A 25 de Novembro de 1975, deu-se a contrarrevolução que pôs fim aos 18 meses do Período Revolucionário (PREC) em Portugal que durava desde a revolução dos cravos, a 25 de abril de 1974.
Tudo começou quando paraquedistas (de esquerda) da Base de Tancos (foto) ocuparam bases aéreas para exigir a demissão do chefe do Estado-Maior da Força Aérea e a restituição de Otelo Saraiva de Carvalho ao comando do COPCON (org. militar de esquerda).
Militares ligados ao grupo dos nove, a vanguarda das forças “moderadas”, apoiados pelo PS, PPD/PSD e CDS, declaram lei marcial e enviaram os comandos para derrotar os paraquedistas, matando 3 soldados.
As organizações revolucionárias e de base foram incapazes de se articular e mobilizar de forma significativa. Após o PCP declarar que não convocaria qualquer ação de rua, esses militares "moderados" tomam controlo do país.
O governo capturou os meios de comunicação e 140 oficiais ligados ao movimento popular foram presos, incluindo Otelo Saraiva de Carvalho (foto), o "cérebro" do 25 de abril. As unidades militares revolucionárias foram desmanteladas e as comissões de soldados foram ilegalizadas.
Houve intervenção externa por parte dos EUA e da Alemanha Ocidental que financiaram diversos partidos de centro e de direita (PS, PSD e CDS), mas também das ditaduras Espanhola e Brasileira, que apoiaram organizaçõess. terroristas de extrema-direita e 2 tentativas de golpe de estado.
Durante os 18 meses do PREC organizaram-se novos sindicatos; cooperativas em todas as áreas da economia, da agricultura às artes; comissões de trabalhadores, de moradores, de soldados, etc – que seriam os alicerces do novo poder numa sociedade socialista sem classes, verdadeiramente democrática e mais horizontal. Esse projeto de uma democracia popular foi derrotado e iniciou-se o Processo Constitucional com a consolidação de um Estado capitalista liberal e uma "democracia" funcionalmente bipartidária
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