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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

A atual "Guerra Santa"

 mybrainsociety.blogspot.com


conflito na Faixa de Gaza
conflito na Faixa de Gaza
territórios israelita e palestiniano

cruzadas na Guerra Santa na Idade Média

A guerra santa é uma causada principalmente por diferenças de religião. 

Desde o início da criação das religiões que estas guerras exitem. 

Na era moderna, o conflito mais conhecido é talvez o de Israel contra a Palestina (Cisjordânia e Faixa de Gaza).

No cristianismo, somente na alta Idade Média surgiu a noção de Guerra Santa, como instrumento ao qual a Igreja recorreu para defesa de interesses superiores da ordem religiosa, mais concretamente, da "civilização cristã". 

Esta guerra nasceu da necessidade de opor uma resistência de toda a Cristandade às invasões dos Bárbaros, Muçulmanos e, por fim, dos Otomanos. 

A guerra contra os não-cristãos foi tida por Guerra Santa, daí a bênção pública e solene das armas. Só após o desagregamento do império carolíngio o Papado tomou a seu cargo estas guerras (séc. X), das quais as mais populares foram as Cruzadas. 

A Guerra Santa para os muçulmanos tem também um carácter ofensivo: para eles a jihâd é a luta contra os inimigos de Deus, principalmente os politeístas, e a própria difusão do Islão através das armas.

O conflito israelo-palestiniano tem início em 1967, quando, na sequência da Guerra dos Seis Dias, Israel ocupa a Margem Ocidental do Jordão (território de 5400 km2 e cerca de 900 000 habitantes, 97% dos quais palestinianos, mas em que as melhores terras são de colonos judeus) e a Faixa de Gaza (com 1000 km2 e cerca de 600 000 habitantes, palestinianos, só formalmente israelita em 1973), ambos até 1994. 

Após essa data, negociações entre Israel e a OLP originam um acordo de autonomia limitada para os palestinianos em Gaza e grande parte da Margem Ocidental, ambos os territórios à espera de estatuto definitivo.

Historicamente, há um conjunto de factos e situações que ajudam a definir este grave problema israelo-palestiniano. 

Em 1977, o presidente do Egito Anwar al Sadat visita Israel, dadas as possibilidades de autonomia para a Palestina. 

No ano seguinte (1978), os Acordos de Camp David não chegam a ser cumpridos, endurecendo Israel a sua posição e propondo mais colonatos para aquelas regiões.

Em 1985, toda a Margem Ocidental é controlada diretamente por Israel. É feita concessão de independência à Palestina, paralelamente a tentativas de paz para a região que, contudo, se goraram pela recusa da OLP em reconhecer o Estado de Israel e a recusa deste em negociar com o que consideram ser uma organização terrorista. 

A violência árabe nos territórios ocupados é frequente. Em janeiro de 1988, acontece a intifada, com greve de 120 000 palestinianos que trabalhavam em Israel, país que exerce uma dura repressão, não se antevendo, porém, uma solução de longo prazo. 

Nesse mesmo ano, a Jordânia abandona os laços que mantinha com a Margem Ocidental, permitindo à OLP declarar um Estado independente palestiniano. A OLP aceita a Resolução 242 da ONU, reconhecendo o direito à existência de Israel.

Em 1992, com a chegada da coligação trabalhista de Yitzhak Rabin ao poder, são visíveis progressos relativamente à paz. Paralelamente, o Hamas, grupo islâmico palestiniano acusado de muitos atentados antijudeus, com dezenas de mortos, opõe-se a qualquer acordo com Israel e cativa muitos palestinianos.  Inúmeras questões, porém, encontram-se em aberto neste conflito. 

Com as anexações da Faixa de Gaza e da Margem Ocidental, Israel hesita entre conceder cidadania aos árabes ou excluí-los do processo democrático. O crescente poder do Hamas e da resistência armada palestiniana traz dificuldades à incorporação dos territórios ocupados em Israel, onde alguns grupos de direita os consideram parte de Israel. 

A maior parte da população dos territórios ocupados apoia a OLP, havendo, contudo, algumas divergências no seio desta. 

Os mais radicais não alinham na moderação Yasser Arafat, líder da OLP. Israel tem que manter a lei e a ordem e ao mesmo tempo conter os extremistas, para além de ter que concretizar os Acordos de Oslo, de 1993. 

Outra questão importante é a da invasão do Sul do Líbano em 1982, para conter os ataques do Hezbollah e da guerrilha palestiniana a partir daquele país.

O processo de paz entre Israel e a OLP começa com o Acordo B de Oslo, em 1995. 

