Os primeiros tempos...
115 Anos: O Percurso de Vida Para 24 Idealistas
Comemoramos o colectivo. A consumação de uma Ideia que depois se transformou num Ideal generoso e de superação.
Em tempos...há dois anos
Foi possível saber que os 24 fundadores eram muito jovens, com uma média de 20 anos . Apesar dessa juventude, os 24 Fundadores souberam - por amor a essa Ideia original e inovadora - "fazer um team só com portugueses" juntando miúdos do bairro de Belém sedentos de vitórias com um grupo de casapianos veteranos "bons de bola".
Agora é possível perceber o seu percurso de vida
Com uma investigação notável Victor João Carocha conseguiu balizar o percurso de vida da maioria dos Fundadores. Para já passamos a conhecer o tempo que cada um viveu antes e depois do "Glorioso" nascer nesse Dia do Ideal Solidário (24 pares entre pares), sem protagonismos de um sobre os outros, com escolhas democráticas que iriam ser um dos pilares do Benfica para sustentar uma Glória Imorredoira.
O que dá mais prazer nestas descobertas
Além de resgatar para a memória colectiva, esses 24 pioneiros, ou seja, como escreveu Luís de Camões "libertá-los da morte" que tudo faz esquecer, é também perceber que quase todos tiveram uma vida biológica que lhes permitiu perceber que aquele gesto na Farmácia Franco não foi efémero, muito menos episódico. A maioria viveu para ter a noção que a fundação do Clube, teve um significado amplo e grandioso. Ao reunirem-se e fundarem o Clube iniciaram a vida do maior e mais popular clube português e um dos mais notáveis no Futebol Mundial. E perceberam ao longo das suas vidas que isso estava a ser uma realidade.
Quase todos viram o Benfica fazer o primeiro TRI
No campeonato nacional entre 1935/36 e 1937/38. Bem como a primeira «dobradinha», em 1942/43. Todos viram o Benfica ser altaneiro no futebol português, com oito títulos de campeão regional em onze temporadas (1909/10 a 1919/20). Viram o Benfica "só com portugueses" derrotar os ingleses do Carcavellos Club, em 1907, 1910 e 1911. Quase metade viu a conquista da Taça Latina (1950) e houve ainda quem visse que partindo-se de um pequeno grupo que dava para fazer treinos jogados de onze contra onze, o Clube chegou à Glória de se sagrar Bicampeão Europeu, em 1960/61 e 1961/62. Que orgulho não devem ter tido.
HISTÓRIA DO SPORT LISBOA E BENFICA 1904/1954; MÁRIO DE OLIVEIRA E REBELO DA SILVA; I VOLUME, 1.º FASCÍCULO; PÁGINA 13; LISBOA, JANEIRO 1954; EDIÇÃO DOS AUTORES
O tempo justificou na perfeição os trabalhos e canseiras de carregar barrotes e redes, regadores e cal, bandeirolas e cordas com o rectângulo de jogo definido para marcar terrenos públicos, em Belém, para poderem jogar e treinar. De modo algum foi incómodo e inadequado, face aos meios existentes, a necessidade inicial de partilhar as Gloriosas camisolas já suadas do jogo anterior, de se equiparem ao ar livre e de tomarem banhos improvisados com um balde de água fria deitado sobre as suas cabeças. Tempos difíceis, só suportáveis por Homens de rija têmpera, acima de tudo crentes naquele Ideal generoso e de superação.
Vinte e quatro indomáveis legaram a milhões um Clube com classe e irascível em nunca desistir, de não querer nunca perder ou sequer empatar. Um Clube que sabe ganhar e reconhecer a superioridade do adversário na derrota mas com isso aprende para depois os vencer na desforra (jogo seguinte).
No seu túmulo, os 24 Fundadores descansam para a eternidade, credores perenes do carinho e reconhecimento dos actuais Benfiquistas e daqueles que hão-de vir. Sabemos agora onde a maioria repousa.
