanidade de personalidades como Barak Obama e Hillary Clinton, o milionário George Soros, a chanceler alemã Angela Merkel – considerada pelo movimento, neta de Adolf Hitler- Bill Gates, Oprah Winfrey, Tom Hanks e muitas personalidades democratas, entre outras.
O FBI considera o grupo incitador de terrorismo e uma potencial ameaça para a segurança interna dos Estados Unidos da América. O movimento é alimentado desde a sua origem por um utilizador anónimo que assina Q e passa mensagens em código.
Impulsionado pela pandemia covid-19 o movimento apareceu recentemente na Alemanha, por ocasião de manifestações contra as restrições na cidade de Berlim, mas também em Londres e Paris.
A Newsguard, uma organização que estuda o grau de confiança e veracidade das fontes de informação, indica que o movimento Q engloba muitas ideias diferentes, teorias fáceis de aceitar como difusão de teorias de conspiração das quais Trump será o “Salvador”. Com diferentes ideologias à escolha, o QAnon tem vindo a atrair simpatizantes em toda a Europa aproveitando os problemas causados pela pandemia.
Expansão na Europa
Apesar das proibições de publicação levadas a cabo pelas redes Twitter, Facebook e Instagram, o movimento passou a usar a nova plataforma Telegram. Por seu lado, o Youtube anunciou que ia remover todos os conteúdos relacionados com o movimento. Estudiosos acreditam que os seguidores do Q já ultrapassaram os 450 mil na Europa dos quatro milhões de seguidores em todo o mundo, segundo o Jornal Guardian.
Simultaneamente com o crescimento virtual nas redes, o movimento encontra-se espalhado por vários países europeus, nomeadamente Alemanha, Reino Unido e França, para além dos Estados Unidos.
Portugal figura como tendo, para já, 250 seguidores. Entre as várias acções já praticadas destaque para uma queixa anónima, assinada por Q, apresentada à Procuradoria Geral da República onde era afirmado que discos de Rui Pinto indiciavam que Portugal e Espanha estão a ser governados por redes de pedófilos e que o Governo escondeu essa informação. A Polícia Judiciária desmentiu a existência de qualquer disco do conhecido hacker relacionado com o assunto.
Segundo o jornal Expresso, três dias depois de a denúncia anónima ter chegado à PGR, o texto seria publicado num sítio da Internet ligado à extrema-direita portuguesa e espanhola, onde figuram os nomes de dois membros do Partido Chega.
As autoridades policiais estão a investigar as movimentações do QAnon em Portugal, tido como uma ameaça por disseminar informações falsas destinadas a influenciar a opinião pública.
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