AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "COMO UM CLARIM DO CÉU"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

sábado, 31 de julho de 2021

EXPLORE ANGOLA - Cuando-Cubango, o segredo bem guardado de África/Uma viagem de mota à descoberta das paisagens de Angola/Luanda/Baía de Luanda





VÍDEO

 Cuando-Cubango, o segredo bem guardado de África



Cuando-Cubango, o segredo bem guardado de África

A província de Cuando-Cubango é um dos segredos mais bem guardados da África. Uma área quase inexplorada pelo Homem com uma biodiversidade única, graças aos rios que cruzam a região para alimentar o Delta do Cubango.

A mais de 800 km a sudeste de Luanda, o Memorial da Vitória de Cuito Cuanavale foi o cenário da maior batalha em África desde a Segunda Guerra Mundial, agora celebrada em vários países.

O objetivo da batalha "era libertar a África Austral, libertar Nelson Mandela, dar a independência à Namíbia e também acabar com o apartheid na África do Sul, José Eduardo dos Santos disse que Cuito Cuanavale brilhou com toda a intensidade do internacionalismo. Referiam-se à libertação da África Austral, porque África, no final de contas, é um Estado e deve ser respeitado", explica o guia Joaquim Mulonzeno Quim.

Cuito Cuanavale foi em tempos ocupado por diversas forças militares estrangeiras. Hoje, com um novo aeroporto, é o centro do ecoturismo em Angola, num triângulo regional com a cidade de Maun, no Botsuana, e Cataratas de Vitória, no Zimbábue.

Com infra-estruturas recentes, a província goza atualmente de paz, campos férteis e água. O Cuanavale e o Cuito são atualmente dois rios de importância estratégica para uma região interessada em mostar ao resto do mundo os tesouros que encerra.

João Baptista Gime Sebastião, diretor assistente do Centro Turístico da Bacia do Cubango, acredita que "é o momento de mostrar ao mundo que Angola é um destino muito bom para o turismo". Em parceria com outros quatro países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, - Botsuana, Namíbia, Zâmbia, Zimbábue - numa área de quase nove mil quilómetros quadrados, Angola está a levar a cabo um projeto regional, o Kasa, para conservação da natureza e criação de um destino turístico internacional.

Também Stefan van Wyk reconhece o potencial da região. O empresário namibiano, adquiriu uma reserva natural em Cuatir, onde corre um dos afluentes do rio Cubango. Um local remoto, que decobriu depois de sobrevoar áre

Além da flora abundante, vivem na província muitas espécies animais raras e ameaçadas de extinção.

Através de uma câmara colocada num letreiro, Stefan conseguiu já registar em fotografia a passagem de alguns visitantes.

«Encontrei populações saudáveis de cavalos, antílopes, sitatungas, leopardos, chitas, cães selvagens, changos”, revela.

Nas poucas aldeias à volta, longe da agitação de Luanda ou mesmo de Menongue, a capital da província, a vida continua tranquilamente. Esta é hoje também a casa de Stefan.

"Quando saí da Namíbia, vendi tudo e vim começar aqui uma nova vida. Fazemos isto pela natureza , aqui somos basicamente um guardião da vida selvagem, da natureza. O que aqui se vê é vida selvagem, é uma das maiores áreas selvagens do mundo e é muito gratificante".





Uma viagem de mota à descoberta das paisagens de Angola






Angola aposta no potencial turístico da natureza





 

 LUANDA                                

BAÍA DE LUANDA
 

 


O mistério da brutal morte de Hipátia, a primeira matemática da História


A morte de Hipátia de Alejandria, em uma ilustração em um livro do século 19

CRÉDITO,

Legenda da foto,

A morte de Hipátia de Alexandria, em uma ilustração em um livro do século 19

Esta é a história de um assassinato envolto em mistério. E o enigma não é quem cometeu o crime, nem como, mas sim por quê. Em meados do primeiro milênio, uma mulher erudita foi despedaçada por uma multidão que usou telhas dos telhados e conchas de ostras para cortar a carne viva do seu corpo.

