As impressionantes fotos que mostram o estrago do vulcão de La Palma

 

A lava cobriu mais de 1.000 hectares da superfície da ilha e 7.000 pessoas foram evacuadas, mas felizmente o vulcão não cobrou vidas. Os cientistas que seguem a evolução da erupção do vulcão da ilha das Canárias observaram nas últimas 24 horas que a sismicidade com profundidades superiores a 20 quilômetros se incrementou tanto em número como em magnitude. De fato, o número de localizações durante este período com profundidades foi a maior desde o começo da erupção.

Assim informou em coletiva de imprensa a diretora do Instituto Geográfico Nacional (IGN) nas Canárias e porta-voz do Comitê Científico do Pevolca, Maria José Blanco, que também realçou a emissão de dióxido de enxofre registrado durante o dia de ontem, que continua sendo alta, atingindo uma faixa de valores entre as 13.000 e as 15.000 toneladas diárias mediante o uso de sensores ópticos remotos em posição móvel marítima.

O fotógrafo Emilio Morenetti capturou em uma série de imagens da devastação na ilha espanhola, onde o vulcão Cumbre Vieja se mantém em erupção durante mais de dois meses e cobriu tudo de cinzas.

Maria José Blanco indicou que o nível de sismicidade atual segue indicando que é possível que nos próximos dias ou semanas se produzam mais tremores sísmicos, podendo atingir intensidades de V ou VI na escala EMS.

Isso já ocorreu a passada madrugada, às 03:37 horas, quando ocorreu um terremoto de magnitude 5.0 mbLG a uma profundidade de 36 km e que foi sentido com uma intensidade máxima IV-V.

A porta-voz do Comitê Científico assinalou que estabelecer uma relação entre o incremento da ativida sísmica e um aumento da erupção "não é nem fácil nem evidente, pois não há um modelo que permita estabelecer um vínculo de maneira direta".

Acrescentou que em outras ocasiões observaram que depois de incrementos da atividade ocorre um aumento da taxa de emissão ou dos observáveis na superfície, mas não é um vínculo direto porque não há um modelo que estabelecê-la.

Por outro lado, informou que na zona da praia dos Guirres continua a ampliação do segundo delta lávico (denominado D2), principalmente em direção perpendicular à linha da costa, se sobrepondo com o primeiro delta, denominado D1. Assim mesmo, a altura da coluna eruptiva medida hoje às 08:45 horas foi de 2.500 metros e a altura do cone mantém-se faz dias em 1.131 metros.

Quanto à predição meteorológica, continua o predomínio do vento de componente leste da superfície até 5.000 metros com rajadas que podem atingir os 50 km/h. Por isso, é previsto que a nuvem de cinzas e dióxido de enxofre (SO²) continue disposta em direção oeste-sudoeste, sendo um cenário favorável para a operatividade aeronáutica.

Em relação à emissão de SO² registrado durante o dia de ontem, continua sendo alto, registrando uma faixa de valores entre as 13.000 e as 15.000 toneladas diárias mediante o uso de sensores ópticos remotos em posição móvel marítima.

A análise de imagens de satélite reflete uma tendência descendente desde 23 de setembro, quando registraram os máximos, que atingiram valores superiores às 50.000 toneladas diárias de SO².

A emissão difusa de dióxido de carbono (CO) associado a todo a ação do Cumbre Vieja, continua registrando valores acima dos valores de fundo, entre 200 e 1.300 toneladas diárias, e durante o dia de ontem refletiram uma faixa de valores entre os 1.800 e 1.900 toneladas diárias.

Em relação à qualidade do ar, referente ao SO², ontem registraram níveis bons ou razoavelmente bons em todas as estações da rede de La Palma, salvo em Puntagorda, onde se mantiveram uns níveis regulares. Durante a manhã de hoje, os valores estavam se mantendo em níveis bons ou razoavelmente bons excepto na região leste da ilha, com qualidade do ar regular.

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