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terça-feira, 13 de julho de 2021

Algarvios gostam de ter turismo mas condenam barulho, lixo e aumento do custo de vida


 www.tsf.pt /


Uma equipa de investigadores do CinTurs - Centro de Investigação em Turismo, Sustentabilidade e Bem-Estar, da Universidade do Algarve está a desenvolver desde 2019 o projeto RESTUR, um projeto que visa estudar as atitudes e comportamentos dos residentes perante o setor turístico.

Dos mais de 2 mil inquéritos realizados nos 16 concelhos do Algarve, os investigadores chegaram à conclusão que os residentes na região valorizam os impactos económicos do turismo, uma vez que o setor contribui para aumentar as oportunidades de emprego e a criação de negócios e serviços. Mas há também o reverso da medalha: os residentes inquiridos nos 16 concelhos da região consideram que o turismo não traz só sinais positivos e revelam um conjunto de preocupações: a degradação ambiental, o aumento da poluição, os problemas de trânsito, o barulho, lixo e a ocupação excessiva das áreas naturais.

Queixam-se também da especulação imobiliária, "há o sentimento de que o preço dos terrenos, o preço das casas acaba por estar inflacionado, o preço dos bens essenciais e a qualidade de vida em geral", explica Patrícia Pinto, coordenadora do estudo e professora na Faculdade de Economia. Os algarvios lamentam ainda a falta de investimento nas infraestruturas e espaços verdes e a diminuição do poder de compra dos turistas e dos residentes.

Grande parte dos inquiridos afirma que o turismo contribui para o reconhecimento, prestígio e imagem do Algarve, estimulando as atividades culturais e as tradições locais. Mas por outro lado, acreditam que o setor contribui também para aumentar o stress dos residentes e o aumento do consumo de álcool e drogas.


SOM ÁUDIO




Muitos dos que responderam aos inquéritos do estudo da Universidade do Algarve desempenham profissões ligadas ao turismo ou admitem ter algum familiar a trabalhar no setor.

Embora reconheçam que o turismo tem contribuído para melhorar o sistema de sinalização na região ou a limpeza dos espaços públicos, mostram-se insatisfeitos com os poucos benefícios que recebem do poder central nomeadamente ao nível das infraestruturas, na educação e saúde, que consideram ser insuficientes ou de má qualidade.

Outra das preocupações manifestada é a excessiva sazonalidade do setor e com a pandemia a diminuição do número de turistas e consequente desemprego da população local.

Neste estudo foi perguntado que sugestões dariam os inquiridos para melhorar a qualidade de vida na região e foram enumeradas algumas como a criação de alternativas ao sol e praia, a preservação do património histórico e ambiental, a criação de mais eventos e a aposta nas infraestruturas e espaços verdes.

Quantos ao choque cultural trazido pelo turismo, se os algarvios estão habituados a consumir peixe grelhado muito diferente dos hábitos dos que vêm de fora que preferem hambúrgueres ou "fish and chips", talvez por isso referem que, embora tratem com respeito quem chega à região, não se identificam culturalmente com os turistas. No entanto, curiosamente os que lidam mais de perto com os estrangeiros sentem-se mais felizes. "Entre as pessoas que se sentem mais felizes são aquelas que percecionam mais favoravelmente os impactos da atividade turística", garante a coordenadora do estudo.

Apesar de tudo, os algarvios consideram que a região deve continuar a apostar no setor no entanto não se mostram dispostos a pagar impostos ou taxas em prol do desenvolvimento turístico. O estudo foi realizado durante a época baixa e vai continuar a fazer inquéritos durante os meses de julho e agosto, época alta do turismo.

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