Para o presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros, é uma "linha vermelha" a subida do valor das compensações por despedimento (de 12 para 24 dias por ano de "casa") dos contratados a prazo (ou seja, de quem tem poucos anos de "casa"). Em resumo: tornar mais barato o despedimento para quem tem um contrato precário é essencial para os patrões do sector tido como estratégico a nível nacional.
Não está tudo dito?
"Tenho muito orgulho disso", disse a deputada Cecília Meireles hoje na comissão de Orçamento de Finanças, no âmbito da discussão do Orçamento de Estado para 2022, sobre o facto de ter apoiado um Governo que - disse - "conseguiu tirar o país do protectorado da troica".
É sempre interessante, embora não novidade, ver como a direita - e a direita mais arreigada, como é também o CDS - consegue mudar de opinião conforme lhe convém.
Em 2011, o CDS apoiou um Governo que adoptou, como estratégia para resolver os seus problemas externos do país fruto de uma crise do euro, enveredar - fortemente respaldado pelas instituições da troica - por um programa económico que visou emagrecer o Estado para substituir as suas funções, programa esse que se sabia ser errado, socialmente criminoso e objectivamente hipócrita (porque, na realidade, visava sem o dizer criar uma recessão, fazer aumentar o desemprego e, assim, baixar salários nominais). Os efeitos desse programa foram de tal forma desastrosos que a própria troica arrepiou caminho, o ministro das Finanças Vítor Gaspar reconheceu que o desemprego fora muito além do esperado (e demitiu-se), o vice-primeiro-ministro Paulo Portas decidiu "irrevogavelmente" demitir-se, para depois voltar, mas pouco entusiasmado e já a pensar nas eleições seguintes.
Sobre isso, os recortes com dez anos de diferença (acima expostos), revelam a natureza desse enorme orgulho do CDS.
Sem comentários:
Enviar um comentário