Paulo Querido in facebook
Na náusea e fartum. Uma pessoa liga a televisão, qualquer canal, ou olha distraidamente para um televisor num restaurante ou café, e lá está, um banho de PSD. Uma imersão completa. Recados, contra-recados, promoções legítimas, ilegítimas — não há peso nem medida, vale tudo para promover Paulo Rangel como *o* futuro PM, favas contadas.
Custa ver os jornalistas bandarilhados, quando não são eles próprios os agentes desta lavagem ao cérebro, desta sobre-ocupação do espaço público com um único sinal partidário, esmagador.
O fartum é tal que até um dos outros protegidos do poder mediático, Nuno Melo, candidato ao CDS, se veio queixar de golpe. Golpada. Só falta Ventura vir acusar as televisões de não lhe darem o espaço suficiente.
Vale tudo para levar Paulo Rangel ao colo. Tudo. Perguntem a Marcelo, que provocou esta crise política em benefício de Rangel, o que vale.
Marcelo Rebelo de Sousa precipitou uma decisão antes da Assembleia da República ter sequer tempo de ponderar uma hipotética moção de censura, antes que o Governo apresentasse um Orçamento alternativo, quiçá negociável com outros partidos (a Comissão Europeia sugeriu esta solução; Marcelo nem deu por isso, estava ao telefone com Rangel).
Nada: Marcelo não quis saber nem do Governo, nem da AR, nem dos parceiros sociais, nem dos partidos, nem sequer do Conselho de Estado. Todas as audiências serão cumprir calendário. Um formalismo. Assim mandam as regras de educação do PR que já tomou a sua decisão e a anunciou antes mesmo que a AR votasse o Orçamento.
Vale tudo. E só te digo: o espaço público, e em especial o televisivo, vai piorar muito daqui até à véspera das eleições informalmente marcadas por... Paulo Rangel.
Protege-te, abriga-te. Vai ser uma impenitente saraivada de falsidades, fontes anónimas, exércitos de bots, de comunicadores profissionais e muito, muito voluntariado, em especial no Facebook, Twitter e Instagram, para reduzir tudo a um nome, uma pessoa, um salvador.
O homem que já disse ao que vem: aliança com a extrema-direita para obliterar o centro, o centro-esquerda e a esquerda, subjugar meio país, corporizando esse peculiar visão das eleições como um jogo em que o vencedor reduz os vencidos a escravos e muda as regras a seu favor para se eternizar no poder. Como Orbán, como Trump. Como Putin.
O Rangel tem um contra, não, não é esse, é falar muito à finório intelectual e a gentes do norte não apreciam muito. Mas com propaganda até dizem que o óleo de fígado de bacalhau é mais saboroso que o mel.
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