MELILLA, Espanha (Reuters) - A última estátua do ex-ditador espanhol Francisco Franco foi removida nesta terça-feira dos portões da cidade de Melilla, um enclave espanhol e cidade autônoma no noroeste da costa africana.
Sem muita cerimônia, um grupo de trabalhadores operou uma escavadora mecânica e broca pesada para destruir a plataforma de tijolos na qual a estátua ficava, levantou a peça com uma corrente ao redor do pescoço e a levaram embora embalada em plástico na caçamba de uma caminhonete.
A estátua, erguida três anos após a morte de Franco em 1978, celebrava seu papel como comandante da Legião Espanhola na Guerra do Rife, um conflito travado nos anos 1920 por Espanha e França contra as tribos Berberes da região montanhosa do Rife, no Marrocos.
“Este é um dia histórico para Melilla”, disse na segunda-feira Elena Fernández Trevino, encarregada de Educação e Cultura no enclave após a assembleia local votar pela retirada do monumento, apontando que aquela era “a única estátua dedicada a um ditador ainda na esfera pública na Europa”.
Apenas o partido de extrema-direita Vox votou contra a medida, argumentando que a estátua celebrava o papel militar de Franco, e não sua ditadura, e desta maneira a Lei de Memória Histórica, um estatuto de 2007 que pede a retirada de todos os símbolos ligados ao regime de Franco, não deveria ser aplicada.
O governo espanhol fez diversas remoções importantes por conta dessa lei, incluindo a tomada do palácio de verão do ex-ditador de seus herdeiros em setembro.
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