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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Tancos. “Tudo o que o meu cliente subtraiu foi integralmente devolvido”

 

João Paulino é suspeito de liderar o assalto a Tancos

Advogado de João Paulino disse à entrada do julgamento que este era o momento histórico para o alegado líder do assalto de Tancos esclarecer toda a verdade sobre o assalto


À entrada para o julgamento do caso de Tancos, que começa esta segunda-feira no tribunal de Santarém, Carlos Melo Alves, advogado de João Paulino, o alegado líder do assalto, garantiu aos jornalistas: “Tudo o que o meu cliente subtraiu foi integralmente devolvido”.

O advogado defendeu ainda que este é o momento em que Paulino pretende esclarecer toda a verdade. “Eu acho e ele acha que este é um dever histórico que ele tem”.

E o que é que significa dizer toda a verdade? “É assumir tudo. 

Desde o envolvimento no furto com em relação à encenação”.

Sobre os benefícios penais que João Paulino pode eventualmente receber ao ter entregado o material de guerra, como uma possível redução de pena, Melo Alves respondeu: 

“São os benefícios que a lei impõe: quem devolveu aquilo que subtraiu tem de ter determinados benefícios. 

É isso que vamos pedir.”

O julgamento daquele que foi designado como o “roubo do século” começa esta segunda-feira no Tribunal de Santarém e junta no banco dos réus o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes, os assaltantes dos paióis de Tancos e altas patentes da GNR e da Polícia Judiciária Militar (PJM). 

E promete polémica, tal como tem acontecido ao longo dos últimos três anos. É que a maioria dos 23 arguidos já avisou que não vai remeter-se ao silêncio e haverá versões para todos os gostos.

O caso está dividido entre o assalto aos paióis de Tancos na madrugada de 28 de junho de 2017 por um grupo de homens liderado pelo ex-fuzileiro João Paulino que roubou armas, explosivos e munições do Exército; mas também incide na investigação aos militares da GNR e da PJM que levaram a cabo uma ação ilegal para recuperar o material de guerra à revelia do Ministério Público e da PJ civil, que detém o inquérito do caso. Segundo o MP, o então ministro da Defesa tinha conhecimento da operação clandestina.

Os crimes que vão ser julgados são os de terrorismo, associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação, falsificação de documentos, a tráfico de influência, abuso de poder, recetação e detenção de arma proibida.



expresso.pt

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