imagem: Destroços do atentado que matou o Padre Max e a estudante Maria de Lurdes em 1976
Para o Panteão?!!!
CHAMOU-SE “Mar Verde” a operação salafrária que, em 1970, começou com a invasão da Guiné-Conacri, ordenada pelo governador militar da Guiné portuguesa, brigadeiro António de Spínola, e comandada por um terrorista impenitente, o tenente-coronel Alpoim Calvão que, anos depois, ainda às ordens de Spínola e com o beneplácito de Mário Soares, Sá Carneiro e Cónego Melo, engendrou a rede bombista, fundando o ELP e o MDLP.
O Padre Max e a sua aluna Maria de Lurdes foram algumas das sua vítimas. Tinham saído, na noite de 2 de abril de 1976, das aulas de Francês e de Português que davam gratuitamente na Casa da Cultura da Cumeeira, uma aldeia do Alto Douro, quando uma bomba os matou dentro do carro em que iam regressar a Vila Real.
Na Guiné o “Mar Verde” apenas “afogou” o Alpoim e seus cúmplices, porque, pensada para matar o líder do PAIGC, Amílcar Cabral e resgatar alguns prisioneiros de guerra portugueses, redundou em completo fiasco e apenas conseguiu dois efeitos: pôs a ONU e a África inteira contra Portugal em diversas instâncias internacionais e, pelas cumplicidades compradas pela PIDE numa ala tribalista do PAIGC, deixou lá dentro um veneno que ainda mata, visto que trouxe a Guiné-Bissau até aos dias de hoje transformada num Estado falhado que é tido geralmente como um supermercado do narcotráfico internacional.
Até nisto não são pequenos para a CPLP e, obviamente, para Portugal os prejuízos da nefanda operação desencadeada no 21 de novembro de 1970, ainda com Marcelo Caetano no poder.
Mesmo assim, Soares não descansou enquanto não pôs nos ombros de António Sebastião Ribeiro de Spínola a grande estrela de marechal de campo.
Pouca gente sabe que o jovem tenente germanófilo integrou como voluntário a derrotada Divisão Azul que Franco e Salazar puseram em 1941 ao serviço de Hitler no Cerco de Leninegrado. Voltou a Portugal com o rabo encolhido entre as pernas e ainda não usava monóculo, mas já não dispensava o pingalim de couro dos oficiais de Cavalaria.
Convém não esquecer estes pormenores, porque, de vez em quando, aparecem por aí uns maduros a reclamar a trasladação dos seus restos para o Panteão Nacional.
Carlos Coutinho in facebook
Afinal quem não deve ir para o Panteão?
ResponderEliminarOu melhor dizendo quem deve ir para o Panteão?
Rectificar e acrescentar, o Galvão foi oficial da Marinha de Guerra e na Marinha não há a patente de tenente-coronel e o mesmo salafrário que foi comandante da operação "Mar Verde" contra a PAIGC e era contra a descolonização não teve pejo de se juntar ao governo do Estado falhado da Guiné radicando-se por lá nos últimos tempos com negócios escuros entre os quais, dizem, o derrube da estátua de bronze do Ulisses Grant Presidente dos EUA existente em Bolama que desapareceu derretida.