A vítima havia sido professora, conferencista, filósofa e matemática. E despertou a fúria de fundamentalistas cristãos. Era Hipátia, a primeira mulher matemática de que se tem conhecimento seguro e detalhado

O crime aconteceu entre 415 e 416 depois de Cristo em Alexandria - cidade fundada por Alexandre o Grande em 331 antes de Cristo e que se converteu rapidamente em um centro de cultura e aprendizado no mundo antigo.

Pintura retratando uma imagem imaginada de Hipatia
Legenda da foto,

Era 'extremamente bonita... ao falar, era articulada e lógica, suas ações eram prudentes e de espírito público... a cidade a acolheu como merecia e outorgou a ela um respeito especial', diz o texto de uma enciclopédia do século 20 sobre Hipátia

Uma mulher excepcional

Como é comum ocorrer no caso de personagens da Antiguidade, o tempo dissipou muitas informações sobre Hipátia. Mas diversas fontes históricas garantem que ela existiu.

Como poucas mulheres de sua época, Hipátia pode estudar porque era filha de um homem com formação educacional: Teón de Alexandria, astrônomo e prolífico autor, que editou e comentou obras de pensadores como Euclides.

Pule Talvez também te interesse e continue lendo

Fim do Talvez também te interesse

Segundo o filósofo Damacius, Hipátia ultrapassou em muito o conhecimento do seu pai: "Ela não se contentou com a educação matemática que poderia receber de seu pai. Seu nobre entusiasmo a conduziu a outras fronteiras da filosofia".

Hipátia professava a filosofia do neoplatonismo e ensinava essas ideias com mais ênfase que os seguidores anteriores dessa corrente.

O historiador grego da Antiguidade Sócrates Escolástico concordava que a sabedoria de Hipátia era excepcional, assim como sua habilidade para falar em público: "Obteve tais conhecimentos em literatura e ciência, que sobrepassou muito todos os filósofos de sua época. Explicava os princípios da filosofia aos ouvintes, muitos dos quais vinham de longe para receber sua instrução".

"Frequentemente, aparecia em público na presença dos magistrados. E não se sentia envergonhada de ir a uma assembleia de homens. Pois, devido à sua extraordinária dignidade e virtude, todos os homens a admiravam".

Biblioteca de Alexandria em chamas

CRÉDITO,

Legenda da foto,

A biblioteca de Alexandria ardeu mais de uma vez, perdendo para sempre materiais que poderiam revelar mais sobre Hipátia

Inventou um novo e mais eficiente método para fazer grandes divisões

O trabalho de Hipátia era tão importante que ela se converteu na matemática mais importante de Alexandria – e, por extensão, provavelmente na principal matemática do mundo.

Há evidências históricas de que Hipátia fez suas próprias descobertas e inovações. Inventou, por exemplo, um novo e mais eficiente método para fazer grandes divisões. Não havia calculadoras na época, então, qualquer melhora na eficiência era muito bem vinda.

Além disso, Hipátia esteve envolvida na criação do astrolábio, uma espécie de calculadora astronômica que foi usada até o século 19, e o hidroscópio, um aparato para medir líquido. Nesses casos, Hipátia não foi responsável pela invenção, mas foi consultada para projetá-los.

Pintura antiga mostrando o farol de Alexandria

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Alexandria teve um passado glorioso e era um centro intelectual sem igual; porém, foi tomada por enfrentamentos religiosos

Entre pagãos e cristãos

No século 4, ocorreu uma importante transição no Império Romano: de um Estado totalmente pagão a um Estado misto pagão e cristão.

Isso gerou conflitos. E Alexandria, no Egito, estava no centro dessa disputa. Era um lugar onde pagãos, judeus e cristãos compartilhavam o mesmo espaço.

Foi esse conflito religioso que decidiu o destino de Hipátia. Para entender o final da história, é preciso conhecer outros dois personagens históricos: Orestes e Cirilo.