HOMENAGEM
O Benfiquismo é Assim
Há muito que se encontra esgotada e é uma obra monumental
Elaborada por dois Benfiquistas, à sua custa (foi edição de autor) publicada em fascículos mensais depois encadernados - capas também vendidas - após cada série de fascículos - eu ainda consegui comprar no início dos anos 80 numa livraria localizada na avenida da Igreja, talvez com o nome de "Multinova". Ou seja, uma parte dos fascículos encadernados em dois volumes sobreviveu-lhes. Para grandeza do Clube e deleite dos Benfiquistas.
Aquando da criação do Centro de Documentação do Benfica
Proposto aqui por quem está a escrever este texto, numa reunião, em Abril ou Maio de 2009 (antes da campanha eleitoral para 2009, pois a criação de um Museu faria parte do programa de Luís Filipe Vieira), estando presentes entre outros Domingos Soares de Oliveira, Alcino António e António Ferreira. Indiquei que um Centro de Documentação seria fundamental para a ideia de se construir o Museu, podendo ter várias funções. Uma das valências que indiquei foi disponibilizar documentação que se iria digitalizar "não classificada", ou seja, publicações que são públicas como jornais, livros, "Relatórios e Contas", várias revisões dos Estatutos e Regulamentos Gerais, por exemplo, aos associados. Nunca o quiseram fazer. O objectivo da minha proposta era reunir documentação, preservá-la, mas também dar a conhecer a grandeza do Clube, facilitar as pesquisas a quem as quisesse fazer e respeitar os associados pois se estes pagam devem ter direito a ter acesso (e facilitado) a documentação do Clube que está disponível noutros locais, como Bibliotecas e Hemerotecas. Recusaram sempre no sentido de não quererem que alguém saiba mais do que eles que têm o acesso privilegiado, quando esses eles nem querem saber dessas publicações para nada, a não ser, que tenham que fazer algum trabalho que os obrigue a ler. Muito me custou mas «manda quem pode, obedece quem deve».
O ideal seria ter acesso a muito mais documentos
Este blogue sempre que é possível vai disponibilizando lamentando não poder ceder mais informação histórica. Resta agradecer a generosidade dos Benfiquistas que têm consideração para com o blogue e enviam o que têm. Obrigado.
Agora, pelo menos, este documento que até é globalmente o melhor
Pois está estruturado como uma história cronológica ficará disponível aqui no blogue para quem o quiser consultar e estudar. É também uma forma de homenagear os dois autores - Mário Fernando de Oliveira e Carlos Rebelo da Silva - que tanto tempo ocuparam, tantas viagens fizeram, tanto documentação leram para que os vindouros soubessem como nasceu e cresceu o Clube que amamos e eles também. Obrigado aos dois.
Claro que eu só disponibilizo o blogue
O trabalho de digitalizar as quase 1200 páginas foi de um Benfiquista que sabe interpretar o Benfiquismo. Partilha.
Não o conheço pessoalmente pois recebi a nossa monumental história via correio electrónico. Ele nem estará interessado em que se saiba quem é, mas não posso deixar de aqui colocar o nome - Miguel Amaral - pois será útil para todos, até para mim visto que os meus volumes com tantas digitalizações já não estão lá em muito bom estado físico e agora podem ter o merecido descanso.
Que seja útil para quem gosta de perceber como surgiu o Clube
E o porquê de se ter erguido bem alto superando os outros. Quem ler esta história perceberá com facilidade que foi o modo como se organizou e desenvolveu o Benfica que permitiu fazer dele a referência do desporto em Portugal. E nem foi necessário estar a fazer comparações com outros clubes. Os autores apenas mostram e ilustram como se tomaram as decisões e como elas tiveram impacte no crescimento sustentado do Clube. Eis um romance apaixonante, escrito por dois apaixonados para quem tem paixão pelo Benfica.
É isto o Benfiquismo. Partilha. Generosidade.
Alberto Miguéns
1904 Não é 1908. Vocês Sabem Do Que Eu Estou a Fala
NOTA INICIAL: A complexidade do texto (explicações) e encaixe das digitalizações não permitem ter o texto completa pela meia-noite, mas como está o essencial decidi manter a edição. Vou continuar a "trabalhar nele" até me dar por satisfeito. ESTÁ FEITO! Quatro da matina!
