Couves arranha-céus: assim o botânico Edgar Anderson descreveu a enorme couve endêmica de Jersey, a pequena ilha que, junto com a Guernsey, forma as Ilhas do Canal, uma dependência da Coroa Britânica. Segundo ele as folhas inferiores eram todas colhidas de vez em quando, como alimento para o gado, e as plantas continuavam crescendo até que estavam acima da cabeça de todos. Até recentemente, a couve de 3,6 metros era uma visão comum na ilha de Jersey. Espalhadas por toda a paisagem agrícola, as plantas superavam tudo, exceto as árvores em tamanho real. |
Eles amontoavam-se em matagais entre campos de batata, serviam como escoras para pés de feijões enrolarem e até formavam cercas vivas. Com seus caules estranhos e protuberantes e folhas caídas e prateadas, pareciam palmeiras, dando à pequena ilha temperada uma aparência estranhamente tropical.
O clima ameno de Jersey, estabilizado pelo mar, oferece as condições perfeitas para os caules das couves monstruosas dispararem em direção ao céu. Semeadas no final do verão, as plantas podem continuar crescendo durante todo o inverno ameno da ilha. O uso principal da cultura, pelo menos no início, era como ração animal; de acordo com alguns relatos, apenas 60 plantas eram suficientes para manter uma vaca alimentada por um ano. Rolinhos da famosa manteiga de Jersey dourada que essas vacas produziam podiam ser embrulhados em folhas das mesmas plantas antes de serem levados ao mercado. Outra iguaria de Jersey, o pão de couve, ganhou seu sabor sendo assado entre duas folhas gigantes.
Embora a planta agora seja conhecida principalmente como couve de Jersey, ela recebeu muitos nomes, o que atesta sua longa história de cultivo humano. Em francês, era conhecida como chou cavalier; em português, couve-galega; em inglês, long jacks. Os cientistas a conheciam pelo nome melífluo de Brassica oleracea longata. Os vendedores da era vitoriana rebatizaram-na com o título tentador de "couve perene bovina de Waterloo".
É difícil dizer exatamente onde a colheita se originou ou como ela atingiu sua forma imponente final. Mas sabemos que foram os produtores de Jersey que encontraram a inovação bizarra que garantiu a fama da planta: bengalas de caule de couve. Na ilha, depois que as plantas serviam como forragem, elas viviam uma segunda vida. Os artesãos de Jersey secavam, lixavam, envernizavam e os transformavam em bengalas.
Mas a couve gigante desapareceu. Talvez pelo o fato dos fazendeiros terem começado a recorrer a outras formas de forragem, ou talvez tenha sido o aumento das viagens aéreas baratas, que incentivou os turistas ingleses a viajar para muito mais longe do que Jersey. Mas na década de 1970, a couve tornou-se uma visão rara. Hoje, existem apenas dois produtores tradicionais da couve trabalhando na ilha.
De fato não é necessário usar o cultivar específico Brassica oleracea longata para cultivar um pé de couve gigante. Se você plantar um pé de couve-manteiga (Brassica oleracea) e colocar uma estaca para que a planta não penda pelo próprio peso, com o tempo as raízes ganham força e profundidade o bastante para a planta se manter em pé por si só e crescer. A vantagem é que você terá mais folhas para colher em um menor espaço de cultivo.
Eu tenho vários pés de couve com mais de 2 metros de altura, mas não faz muito sentido deixar que ganhem mais altura do que isso, pois as folhas irão se concentrar na sua copa e aí você terá que fazer como a moradora de Registro (foto acima), no Vale do Ribeira, que precisa subir na laje de sua casa para apanhar couve. O crescimento é contido podando as mudas centrais da copada.
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