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quarta-feira, 14 de julho de 2021

Primeiros casos da variante Delta em Portugal associados a viagens à Índia e ao Nepal


 

www.rtp.pt 


Na última semana de junho, Portugal teve a menor capacidade de rastrear e isolar contactos de pessoas infetadas com covid-19 desde que esses dados começaram a ser revelados, avança esta quarta-feira o jornal Público.

De 24 a 30 de junho, as autoridades de saúde só conseguiram identificar 74 por cento das pessoas que estiveram em contacto com um caso positivo de covid-19. Ou seja, cerca de 26 por cento, quase um quarto dos contactos de risco, escapou ao rastreamento do Serviço Nacional de Saúde.

Segundo o último relatório das "linhas vermelhas", este é o valor mais baixo de rastreio desde que esta estatística começou a ser divulgada

A 3 de abril, quando estes dados começaram a ser revelados, a capacidade de rastreamento era de 91,5 por cento.

No entanto, o mesmo relatório, divugaldo a 9 de julho mas referente aos últimos dias do mês passadao, indicava que a média diária de profissionais alocados para o rastreamentos subiu e era o mais elevado desde abrilO primeiro relatório, destaca a publicação, havia uma média de 121 profissionais diários que conseguiam rastrear e isolar, em 24 horas, mais de 90 por cento dos contactos de pessoas infetadas. Nos três relatórios anteriores, a percentagem já estava nos 78 por cento, mas também havia menos profissionais alocados.
Como se explica a diminuição do rastreamento?
Esta menor capacidade de rastreio, verificada nas últimas semanas, deve-se ao aumento de casos a que o país tem assistido. Mas os especialistas em Saúde Pública consideram que há mais fatores a influenciar estas estatísticas, como o facto de, apesar de haver mais profissionais, continuarem a não ser suficientes para as necessidades.

"Estamos a assistir a uma assimetria entre a capacidade [de rastrear] e as necessidades. Apesar de haver algum reforço de meios, se aumentar muito a incidência, não conseguimos cumprir", disse ao Público o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, Ricardo Mexia.

"Os recursos que tardiamente foram mobilizados no início do ano foram desmobilizados, e bem, quando a situação acalmou, mas perante este aumento de número de casos era fundamental que uma nova mobilização se fizesse de forma mais ágil", adiantou.

Para Ricardo Mexia "o reforço de meios devia ser proativo e não reativo", mas não é o que acontece na perceção dos profissionais em campo.

Da mesma opinião é Bernardo Gomes, médico de Saúde Pública e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, que considera que tem de se avaliar esta questão para além do número de profissionais.

"Quando olhamos para estes números e falamos de pessoal alocado aos rastreios há outras coisas que é preciso saber. Por exemplo, se essa afetação é feita de forma proativa ou reativa, se já partimos em cima de um atraso. Porque isto não devia acontecer", afirmou, acrescentando que o número médio de profissionais tem também de ser contextualizado.

"Quantas horas é que estas pessoas estão efectivamente a fazer isto no seu dia de trabalho? Porque não estamos a falar apenas de inquéritos epidemiológicos, há todo um conjunto de tarefas, como a vigilância às pessoas, que levam muito tempo".
Fadiga dos profissionais e da população
Mas há ainda outras questões a ter em conta, aponta o jornal, como se a capacidade insuficiente é generalizada a todo o país ou localizada em determinada regiões, ou como o cansaço tanto dos profissionais como da população.

O relatório da Direção-Geral da Saúde não esclarece esta baixa capacidade de resposta é generalizada ou se está centrada em algumas regiões do país, onde o número de casos cresceu de forma mais acentuada nos últimos meses, como o Algarve e Lisboa e Vale do Tejo.

"O que se tem verificado é que Lisboa e Vale do Tejo tem tido dificuldade de proativamente mobilizar meios à altura da exigência das circunstâncias. Houve uma certa dificuldade em ajustar a resposta para continuar em cima do problema", referiu Bernardo Gomes.

Já Ricardo Mexia salientou que a informação que obtém através dos colegas "é que já houve essa dificuldade de resposta em Lisboa e Vale do Tejo no passado e que pode estar a ser mais complicado agora também".

Ambos os especialistas em Saúde Pública consideram ainda que se deve ter em conta, na análise destas estatísticas, que ao fim de cerca de 18 meses desde o início da pandemia, tanto os profissionais como os cidadãos começam a sentir uma "fadiga pandémica". Para além de uma possível resposta mais lenta e mais por parte das autoridades, com o aumento de casos, há ainda "uma menor disponibilidade em fornecer as informações necessárias a um rastreamento eficaz".

"A fadiga pandémica e a percepção de risco, que não foi comunicada da forma mais adequada no início de junho, tem levado a uma maior dificuldade em convencer as pessoas a testarem-se e em colaborarem com a cedência de contatos", explicou Bernardo Gomes. 

E, de facto, sem informação não é possível identificar todos os contactos de risco. E sem um rastreamento eficaz é mais difícil identificar as cadeias de transmissão, controlá-las e evitar novos surtos.

Por isso, se se continuar a verificar um decréscimo na capacidade de rastreamento em Portugal, é provável que continuem a surgir cada vez mais casos.

"As pessoas estão muito cansadas, mas precisamos de mais uma ajuda, para completar o círculo e nos ajudar a fazer o resto da viagem", frisou.

Ordem dos Médicos acusa Governo de não ser proativo no controlo pandémico

A falta de rastreio das pessoas que contactaram com casos positivos de covid-19 pode fazer aumentar ainda mais a incidência da pandemia, é sabido. Carlos Robalo Cordeiro do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos afirmou à Antena 1 que, mais uma vez, Portugal não foi proativo nesta questão.

VÍDEO




"Estamos numa fase de incidência grande", começou por recordar o médico pneumologista. "Se não tivéssemos a vacinação já estaríamos confinados e, agora, estamos a descurar esse aspeto que é determinante dos níveis de atividade da doença".Carlos Robalo Cordeiro lamentou ainda o facto de Portugal não estar a "rastrear todos os contactos de alto risco que deviam ser rastreados" e, por isso, "é muito fácil que essa disseminação possa acontecer".

O pneumologista lembrou também que a variante Delta é mais transmissível e, por isso mesmo, é muito importante travar as cadeias de transmissão.

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