Nas montanhas do Hindu Kush no Paquistão, vivem mais ou menos seis mil habitantes, o povo Kalash, que são muito diferentes de seus vizinhos. Eles afirmam viver na região há milhares de anos e todos mais se parecem com turistas europeus vestindo roupas típicas da região do que nativos. Muitos dos Kalash são loiros de olhos azuis, uma anomalia no Paquistão. Alguns acreditam que eles são descendentes do exército de Alexandre, o Grande, embora suas verdadeiras origens étnicas sejam praticamente desconhecidas. |
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Eles têm uma visão muito diferente, dos muçulmanos em torno deles, sobre a vida: eles são politeístas e têm um folclore completamente diferente -que já foi comparado com a da Grécia antiga-.
Testes de DNA realizados, no entanto, não revelaram qualquer ligação com o povo grego. Contudo, embora não haja suporte genético para uma origem grega, as análises com os Kalash também não detectaram nenhuma relação com linhagens do leste ou do sul da Ásia.
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Levando-se em conta o desvio genético pensaram então que os Kalash eram originários da Europa Oriental, Oriente Médio ou do Cáucaso. No entanto, uma outra série de testes sugeriu que talvez o povo Kalash seja de fato indígena com algumas contribuições insignificantes de povos estrangeiros. Em outras palavras, tudo leva realmente a crer que o os Kalash são mesmo autóctones.
Eles vivem no Kalasha Desh -que se traduz como os três vales do Kalash- e que é o limite da faixa de seu povoado. Há apenas cerca de cinco mil falantes da língua Kalasha, que em termos de idiomas significa que está criticamente em perigo. No entanto, pensa-se que o idioma provavelmente nunca teve mais do que alguns milhares de falantes, em qualquer época.
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Como os seus números são muito pequenos, a cultura dos vizinhos teve um grande impacto sobre a tribo. Muitos dos Kalash, ao menos 50%, se converteram ao islamismo, alguns dizem que foi por livre-arbítrio, mas há quem diga que foram forçados ao Islão. Eles ainda praticam muitos dos aspectos tradicionais da vida Kalash. Um terceiro vale, conhecido como Birir, ainda se apega ao modo de vida tradicional Kalash.
O povo Kalash é muito simples e pobre; em verdade eles são agricultores de subsistência. Suas casas são normalmente feitas com troncos de cedro-do-himalaia, geralmente empilhadas umas em cima das outras nas encostas vertiginosas.
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No entanto, mesmo que as casas, muitas vezes pareçam precárias, elas são construídas sobre bases de pedra sólida. Muitos têm colmeias embutidas, para que os aldeões sempre tenham mel por perto. A vida é, contudo, difícil. Surtos de cólera ainda acontecem regularmente nestas aldeias remotas.
Estranhamente a troca de marido ocorre frequentemente entre as mulheres casadas. A mulher escreve para o futuro noivo e oferece sua mão, informando quanto seu marido anterior pagou por ela.
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Na aldeia também existe uma casa chamada "bashelini: um local onde as mulheres menstruadas ficam até que recuperem a "pureza" e onde realizam rituais antes que ela possa retornar a seu marido.
O povo Kalash é protegido pelo governo do Paquistão, mas seu futuro é incerto, especialmente se a religião declinar para a teocracia, já que recentemente aconteceram incursões do Talibã na região. No entanto, seu relativo isolamento pode muito bem garantir a sobrevivência dos Kalash.
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