O prefeito imperial de Alexandria era Orestes, um cristão tolerante com outros grupos religiosos. Já o bispo da igreja de Alexandria era o patriarca Cirilo, um homem nada tolerante – uma das primeiras medidas que tomou após assumir o cargo foi fechar à força um grupo cristão que considerava herege.

Os dois acabaram travando uma batalha por Alexandria. E é este o contexto do assassinato de Hipátia.

Cirilo

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Cirilo é considerado um santo pelas Igrejas Católica, Ortodoxa, e Luterana

Uma morte grotesca

Nunca se soube o que exatamente motivou o assassinato de Hipátia.

O que se sabe é que ela era amiga de Orestes. Mas, enquanto ele era um cristão tolerante, Hipátia era uma mulher pagã. Assim, acredita-se que correram rumores de que Hipátia seria uma influência maligna para Orestes, impedindo que ele se convertesse em um "verdadeiro cristão", como era Cirilo.

Fala-se, inclusive, que os conhecimentos astronômicos de Hipátia podem ter acabado agravando ainda mais a situação. Isso porque as observações astronômicas eram fundamentais para se decidir a data da Semana Santa. E, conjectura-se, os cálculos de Hipátia teriam assinalado uma data distinta da que havia sido anunciada por Cirilo, o que pôs a autoridade do bispo em xeque.

Então, conta a História, um grupo de cristãos obstruiu o caminho da carruagem de Hipátia quando ela ia para casa. Ela foi retirada do veículo, arrastada até uma igreja e despida.

Não se sabe se ela foi espancada até a morte ou esfolada viva. Os especialistas acreditam que a segunda hipótese é mais provável. A seguir, esquartejaram seu corpo e o queimaram, em uma simulação grotesca de um sacrifício animal para um deus pagão.

Um fim trágico para uma mulher incrível.

Ilustração representando uma Hipatia imaginada

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Na época, era inusitado que homens adultos viajassem para escutar uma mulher falar, mas isso ocorria com Hipátia



www.bbc.com

CAMPEÃO


 

Animação AGarrochinho


 

MAGIC


 

Sobre o crescimento dos neonazis em Portugal

 


No Expresso de hoje, entre outros títulos e textos, ressalta o trabalho dos jornalistas Hugo Franco e Rui Gustavo acerca de neonazis em Portugal que caíram nas malhas da lei e vão a julgamento por decisão do conhecido juiz Carlos Alexandre. 

São 27 os indiciados a julgar por crimes graves, entre eles existe um guarda prisional. É para admirar que não existam referências notórias e inadmissíveis de envolvidos pertencentes à PSP ou à GNR… Que eles existem é sabido, disso se fala popularmente à boca cheia. 

Estamos para saber quando os altos responsáveis daquela instituição policial decidem passar a pente fino as tão faladas presenças perniciosas de elementos nazi-fascistas-racistas integrados naquela corporação e tomarem as medidas adequadas para que os números de componentes não aumentem, antes pelo contrário, que diminuem até serem irradiados de modo a que não conspurquem aqui e ali, neste e naquele mau exemplo, o valoroso trabalho da maioria dos abnegados profissionais que comprovadamente dignificam a PSP e a GNR.

Retirado do Expresso, deixamos aqui a referência ao inserto no referido jornal sobre o tema. Publicação contida e marcada como artigo exclusivo para assinantes – já não há almoços grátis, como bem sabemos. Mas é pena… (PG) 

“Parto-te a boca, corto-te o pescoço”: Carlos Alexandre leva 27 neonazis a julgamento

Grupo de Hammerskins que espancou negros, comunistas e homossexuais vai ser julgado por tentativa de homicídio, discriminação racial e sexual ou ofensa à integridade física qualificada. Entre eles, há um guarda prisional e neonazis já condenados no processo da morte de Alcindo Monteiro em 1995

O juiz Carlos Alexandre decidiu levar a julgamento 27 elementos dos Portugal Hammerskins (PHS), a fação mais violenta dos skinheads, por 77 crimes, entre eles tentativa de homicídio, discriminação racial e sexual, ofensa à integridade física qualificada, detenção da arma proibida ou roubo. Entre eles, há um guarda prisional e neonazis já condenados no processo da morte de Alcindo Monteiro, em junho de 1995.


paginaglobal.blogspot.com

MOURA - Grupo apelidou líder do Chega de "fascista" e "racista".

