A falta de profissionais nos centros de saúde está a obrigar estas unidades a cancelar consultas de doentes não urgentes.
O alerta é dado ao "Diário de Notícias" por Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Medicina Geral e Familiar (APMGF): "Há unidades de saúde que já estão a adiar consultas e médicos que estão a deixar de fazer o que têm de fazer no acompanhamento de doentes para dar resposta à pandemia e até a deixar de ir de férias".
O médico Rui Nogueira explicou que a maioria dos infetados por covid-19 que estão em casa são seguidos pelos médicos de família, o que significa que são estes médicos que "têm de ligar diariamente para todos os doentes".
"Vivemos uma pandemia, estamos de novo em estado de emergência, não é aceitável que o procedimento burocrático para a contratação de médicos continue a ser o mesmo e com a mesma morosidade: o pedido de substituição de médico segue da unidade de saúde para o agrupamento, deste para a ARS e depois ainda para o ministério. O tempo que tudo isto leva é inacreditável", acrescentou.
A APMGF disse ter feito um apelo ao Ministério da Saúde há dois meses, mas ainda não foi dada qualquer resposta. Não chegaram mais profissionais, nem "nenhum dos 30 mil telefones prometidos", disse Rui Nogueira. Além disso, os 70 médicos que fizeram recentemente o exame de especialidade ainda não foram colocados.
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