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terça-feira, 6 de julho de 2021

POSTAL DO DIA - Maria de Fátima Bonifácio


 POSTAL DO DIA

Maria de Fátima Bonifácio

1.
Na semana passada a historiadora Maria de Fátima Bonifácio voltou a publicar um texto no Público.
Depois da polémica opinião sobre ciganos e negros, de um texto legitimador do Chega e de incontáveis diatribes sobre a dependência do Estado da choldra que é Portugal, eis que Bonifácio continua na sua passada larga rumo aos braços de uma direita musculada que ouse pôr o sistema em sentido.
É curioso que os seus textos nunca têm a coragem de apelar ao apoio ao Chega – uma intelectual como ela ou Jaime Nogueira Pinto dificilmente assumem um apoio de frente a um projeto político que, apesar do apoio tácito, é um lugar frequentado por pessoas desagradáveis, ressentidas e pouco letradas.
Por um lado, apoiam.
Mas por outro, distância – afinal, o povo é ensurdecedor e desagradável.
2.
Sempre que leio Maria de Fátima Bonifácio – inegavelmente culta e inteligente, pelo menos tão culta e inteligente como arrogante e maldisposta com a vida –, irrita-me sempre para lá do que deveria ser normal.
Na semana que passou, num texto intitulado “Bazuca”, voltou a dizer mal da dependência do Estado.
Do número astronómico de funcionários públicos.
Do número ainda mais astronómico de portugueses que, direta ou indiretamente, dependem do ordenado pago pelo Estado.
Da absoluta necessidade de uma reforma absoluta que trave esta dependência de tanta gente, uma dependência que não nos faz crescer, etc, etc, etc.
A determinada altura da sua crónica escreveu sobre a Iniciativa Liberal e disse tudo o que eu precisava de saber.
Eles até tinham boas ideias, mas são muito bem-comportados.
E isto não vai lá com meninos bem-comportados.
Não é preciso ser muito inteligente para perceber onde quer chegar.
3.
Maria de Fátima Bonifácio sempre viveu à sombra do Estado.
Podia ter ido trabalhar para uma universidade estrangeira.
Podia ter aceitado algum convite e trabalhar para uma universidade privada. Podia ter montado uma editora liberal ou outra coisa qualquer, certamente que ideias não lhe devem ter faltado.
Mas não…
Licenciou-se em História pela Faculdade de Letras.
Estado.
Doutorou-se em História pela Faculdade de Letras.
Estado.
É investigadora no Instituto de Ciência Sociais.
Estado.
Entre 1980 e 2006 foi professora na Nova.
Estado.
Muitos dos seus livros foram editados pela própria universidade.
Estado.
4.
Vamos lá a ver.
Eu não discuto a sua qualidade.
E não discuto a sua mais-valia como professora ou investigadora.
Mas vê-la sistematicamente diabolizar o Estado faz-me contas ao dinheiro que nos custou a sua educação e a sua vida académica absolutamente dependente do mesmo Estado que tanto despreza.
Que lata!

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