 

André Ventura vaiado em comício em Moura


Grupo apelidou líder do Chega de "fascista" e "racista".

Pelo menos 50 pessoas concentraram-se perto do comício de André Ventura em protesto, ontem à noite em Moura.A

Ouviram-se gritos e assobios e o grupo não permitiu as intervenções no palanque, onde decorria a apresentação dos candidatos do Chega ao município de Beja para as Autárquicas 2021

As equipas da Brigada de Intervenção acabaram por dispersar as pessoas. Uma intervenção que, segundo as autoridades, aconteceu apenas por se tratar de uma manifestação não autorizada.

Tragicomic! by Matt Davies


 

A pandemia e a democracia


 Carvalho da Silva



www.jn.pt 


Sabemos, desde o início, que a pandemia não atingiria, como não atingiu, todos os cidadãos em pé de igualdade. O discurso inicial que a catalogava como "democrática" servia o objetivo de submeter os mais atingidos, acantonando-os nas suas desgraças e agravando a sua descrença na democracia.

Foi o primeiro passo de um caminho de agravamento de desigualdades e injustiças. Daqui resultou um enfraquecimento progressivo da democracia.

As medidas de emergência e exceção chocaram, em muitos casos, com direitos e liberdades individuais e coletivas; a garantia de direitos fundamentais por parte do Estado foi posta à prova, nomeadamente na educação, na justiça, na segurança social, na saúde; há setores da economia que multiplicaram lucros, enquanto toda a reparação de prejuízos aos que foram afetados é entregue à responsabilidade do Estado; impuseram-se poderes unilaterais no trabalho que não podem ser a base da estruturação do novo normal; o enfraquecimento da participação cívica e política favorece forças e programas políticos conservadores e fascistas.

A expectativa de uma recuperação económica "imediata" depois da pandemia - por efeito de bazucas milagrosas - que faça tudo voltar ao normal precisa de ser questionada. É perigoso criarem-se expectativas infundadas. Primeiro, o rombo foi muito grande e a sua reparação será prolongada: a recuperação tem de ser feita, por um lado, através da retoma de atividades que tínhamos, mas buscando melhores posições nas cadeias de valor, por outro lado, com reconversões que consubstanciem já respostas a transições em curso, como a climática. Segundo, a recuperação da economia pode ser lenta e apenas parcial, por compromissos com dívidas acumuladas, por ausência de estratégias empresariais e de investimento privado, por excesso de expectativa no investimento público. Terceiro, porque voltar a produzir e vender não é necessariamente o mesmo que distribuir de forma equilibrada os proveitos da produção e das vendas.

As repercussões sociais do recuo da economia ainda não se manifestaram em toda a sua gravidade, e só virão à tona quando os apoios públicos cessarem por completo e a fatura do crédito se fizer sentir. Sendo um facto que a profundidade da crise social está muito para além dos impactos diretos da crise económica, é, contudo, uma ilusão considerar-se possível combater a pobreza com êxito, garantir proteção social digna, travar as desigualdades e o desemprego e evitar a emigração das gerações mais jovens, sem colocar no centro a valorização do trabalho, a melhoria dos salários e a criação de emprego mais seguro e com qualidade.

Alguns governantes, o presidente da República e líderes patronais continuam a impingir-nos aquela ilusão. Persistem em querer deixar a democracia à porta das empresas e dos serviços públicos, em secundarizar o contributo dos sindicatos, quer na vida das empresas e da Administração Pública, quer na construção dos compromissos coletivos em que se suportam as respostas a crises profundas.

Não se admite que continuemos com um profundo desequilíbrio de poderes entre trabalhadores e patrões (ou empresários), sem negociação coletiva a funcionar com equilíbrio e dinâmica, ou com ministros que, por incompetência ou birra, não dialogam com os sindicatos.