Muito longe de Belém, mais a norte fundava-se um clube, tal como floresciam noutros locais da cidade inúmeras colectividades desportivas na ânsia de se afamarem no Futebol. Em Benfica, a 26 de Julho de 1906, era fundado o Grupo Sport Benfica. Clube muito bem organizado, com associados endinheirados entre a burguesia comercial do bairro e alguma aristocracia rural das quintas de Benfica que ocupavam 95 por cento de território no vasto Termo de Lisboa. Mas o Verão foi penoso para o Sport Lisboa. "Fartos" das balizas às costas e com condições precárias para se equiparem, treinarem e jogarem dá-se a debandada dos melhores futebolistas para outros clubes. A maior parte para o Sporting CP - que tinha boas infraestruturas mas fracos futebolistas - mas também para outros emblemas como o Foot-Ball Cruz Negra.
Entretanto, em Benfica, continuavam os melhoramentos na Quinta da Feiteira, até com uma Sede nova. Havia muita actividade - mais recreativa que desportiva - baseada no ciclismo e o atletismo, embora neste uma equipa do clube fizesse sucesso ao conquistar a I Maratona Nacional (20 de Outubro de 1907), Mas...continuava era a faltar o Futebol. E um clube sem futebol "não vai longe". O Clube teve tão grande progresso que alterou a designação de Grupo Sport Benfica para Sport Club de Benfica, em 1 de Março de 1908. E presume-se que a sigla do emblema também, embora pouco se saiba - ainda - disso! NOTA: Nem o emblema era bicolor (preto e branco) pois decerto que era muito mais colorido. Só quem não tinha imaginação - eu nunca vi emblemas ou brasões sem serem muito coloridos - fazia emblemas como que a adivinhar as fotocópias de cem anos depois!
Os artigos 7.º e 8.º não foram aceites, bem como o nome
O artigo 8.º (equipamento) foi recusado por Félix Bermudes (do Sport Lisboa) e esta recusa acabou aceite pelos dirigentes do SCB que perceberam que as "flanelas vermelhas" já tinham um valor muito grande. Eram gloriosíssimas por conseguirem derrotar os invencíveis do Cabo Submarino;
O nome inicial proposto pelo SCB foi recusado pelo SL mas a sugestão de Félix Bermudes acabou aceite pelos dirigentes do SCB quando ao lermos a acta anterior, n.º 93, parece que não iriam ceder no nome visto ser tão importante para eles.
(clicar em cima da imagem para obter uma melhor visualização)
Ainda havia "gente de 1908" viva e recomendável em 1 de Dezembro de 1954
Ou de evitarem não indicando os nomes:
Eis um exemplo de sermos duplamente felizes enquanto Benfiquistas:
1. Termos uma história transparente por isso Gloriosa;
2. Sabermos que devido á dedicação (poucos desistiram) alguns dos nossos pioneiros ainda viram grandes realizações desse minúsculo clube que um dia criaram ou ajudaram a engrandecer. No caso de Faria Leal viu o Benfica dominar o Campeonato de Lisboa nos anos dez, ser TRI entre 1935/36 e 1937/38, conquistar a Taça Latina em 1950 e desfilou na "Saudosa Catedral" em 1 de Dezembro de 1954 num estádio para 30 mil pessoas. Ele que vira as "flanelas vermelhas" andarem de baliza às costas. Faleceu em 18 de Agosto de 1956 com a noção, como Benfiquista, de dever cumprido!
O que se trata é do dia (28 de Outubro de 1911) da publicação no jornal "Os Sports Illustrados" de uma entrevista a Cosme Damião onde este traçou os caminhos da modernidade para o Clube. Princípios teóricos, pensados e amadurecidos mas que levou à prática. Grande Cosme Damião. No final umas breves notas de resumo das ideias dele e da consumação de Ideal. O principal é deleitarmo-nos com o modo como ele Benficou pela primeira vez.
