Cuando-Cubango, o segredo bem guardado de África
A província de Cuando-Cubango é um dos segredos mais bem guardados da África. Uma área quase inexplorada pelo Homem com uma biodiversidade única, graças aos rios que cruzam a região para alimentar o Delta do Cubango.
A mais de 800 km a sudeste de Luanda, o Memorial da Vitória de Cuito Cuanavale foi o cenário da maior batalha em África desde a Segunda Guerra Mundial, agora celebrada em vários países.
O objetivo da batalha "era libertar a África Austral, libertar Nelson Mandela, dar a independência à Namíbia e também acabar com o apartheid na África do Sul, José Eduardo dos Santos disse que Cuito Cuanavale brilhou com toda a intensidade do internacionalismo. Referiam-se à libertação da África Austral, porque África, no final de contas, é um Estado e deve ser respeitado", explica o guia Joaquim Mulonzeno Quim.
Cuito Cuanavale foi em tempos ocupado por diversas forças militares estrangeiras. Hoje, com um novo aeroporto, é o centro do ecoturismo em Angola, num triângulo regional com a cidade de Maun, no Botsuana, e Cataratas de Vitória, no Zimbábue.
Com infra-estruturas recentes, a província goza atualmente de paz, campos férteis e água. O Cuanavale e o Cuito são atualmente dois rios de importância estratégica para uma região interessada em mostar ao resto do mundo os tesouros que encerra.
João Baptista Gime Sebastião, diretor assistente do Centro Turístico da Bacia do Cubango, acredita que "é o momento de mostrar ao mundo que Angola é um destino muito bom para o turismo". Em parceria com outros quatro países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, - Botsuana, Namíbia, Zâmbia, Zimbábue - numa área de quase nove mil quilómetros quadrados, Angola está a levar a cabo um projeto regional, o Kasa, para conservação da natureza e criação de um destino turístico internacional.
Também Stefan van Wyk reconhece o potencial da região. O empresário namibiano, adquiriu uma reserva natural em Cuatir, onde corre um dos afluentes do rio Cubango. Um local remoto, que decobriu depois de sobrevoar áre
Além da flora abundante, vivem na província muitas espécies animais raras e ameaçadas de extinção.
Através de uma câmara colocada num letreiro, Stefan conseguiu já registar em fotografia a passagem de alguns visitantes.
«Encontrei populações saudáveis de cavalos, antílopes, sitatungas, leopardos, chitas, cães selvagens, changos”, revela.
Nas poucas aldeias à volta, longe da agitação de Luanda ou mesmo de Menongue, a capital da província, a vida continua tranquilamente. Esta é hoje também a casa de Stefan.
"Quando saí da Namíbia, vendi tudo e vim começar aqui uma nova vida. Fazemos isto pela natureza , aqui somos basicamente um guardião da vida selvagem, da natureza. O que aqui se vê é vida selvagem, é uma das maiores áreas selvagens do mundo e é muito gratificante".
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