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terça-feira, 5 de janeiro de 2021

FOTOGRAFIAS COLORIDAS À MÃO DO JAPÃO Á BEIRA DA MODERNIDADE

 

Neste artigo, coletamos algumas fotos raras da década de 1870, tiradas por Suzuki Shinichi, que supostamente fotografou o Japão rural para uma revista ocidental chamada Far East. De fato, nós já temos dois pares de artigos, sobre a utilização da técnica centenária de xilogravuras ukiyo-e, para colorizar à mão as fotos em P&B, criada pelo fotógrafo italiano Adolfo Farsari, estabelecido em Yokohama. Este processo era tão fascinante que fez escola entre os fotógrafos e artistas daquele antanho.


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Fotografias colorizadas à mão do Japão à beira da modernidade 01

Este foi o caso de Shinichi Suzuki, que, deveras, nem era fotógrafo e muito menos se chamava Suzuki -senão que Takahashi-, mas era versado em xilogravuras e acabou se tornando um dos fotógrafos japoneses mais famosos daquele período. Assim, depois que ambos os pais morreram, Suzuki se mudou para Yokohama, onde mais tarde, em 1854, se casou com a filha de Suzuki Yoshichi, e passou então a se chamar Suzuki Shinichi devido a um costume conhecido como muko-iri, e foi trabalhar na serraria da família.

Ocorreu que naquele mesmo ano a serraria de seu sogro foi destruída por um tsunami -decorrente de um dos grandes terremotos de Ansei- e Suzuki passou a se dedicar a sericultura e se tornou aprendiz no estúdio fotográfico de Shimooka Renjō, amigo pessoal do fotógrafo Felice Beato, seguidor de Adolfo Farsari. Como tinha certa prática com o ukiyo-e, logo se destacou e foi contratado pela Far East, para produzir uma série fotográfica documentando a vida rural japonesa.

Nas décadas de 1860 e 1870, o Japão era um lugar à beira de uma transição massiva. 

Pela primeira vez, o país abria as portas para o comércio exterior e as tecnologias e estilos de vida ocidentais já marcavam a cultura japonesa. Neste ínterim, em 1873, Suzuki já havia montado seu próprio estúdio, produzindo retratos e cartões postais colecionáveis. Curiosamente, neste mesmo ano, Okamoto Keizō, o sucessor dele no estúdio de Shimooka, casou-se com sua filha.

Okamoto passou a se chamar Suzuki Shinichi II (muko-iri novamente), e o fotógrafo mais velho mudou seu próprio nome para Suzuki Shinichi I. Dois anos mais tarde ele abriu uma filial de seu estúdio em Tóquio, que passou a ser gerenciado por seu genro Suzuki II.

As fotografias de Suzuki foram muito aclamadas e ele ganhou vários prémios por elas, de fato, ele foi até contratado para fotografar o imperador Meiji e sua esposa. 

Os compradores de suas obras eram em sua maioria turistas e visitantes estrangeiros e, além das vendas de seu próprio estúdio, as fotos de Suzuki eram vendidas pelo maior distribuidor do Japão.

A partir de 1893 o estúdio de Yokohama passou a ser dirigido por Izaburō Shinichi Suzuki, o filho de Suzuki, que se aposentou. Ele morreu em dezembro de 1918 com a idade de 83 anos.

Nessa época, o Japão já havia mudado drasticamente, sua sociedade, política e economia estavam no mesmo nível do mundo ocidental. O estilo de vida tradicional japonês que Suzuki Shinichi I registou nessas fotos estava sendo rapidamente substituído pelos padrões e valores ocidentais, o que as tornaram ainda mais fantásticas.

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Fotografias colorizadas à mão do Japão à beira da modernidade 26

Fotos: Coleção Shinichi Suzuki no
MoMA


www.mdig.com.br.

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