Esta que eu conheça é a quinta entrevista a Cosme Damião desde 1904. Em sete anos cinco entrevistas, algumas curtas, mas esta tem uma "espessura" imponente. Depois desta conheço-lhe mais sete com destaque para a última, publicada em 5 de Março de 1945 no jornal "A Bola" n.º 11. Por motivos diferentes são as duas grandes entrevistas - não só em tamanho - ao nosso Pai Benfiquista. A de 1945 é sobejamente conhecida e fez com que o entrevistador, o jornalista Mário de Oliveira, percebesse que estava no tempo certo para pesquisar e escrever a História do Clube. Esta em 1911 é importante a outro nível. Marca a fronteira entre o que era mais um clube e como transformariam os Benfiquistas um clube em "O Clube" de Portugal e dos portugueses. Vejamos as ideias principais e como/quando foram concretizadas. Cosme Damião não era de dizer e não fazer.
NOTA: Só agora é que me apercebi que tinha este texto programado há vários meses mas... incompleto. A derrota irritou-me tanto que fez esquecer esta efeméride. Peço desculpa mas vou terminar. Daqui a uma hora estará concluído. São 00:48 horas da matina. Penso que tendo, pelo menos, 20 notas finais estas estarão concluídas. Boas leituras!
01. O Benfica (Clube) necessitava de deixar um bairro periférico (Benfica) para instalar-se no centro da cidade onde era popular e necessitava de aumentar a acessibilidade à sua Sede;
02. O Benfica (Futebol) projectava viagens ao estrangeiro e colaborar com iniciativas para trazer a Lisboa grandes equipas de clubes afamados para que os futebolistas percebessem as cambiantes tácticas e a importância da forma física para marcar golos, vencer jogos e conquistar títulos e prestígio;
03. O Benfica (Clube) desejava ter delegações nos locais onde tradicionalmente "recrutava" os futebolistas - Belém/Casa Pia de Lisboa e Benfica - e onde continuava a ter um número elevado - e sempre em expansão - de associados;
04. O Benfica (Futebol) era cada vez mais ambicioso não descurando o imediato em detrimento dos projectos para o Futuro;
05. O Benfica (Clube) aproveitava os futebolistas/dirigentes que por motivos essencialmente profissionais (mas também familiares) deixavam Lisboa rumando aos quatro cantos do País para aí instalar as futuras Filiais do Clube;
06. O Benfica (Futebol) tinha a ambição de premiar a assiduidade e capacidade de esforço daqueles que engrandeciam o Clube elevando-os a Sócios de Mérito entre outras distinções;
07. O Benfica (Clube) queria estar na vanguarda do desporto não sendo só um clube de futebol mas sim uma agremiação desportiva a praticar todos os desportos a que os associados quisessem aderir;
08. O Benfica (Instituição) queria ser uma força social organizando actividades muito para lá do âmbito desportivo;
09. O Benfica (Clube) desejava melhorar as suas infraestruturas desportivas para optimizar as condições de excelência para que os futebolistas e demais atletas pudessem evoluir e conseguir honrar cada vez mais e melhor a Instituição;
10. O Benfica (Formação/Futebol) dando importância ao "grupo infantil" sendo pioneiro ao separar os jovens dos veteranos que era o que ocorria muitas vezes na quarta categoria: jogarem miúdos de 16 anos com homens com 45;
11. O Benfica (Instituição) passar para a vanguarda da inovação e desenvolvimento das associações desportivas em Portugal;
12. O Benfica (Formação/Sócios) tentando que os associados revelassem alguma aptidão para determinada modalidade de modo a representarem o clube em competições desportivas;
13. O Benfica (Instituição) dispondo-se mesmo a organizar competições e provas substituindo e complementando as entidades oficiais;
14. O Benfica (Futebol) já tinha efectuado o primeiro jogo internacional, frente ao Stade Bordelais Université Club, em 22 de Maio de 1911;
15. O Benfica (Clube) já tinha uma Filial, organizada em Portalegre pelo valoroso futebolista Leopoldo Mocho, o Sport Lisboa e Portalegre, em 18 de Julho de 1911;
16. O Benfica (Futebol) desloca-se pela primeira vez, em 28 de Abril de 1912, para longe de Lisboa, jogando no campo da rua da Rainha, frente ao FC Porto, com dupla vitória: 8-2 (primeira categoria) e 2-1 (segunda categoria);
17. O Benfica (Futebol) joga pela primeira vez no estrangeiro, na Corunha, em 22 de Junho de 1912;
18. O Benfica (Clube) em 1 de Agosto de 1912 instala-se no segundo andar esquerdo do número 30 do Rossio (Praça D. Pedro IV) onde está na actualidade o Hotel Metrópole. É o quarto n.º 206;
