Os japoneses comem carne de enguia, ou unagui, há milhares de anos. O quilo do alevino da enguia-japonesa de água doce (Anguilla japonica), pode custar mais do que o atum-rabilho (Thunnus thynnus). Devido a alta demanda, as enguias jovens são criadas em fazendas e pode levar de 6 a 12 meses de trabalho antes que estejam grandes o suficiente para serem vendidas. Cozinhá-la também pode ser um desafio, de fato, o preparo adequado de unagui pode levar anos para ser dominado. |
Quando é preparado no estilo kabayaki, pode custar mais de 450 reais (segunda foto). Mas apesar do preço, a demanda continua alta, porque a captura global de enguia-japonesa diminuiu mais de 75% desde 1980, de modo que os preços podem variar muito a cada ano. Em janeiro de 2018, os alevinos de enguia, também chamados de enguias-de-vidro, custavam cerca de 182 mil reais por quilo, convertendo a enguia no peixe mais caro do Japão.
Isso era mais caro que o preço do ouro na época. Mas adquirir as enguias-de-vidro é apenas o começo, pois é necessário um ano de trabalho até que sejam grandes o suficiente para serem vendidas. O preço da enguia para consumo também não costuma ser muito barato, o preço por quilo praticado no portão das fazendas varia entre 250 e 350 reais.
Então, o que torna essas enguias tão populares? E por que são tão caras? Restaurantes especializados podem vender de 40 a 50 toneladas de enguias por ano. Apesar da Anguilla japonica ser encontrada em todo o Leste Asiático, a sobrepesca e a mudança de habitats causaram um grande declínio nas populações de enguias, diminuindo a captura, o que teve um efeito enorme sobre o preço final.
Ao contrário de outros tipos de pesca, a maioria das enguias são criadas, não capturadas como adultas. Os alevinos ou leptocéfalos (larvas) são capturados na natureza e criadas em fazendas. Nenhuma fazenda conseguiu criar enguias-de-vidro com eficiência em cativeiro. Assim, os agricultores dependem da captura
delas.
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Após uma década de pesquisa, a Coreia conseguiu produzir enguias-de-vidro em cativeiro de forma mais eficaz que a japonesa e hoje a produção de aquicultura de enguia-de-vidro compreende mais de 27% da aquicultura de água doce da Coreia. Para auxiliar no desenvolvimento, uma série de estudos pelos autores definiu as necessidades nutricionais ideais e formulações de rações sustentáveis para as enguias.
No início, a cultura da enguia na Coreia era limitada à coleta de larvas que eram cultivadas para produzir alevinos para exportação para o Japão e Taiwan para posterior criação. Agora, a Coreia cria enguias-japonesas não apenas para alevinos, mas também até tamanhos comercializáveis.
Depois do custo das próprias enguias, alimentá-las de duas a três vezes por dia, durante seis meses a um ano, é ainda mais caro. A ração é o resultado de uma mistura de farinha de peixe, trigo, farinha de soja e óleo de peixe.
Depois do período de engorda e crescimento, quando elas alcançaram um bom tamanho comercial, elas são classificadas por tamanho para determinar onde serão entregues, pois quase toda a produção já foi vendida com meses de antecipação.
No Japão e na Coreia, as enguias são consumidas o ano todo, mas o consumo atinge o pico no verão, e isso se tornou uma grande parte de algumas economias locais. Mas a alta demanda tem causado preocupação. Em 2014, as enguias-japonesas foram classificadas como ameaçadas de extinção e, devido à baixa captura doméstica.
As autoridades tem envidado esforços para melhorar a população de enguias, como regulamentar a pesca, soltar enguias adultas na água e pesquisar como criar enguias-de-vidro em cativeiro. Mas o futuro das enguias-japonesas ainda não está claro e o preço provavelmente aumentará com a demanda.
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