A maior luta contra o tempo que temos pela frente é mesmo a de travar o enfraquecimento da Democracia.

*Investigador e professor universitário


PORQUE O EXÉRCITO DOS EUA TENTOU EXTERMINAR O BISONTE ?


 

30 milhões de búfalos selvagens já percorreram o oeste americano. Do México ao Canadá, os bisões povoaram o continente muito antes das pessoas se estabelecerem lá. Os cientistas acreditam que o bisão chegou à América do Norte por meio de uma ponte de terra vinda da Ásia. Como herbívoros, os bisontes se adaptaram às florestas orientais e às Grandes Planícies, recebendo nutrição das ricas gramíneas. Nos Estados Unidos, "bisonte" (Bison bison) e "búfalo" (Bubalus) costumam ser sinónimos, embora bisonte seja o termo preciso do género.


Por que o Exército dos EUA tentou exterminar o bisão?

Pesando até 2.400 libras e medindo cerca de um metro e oitenta de altura, os bisões parecem desajeitados, mas são surpreendentemente velozes. Na verdade, o bisonte pode alcançar até 60 km/h correndo para defender seus filhotes ou quando abordado muito de perto por pessoas. Seus ombros largos permitem que eles fujam na neve profunda e suas cabeças peludas são feitas para empurrar a neve para o lado e alcançar a vegetação abaixo.

A história do búfalo está entrelaçada com a situação dos nativos americanos no oeste americano. Tribos indígenas colonizaram essas mesmas pastagens séculos depois por causa do abundante bisão. Os povos nativos passaram a depender do bisonte para quase tudo, desde comida e roupas até abrigo e adoração religiosa. Eles usavam quase todas as partes do animal, incluindo chifres, carne e pelos da cauda.

Por volta de 1800, quando a população de bisonte rondava umas 5 milhões de cabeças, os nativos americanos aprenderam a usar cavalos para perseguir bisontes, expandindo drasticamente seu alcance de caça. Mas então os caçadores e comerciantes brancos introduziram armas no Ocidente, matando outros milhões de búfalos por suas peles.

Em meados do século 19, até mesmo os passageiros dos trens atiravam em bisontes por desporto. "Buffalo" Bill Cody, que foi contratado para matar bisontes, matou mais de 4.000 em dois anos. "Bison" era a peça central de seu Wild West Show, que fez muito sucesso tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, destilando a empolgação do Ocidente para aqueles que tinham pouco contato com ele.

Por que o Exército dos EUA tentou exterminar o bisão?




Para piorar as coisas para os búfalos selvagens, alguns funcionários do governo dos EUA destruíram ativamente os bisontes para derrotar seus inimigos nativos americanos que resistiram à conquista de suas terras por colonos brancos. Os comandantes militares americanos ordenaram que as tropas matassem búfalos para negar aos nativos americanos uma importante fonte de alimento.

Na tentativa de empurrar as tribos indígenas para as reservas durante a última parte de 1800, o plano do Exército para subjugar as tribos de caçadores-coletores do oeste americano envolvia essa ideia pouco ortodoxa, mas não bem pensada: destruir seus recursos.

No momento em que a fronteira estava desaparecendo, o governo dos EUA e o Exército dos EUA estavam cheios de veteranos da Guerra Civil, que viram a vitória nos campos de batalha ao destruir os escassos recursos da Confederação. O trio que conseguiu a destruição final dos Exércitos Confederados, o presidente Ulysses S. Grant, o general Philip Sheridan e o general William Techumseh Sherman, elaboraram um plano para fazer o mesmo com as tribos indígenas no Ocidente.

Os índios não tinham fazendas, fábricas ou portos de embarque, no entanto. Se o fizessem, o Exército dos EUA estaria menos inclinado a arquitetar a destruição das tribos. Seu objetivo era tirar os bandos errantes de tribos nativas das planícies e colocá-los em arados, onde parariam de assediar colonos, destruir ferrovias e linhas telegráficas e parar de matar soldados.

s.