19. O Benfica (Instituição) teria um jornal "O Sport Lisboa" cujo primeiro número foi publicado em 24 de Agosto de 1913;
20. O Benfica (Clube) inaugura o novo campo de jogos, na Quinta Nova, em Sete Rios, a 12 de Outubro de 1913.
Alberto Miguéns
A LIGA SALAZAR
A diferença nesta alusão a Salazar, é que esta é uma situação passada, numa altura que até o Pinto da Costa era um catraio, se calhar nem isso. Porque duvido sequer que 99% dos animais que foram ao centro de estágio da Maia e que destilam ódio nas redes sociais, saibam sequer o que foi o Estado Novo.
Mas pronto, já se sabe que uma mentira muitas vezes contada se torna um facto insofismável. E esta e uma táctica que fez escola por aqueles lados, como a famosa mentira sobre o Calabote, que começou com o Pedroto, 20 anos depois do acontecimento. Alias, nessa altura nem polémica havia e os relatos apontam para uma convivência saudável entre os intervenientes, pelo menos fora dos relvados.
Depois são as fotografias com Salazar, a saudação fascista por parte dos jogadores, etc. Enfim, um mar sem fim de acusações e evidências para lavar o cérebro dos mais pobres de espírito, que infelizmente são muitos, e outros que não o sendo, ficam toldados pelo ódio.
Por exemplo, Rui Moreira (imaginem) mostrou, num programa televisivo, uma imagem do Benfica a fazer a saudação fascista.
1 - O primeiro facto, e provavelmente aquele que demonstra a ignorancia das pessoas, tem a ver com o anacronismo da acusação. O Estado Novo teve início em 1926 e começou a desintegrar-se em 1961 com as crises estudantis e a guerra colonial, como deveriam saber muitos adeptos rivais mais idosos e sobretudo os mais cultos. Senão, poderão comprovar em qualquer livro, enciclopédia ou com qualquer pessoa culta e objetiva, que tenha vivido esses tempos. Até aí o Sporting era a força dominante, e foi precisamente na fase decadente do antigo regime que o Benfica emergiu como força dominante do desporto português, e o Sporting começou a perder protagonismo. Basta contar os campeonatos antes e depois
E mais poderia continuar, mas não vale a pena.
Qual o nome da primeira esposa de Jorge Nuno Pinto da Costa, e mãe de Alexandre Pinto da Costa?
Manuela CARMONA Graça! imaginam de quem era familiar?
A Chama Imensa
sábado, 31 de dezembro de 2016
Cândido, Ribeiro dos Reis, Godinho e o Tarrafal
Semanário "O Benfica"; página 3; 2 de Julho de 1953 |
segunda-feira, 12 de novembro de 2018
Cândido, Ribeiro dos Reis, Godinho e o Tarrafal
Semanário "O Benfica"; página 3; 2 de Julho de 1953 |
O futebol é feito em primeiro lugar pelos seus praticantes. E esses são também homens (ou mulheres), com as suas incongruências, as suas cambiantes e as decisões que tomam em função do meio onde se inserem e interagem com os seus semelhantes.
Cândido Oliveira foi um homem notável. Um praticante de qualidade, um mentor , um treinador de sucesso. Foi tudo o que o Dr. José Magalhães Godinho escreve nesse prefácio.
A vida é assim, por vezes afasta-nos daqueles que foram amigos num dado tempo. Pelo que nos diz, a cordialidade e a amizade entre Cândido de Oliveira e Ribeiro dos Reis manteve-se forte apesar da saída de Cândido que arrastou quase uma equipa inteira do Benfica com ele para a Casa Pia. Afinal fundaram o jornal "A Bola". Interessante como Ribeiro dos Reis terá então apartado o Benfica de tudo o resto, não colocando em causa a relação entre amigos mas fazendo questão de impedir qualquer regresso ao Benfica. Valores sólidos e coerência ao longo de décadas. Homem de fibra com certeza.
