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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou nesta terça-feira que o sentimento dos trabalhadores da administração pública em relação ao aumento dos salários “é de um profundo descontentamento”, uma vez que são insuficientes.
Interpelado sobre como é que via os aumentos anunciados para os trabalhadores da administração pública, o líder comunista respondeu que os funcionários do Estado “é que julgarão” se os aumentos são satisfatórios ou não.
“Durante quase uma década, tirando uma situação excepcional, não tiveram qualquer aumento, além da desvalorização das suas carreiras e profissões. Enfim, arrisco-me a dizer que o sentimento da maioria é de um profundo descontentamento, tendo em conta o historial em relação aos salários e às carreiras, e agora terem sido confrontados com um aumento desta natureza”, sustentou, no final de uma reunião com a secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses — Intersindical Nacional (CGTP-IN), Isabel Camarinha, em Lisboa.
Jerónimo de Sousa foi questionado sobre o “chumbo” do diploma do PCP que previa limitar os contratos a prazo e reverter o alargamento do período experimental por PS, PSD e CDS e sobre se isso empurrava os socialistas para um futuro governo de direita.
Na resposta, o secretário-geral comunista disse que este foi apenas mais um exemplo, desde 2019, em que o PS votou com a direita, enquanto apregoava que era um partido alinhado à esquerda.
A actualização salarial da função pública para 2022 deverá manter-se em 0,9%, como proposto pelo Governo, tendo em conta a variação média da inflação anual em Outubro, publicada nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo a estimativa rápida do INE, a variação média anual em Outubro da inflação foi de 1,02% e, retirando a habitação, foi de 0,99%.
Na última ronda negocial com os sindicatos, em 17 de Novembro, a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, afirmou que para a actualização salarial dos funcionários públicos seria tida em conta a inflação anual verificada em 30 de Novembro, descontada a deflação de 0,1% que se verificou em 2020.
Contas feitas, a actualização salarial será então de 0,9% como proposto inicialmente pelo Governo, que garantiu que nunca seria inferior a esse valor.
“A principal e talvez a única preocupação sempre foi fazer com que os trabalhadores da administração pública não percam poder de compra”, afirmou na altura Alexandra Leitão.
Segundo explicou a ministra, “se à data da aprovação do diploma [relativo à actualização salarial], que será posterior a 30 de Novembro, a inflação média anual dos últimos 12 meses, calculada a 30 de Novembro, for superior àquela que conduz à actualização dos 0,9%, o Governo acompanhará esse aumento”.
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