Em 1868, os enormes rebanhos de búfalos que antes perambulavam pela América do Norte haviam se reduzido a dois rebanhos gigantes, mas as tribos ainda dependiam deles para tudo. A liderança do Exército reconheceu que a destruição dos rebanhos era o único meio de controlar a população nativa. Embora o Exército nunca tenha adotado oficialmente uma política de abate de bisontes, eles o fizeram. A ordem era matar bisontes de forma descriminada.

- "Cada búfalo morto é um índio morto", disse o coronel Richard Dodge sobre o massacre. - "Matem todos os búfalos que puder."

Por que o Exército dos EUA tentou exterminar o bisão?

Na mesma época os colonos brancos dos Estados Unidos aderiram uma crença cultural conhecida como "Doutrina do Destino Manifesto", que dizia que os colonizadores americanos deveriam se expandir pela América do Norte. Ela expressava a crença de que o povo americano foi eleito por Deus para civilizar o seu continente.

O quadro "Progresso Americano" (abaixo), de 1872, de John Gast, é uma representação alegórica do manifesto. Na cena, uma mulher angelical, algumas vezes identificada como Colúmbia -uma personificação dos Estados Unidos do século XIX-, segura um livro escolar, enquanto guia a civilização para o oeste, com colonos americanos, instalando cabos telegráficos, enquanto, por outro lado, povos nativos e animais selvagens são afugentados.

Por que o Exército dos EUA tentou exterminar o bisão?

Então, eles criaram uma solução exclusivamente americana, promovendo uma solução baseada no mercado para a destruição dos rebanhos. O plano seria aumentar o preço da pele de bisonte e baixar o dos cartuchos para os populares rifles de caça da época. Poderia ser um grande negócio, e foi. Matar bisontes era uma alternativa mais barata à pecuária.

Empresários que caçavam peles dizimaram o que restava dos rebanhos, tirando o que ia vender e deixando a carne apodrecer nas planícies. Em apenas alguns anos, o bisonte estava em risco de extinção e o governo não fez nada para protegê-los. Na virada do século 20, restavam apenas 541.

Por que o Exército dos EUA tentou exterminar o bisão?

No final, o plano funcionou. As tribos mais afetadas pelo plano de Sheridan, os Kiowa, Comanche, Cheyenne e Arapaho, foram eventualmente forçados a entrar em suas reservas conforme suas fontes de alimento diminuíam. Visto que o bisonte era tão importante para sua sociedade, as tribos também se tornaram fortemente dependentes do governo dos EUA para alimentos e outros suprimentos.

Por que o Exército dos EUA tentou exterminar o bisão?

Em 1905, o zoólogo William Hornaday formou a Sociedade Americana do Bisão para recriar mais rebanhos selvagens. O presidente Theodore Roosevelt persuadiu o Congresso a estabelecer várias reservas de vida selvagem e, com a ajuda de um grupo de proprietários privados de bisõntes, a Sociedade conseguiu estocar uma série de reservas e parques. Essa organização complementou o rebanho existente de cerca de 20 bisontes que viviam no recém-formado Parque Nacional de Yellowstone.

Por que o Exército dos EUA tentou exterminar o bisão?

Até 1967, o número de bisontes era controlado pelo parque e sua população limitada a 397. Depois daquele ano, o Serviço Nacional de Parques adotou uma nova política de manejo mínimo, e nenhum abate ou controle de doenças foi feito. A população aumentou, chegando a mais de 4.000 na década de 1990. Hoje, o rebanho de Yellowstone flutua entre 4.000 e  5.500 animais. É considerado por muitos como o último rebanho de bisontes errantes dos Estados Unidos.

Atualmente, existem mais de 500.000 bisontes em toda a América do Norte, embora a grande maioria deles seja criada em fazendas para fins comerciais, principalmente para carne, peles e crânios.

Por que o Exército dos EUA tentou exterminar o bisão?

www.mdig.com.br