O presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) disse hoje ser “urgente” a criação de novas medidas de apoio às empresas, avisando que as existentes estão “gastas” já que foram desenhadas para três ou seis meses.
Falando aos jornalistas no final de uma audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, Francisco Calheiros precisou ser “urgente” haver “novas medidas de apoio à economia e às empresas”, porque estas estão a ficar “exaustas” e sem reservas, devido ao prolongamento da situação pandémica.
O presidente da CTP reconheceu que o Governo colocou no terreno medidas “muito importantes”, mas sublinhou que estas que “estão ultrapassadas” e “gastas”. “Todas as medidas que tivemos foram desenhadas para três e seis meses. No mês que vem fazemos um ano e não vai parar”, referiu Francisco Calheiros.
Além desta preocupação, a CTP aproveitou a audiência com Marcelo Rebelo de Sousa para falar da necessidade de as moratórias fiscal e financeira serem prolongadas e da criação de medidas de recapitalização das empresas.
“Não podemos continuar a ter empréstimos em cima de empréstimos. São essenciais medidas de capitalização e de apoios a fundo perdido”, disse, acrescentando ter também transmitido ao Presidente da República a preocupação da CTP com o facto de as grandes empresas terem sido até aqui excluídas da generalidade dos apoios criados para fazer face ao impacto da pandemia.
“Não percebemos porque não podem ter apoios, costuma-se dizer que ‘grande é a nau, grande é a tormenta’”, disse, atribuindo esta discriminação a uma visão ideológica.
Durante esta audiência com o Presidente da República a CTP apontou ainda o impacto que os números da pandemia de covid-19 têm tido na imagem e reputação do país, assinalando que muitos turistas escolhem Portugal pela questão da segurança.
“Esse é um critério que muitos turistas colocam à frente do preço, mas a segurança não é apenas de pessoas e bens e bens, é também de segurança sanitária. E neste momento o que é que os nossos clientes veem? Veem exatamente as mesmas noticias que nós, que somos o país que há muito pouco tempo era infelizmente o primeiro do ‘ranking’ quer em número de mortes quer de infetados”, disse.
Neste contexto, manifestou o seu receio de que, quando os corredores turísticos abrirem, as pessoas se lembrem deste cenário e que o país demore a recuperar depois de em 2020 ter visto a atividade turística recuar para níveis de 1993, um recuo de 27 anos que Francisco Calheiros classificou de “impensável”.
Marcelo Rebelo de Sousa começou hoje a ouvir os parceiros sociais, sendo esta a primeira vez que o faz desde que foi reeleito no cargo.
Além da CTP, o Presidente da República recebe hoje o secretário-geral da UGT e o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). Na quinta-feira recebe a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) e a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a secretária-geral da CGTP.
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