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Em junho de 2020, Cristina Rodrigues desvinculava-se do PAN, no meio de um processo turbulento, que incluiu trocas de comunicados e acusações. Membro da comissão política nacional do partido, a deputada – eleita pelo círculo de Setúbal nas Legislativas de 2019 – acusava a direção do PAN, liderada por André Silva, de tentar silenciar e condicionar a sua “capacidade de trabalho”. Ato contínuo, passou a deputada não inscrita.
Esta terça-feira, no Twitter, Cristina Rodrigues aproveitou a polémica em torno de Inês Sousa Real – acusada de ser dona, junto com o marido, das empresas de produção agrícola Berry Dream Lda. e Red Fields Lda., que, segundo denúncias, praticariam alegadamente formas de agricultura intensiva, com recurso a estufas e embalagens de plástico, na produção de frutos vermelhos – para lançar uma farpa à líder do partido.
“Vá malta, já chega. Deixem a Inês Sousa Robles em paz. (Desculpem não resisti)”, escreveu a deputada, naquela rede social, comparando o caso com o de Ricardo Robles, ex-deputado do Bloco de Esquerda na Câmara de Lisboa, que denunciara a especulação imobiliária na capital, mas depois foi “apanhado” como proprietário de um prédio em Alfama, que comprou por 347 mil euros e colocou à venda por 5,7 milhões – polémica que levou à sua demissão da autarquia.
A publicação não passou despercebida. Centenas de utilizadores reagiram ou comentaram, incluindo elementos do próprio PAN. As trocas de argumentos mantêm-se acesas – e prometem continuar.
Recorde-se que o caso de Inês Sousa Real surgiu na sequência de uma denúncia publicada, no passado sábado, pelo jornal Nascer do Sol. Numa primeira reação, Sousa Real desmentiu que aquelas empresas façam agricultura intensiva e considerou que as críticas que vieram a público apenas visavam prejudicar o partido. A porta-voz e deputada do PAN acrescentou, ainda, que se desligou das empresas em outubro de 2013, mas novos desenvolvimentos, publicados na edição desta terça-feira do jornal I-Inevitavel, indicam que Sousa Real e o marido participaram num aumento de capital da Berry Dream Lda., em 2019.
Em reação à polémica, o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, já pediu a demisssão de Inês Sousa Real. Esta justificou-se alegando que as empresas agrícolas em causa têm reduzida dimensão e “não fazem exploração intensiva”, e que a produção é feita em túneis e não em estufas.
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