Entende-se mas pelo menos do pouco que sei ainda assim lamento que não tenha havido uma reconciliação. Quando saiu Cândido era capitão do Benfica. Era treinado por Cosme Damião. Deveria pois ser o seu braço direito. Seria interessante perceber também a relação entre esses dois homens. Tanto quanto sei terão existido conversas antes da tomada de decisão. Não sei se o Alberto sabe alguma coisa sobre isso. Penso se não estou em erro que já li qualquer coisa de si a propósito de Cândido de Oliveira ter protelado por 1 ano essa decisão pois terá feito questão de sair como campeão.
Cândido de Oliveira foi um dos maiores "ses" do Benfica. Como teria sido se não tem saído. Teriamos tido a crise de 1926 mais cedo? Teria sido diferente? Ter-se-ia Cosme afastado nessa data? Cândido era um pensador e por isso teria tido uma enorme importância na definição do Benfica como clube. Teriamos tido uma dupla Candido de Oliveira e Ribeiro dos Reis a fazer parte do pequeno núcleo de figuras-chave do clube. Parece mais do que provável.
A parte do livro, a parte da experiência do Tarrafal é terrível. Cândido de Oliveira era um intelectual e pode - viveu para isso - racionalizar e relatar a sua experiência. Outros não tiveram a mesma sorte. É terrível perceber até que ponto um ser humano pode descer tão baixo para subjugar a este ponto um seu semelhante.
O futebol é feito em primeiro lugar pelos seus praticantes. E esses são também homens (ou mulheres), com as suas incongruências, as suas cambiantes e as decisões que tomam em função do meio onde se inserem e interagem com os seus semelhantes.
Cândido Oliveira foi um homem notável. Um praticante de qualidade, um mentor , um treinador de sucesso. Foi tudo o que o Dr. José Magalhães Godinho escreve nesse prefácio.
A vida é assim, por vezes afasta-nos daqueles que foram amigos num dado tempo. Pelo que nos diz, a cordialidade e a amizade entre Cândido de Oliveira e Ribeiro dos Reis manteve-se forte apesar da saída de Cândido que arrastou quase uma equipa inteira do Benfica com ele para a Casa Pia. Afinal fundaram o jornal "A Bola". Interessante como Ribeiro dos Reis terá então apartado o Benfica de tudo o resto, não colocando em causa a relação entre amigos mas fazendo questão de impedir qualquer regresso ao Benfica. Valores sólidos e coerência ao longo de décadas. Homem de fibra concerteza.
Entende-se mas pelo menos do pouco que sei ainda assim lamento que não tenha havido uma reconciliação. Quando saiu Cândido era capitão do Benfica. Era treinado por Cosme Damião. Deveria pois ser o seu braço direito. Seria interessante perceber também a relação entre esses dois homens. Tanto quanto sei terão existido conversas antes da tomada de decisão. Não sei se o Alberto sabe alguma coisa sobre isso. Penso se não estou em erro que já li qualquer coisa de si a propósito de Cândido de Oliveira ter protelado por 1 ano essa decisão pois terá feito questão de sair como campeão.
Cândido de Oliveira foi um dos maiores "ses" do Benfica. Como teria sido se não tem saído. Teriamos tido a crise de 1926 mais cedo? Teria sido diferente? Ter-se-ia Cosme afastado nessa data? Cândido era um pensador e por isso teria tido uma enorme importância na definição do Benfica como clube. Teriamos tido uma dupla Candido de Oliveira e Ribeiro dos Reis a fazer parte do pequeno núcleo de figuras-chave do clube. Parece mais do que provável.
A parte do livro, a parte da experiência do Tarrafal é terrível. Cândido de Oliveira era um intelectual e pode - viveu para isso - racionalizar e relatar a sua experiência. Outros não tiveram a mesma sorte. É terrível perceber até que ponto um ser humano pode descer tão baixo para subjugar a este ponto um seu semelhante.