Alarga-se a autonomia para a Margem Ocidental e aumenta o território governado pela ANP (Administração Nacional Palestiniana), que antes se estendia apenas à Faixa de Gaza e a Jericó e, em fins de 1995, inclui mais 6 cidades da Margem Ocidental. 

Em janeiro de 1997, depois de atrasos e de relutâncias, Israel devolve também Hebron. Porém, a desconfiança mútua e a violência ameaçam o processo de paz, antes de se chegar ao debate do "estatuto final". 

Do mesmo modo, não se cumpre o prazo de retirada das tropas israelitas das zonas rurais. Yasser Arafat, "presidente" do Conselho Executivo Palestiniano, eleito em 1996, arrisca-se permanentemente a perder credibilidade e apoio entre os palestinianos radicais.

Em novembro de 1995, Yitzhak Rabin é assassinado. Sucedem-se ações de guerrilha do Hamas, todas elas sangrentas, como foram os ataques suicidas em Israel em meados de 1996, retaliando o assassinato de um líder bombista do Hamas por forças de segurança israelitas. Esta agitação e violência aumentaram a pressão sobre o governo de Israel para circunscrever e isolar as zonas autónomas palestinianas.

Ainda em meados do mesmo ano, o governo israelita de direita de Benjamin Netanyahu, partidário de uma posição mais dura e menos preparado para o fim do estabelecimento de colonatos judeus na Margem Ocidental, foi, apesar de tudo, pressionado para manter os acordos de paz. 

Procedeu-se à libertação de alguns presos políticos palestinianos. Porém, os conflitos em alguns locais sucederam-se, tendo-se agravado em setembro/outubro de 2000. Esta situação pôs em causa o processo de paz.

A Intifada de Al-Aqsa começou no fim de setembro de 2000, na época em que o líder da oposição israelita Ariel Sharon e um grande contingente de guardas armados visitaram Jerusalém. Amplos motins e ataques eclodiram aí e em muitas das grandes cidades israelitas, e espalharam-se por toda a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. 

Ariel Sharon foi escolhido como novo primeiro-ministro em 2001 durante uma eleição especial. Durante o seu mandato, Sharon realizou seu plano de retirada unilateral da Faixa de Gaza e também liderou a construção da barreira israelita da Cisjordânia, para dificultar os atentados terroristas de palestinianos. Com a eleição de Ariel Sharon, Israel passou a negar qualquer negociação com os palestinianos sem antes cessar os frequentes ataques terroristas aos civis israelitas.

Em 2004, morre Yasser Arafat. 

A Autoridade Palestiniana passa ao eleito Mahmud Abbas. 

Em 2005, Israel evacuou e destruiu de forma unilateral os assentamentos judeus e os postos militares avançados israelitas da Faixa de Gaza e do norte da Cisjordânia (Plano de retirada unilateral de Israel). 

Entretanto, apesar de ter conquistado a soberania sobre Gaza (mas não sobre a Cisjordânia), os palestinianos entraram num conflito interno que ocasionou a tomada de poder pelo Hamas da Faixa de Gaza e o recrudescimento dos ataques com mísseis caseiros contra Israel a partir desta região, paralisando novamente as conversações de paz.

Em 2006 o Hamas, que não reconhece a existência de Israel, é eleito democraticamente através de voto popular e obtém a maioria das cadeiras no Parlamento Palestiniano. 

No final de Dezembro de 2008, o cessar-fogo entre o Hamas e Israel acabou após foguetes serem disparados a partir da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas. Israel respondeu com uma série de intensos ataques aéreos. Em 3 de Janeiro de 2009, tropas israelitas entraram em Gaza marcando o início de uma ofensiva terrestre.


Em 2 de setembro de 2010, sob a mediação do presidente norte-americano, Barack Obama, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmoud Abbas, concordaram em retomar negociações de paz diretas, após uma interrupção de 20 meses. 

Contudo, os últimos anos têm sido marcados por acentuados confrontos entre o Hamas e Israel, enquanto as negociações com a ANP estagnavam. 

Em 2012, um conflito de uma semana na Faixa de Gaza terminou com a morte de mais de 200 pessoas (a maioria palestinianos). 

Em 2014, o governo israelita lançou uma nova ofensiva contra Gaza, que ainda está em andamento e já deixou centenas de mortos. 

Os recentes conflitos são caracterizados por bombardeios aéreos maciços por parte de Israel, que terminam fazendo várias vítimas inocentes, e pelo lançamento indiscriminado de foguetes pelos militantes palestinianos, que acabam atingindo primordialmente a população civil israelita.

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