AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "COMO UM CLARIM DO CÉU"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

sábado, 13 de fevereiro de 2021

Isabel Camarinha: Concertação social intensificou-se mas problemas persistem



 


jornaleconomico.sapo.pt 


“Houve de facto uma atividade intensiva, com grande número de reuniões de concertação social, mas a maior parte delas foram para dar parecer sobre intenções já concretizadas pelo Governo”, disse referindo-se às medidas excecionais criadas para fazer face aos constrangimentos económicos relacionados com a pandemia da covid-19.

No entanto, segundo a sindicalista, a CGTP participou sempre nas reuniões da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS) intervindo com o objetivo de defender os interesses dos trabalhadores, questionando as medidas que considerava incorretas ou desequilibradas e exigindo alterações.

“Realizaram-se muitas reuniões de concertação porque foram tomadas medidas quase diariamente para acompanhar a situação [resultante da pandemia] e também porque o Governo teve de corrigir medidas incorretas, muitas vezes a nosso pedido”, disse.

Apesar do diálogo e dos apoios criados para trabalhadores e empresas durante a crise causada pela pandemia, “os trabalhadores estão a passar grandes necessidades”, segundo Isabel Camarinha, porque as medidas são insuficientes.

A líder da CGTP referiu como exemplo o caso das pessoas que estão em teletrabalho, normalmente mulheres, e que ao mesmo tempo têm que cuidar de filhos pequenos, porque não têm acesso aos apoios financeiros que são atribuídos às famílias que têm de faltar ao trabalho para ficar com as crianças, devido ao encerramento das escolas.

“Não compreendemos como é que o Governo insiste nisto, é mesmo só por uma questão de poupança. Pois é completamente incompatível conciliar o teletrabalho com o tomar conta de uma criança pequena. Mas isto tem de ser resolvido pois milhares de pais estão nesta situação”, disse.

A secretária-Geral da CGTP prometeu que a central irá continuar a bater-se, junto do Governo, na concertação social ou na rua por resolver os problemas dos trabalhadores.

“Tivemos que nos adaptar a esta fase de pandemia e fazer o que é necessário para defender os direitos dos trabalhadores e melhorar as suas condições de vida”, afirmou.

Apesar dos constrangimentos relacionados com a covid-19, a CGTP tem conseguido mobilizar os trabalhadores para ações de luta e, por isso, tem marcada para dia 25 uma jornada nacional de luta que irá decorrer por todo o país.

“Temos feito o que é necessário para mobilizar os trabalhadores e tivemos muitas novas sindicalizações em 2020, porque os trabalhadores sentem necessidade de recorrer aos sindicatos e de se organizarem coletivamente”, afirmou Isabel Camarinha.

Liderança feminina da CGTP reflete “realidade sindical”

Isabel Camarinha foi eleita há um ano secretária-geral da CGTP, tornando-se a primeira mulher na liderança da central, o que para a sindicalista é um reflexo do crescimento do número de mulheres no movimento sindical.

“O facto de eu ter sido eleita como primeira secretária-geral da CGTP foi uma opção […], mas a ação sindical mantém-se no mesmo caminho que que tem sido percorrido ao longo de 50 anos. Do ponto de vista da afirmação e de dar maior visibilidade ao aumento da participação das mulheres em cargos de maior responsabilidade […], acho que é importante”, disse Isabel Camarinha em entrevista à agência Lusa.

A sindicalista reconheceu a importância de ter sido escolhida para liderar a Intersindical “tendo em conta o número cada vez maior de mulheres no mercado de trabalho e nos sindicatos”.

“Sindicalizam-se mais mulheres, são eleitas mais mulheres para delegadas sindicais ou para ógãos de sindicatos, o que significa que há um aumento da participação das mulheres na vida sindical, reflexo também da maior presença das mulheres no mercado de trabalho”, afirmou Isabel Camarinha, lamentando que as mulheres ainda não estejam numa posição de igualdade, nomeadamente ao nível dos salários e das carreiras, o que “precisa de ser corrigido”.

Isabel Camarinha, que tem 60 anos, foi eleita secretária-geral da Inter no XIV congresso da central que se realizou em 14 e 15 fevereiro de 2020, sucedendo a Arménio Carlos.

Nos quatro anos anteriores tinha presidido à Federação dos Sindicatos do Comércio e Serviços.

Embora já estivesse habituada ao trabalho sindical, às reuniões negociais e aos protestos de rua, Isabel Camarinha passou a ter uma agenda completamente preenchida, mesmo em tempo de pandemia.

De norte a sul do país, de Braga ao Algarve foram muitos os plenários, as concentrações ou desfiles em que esteve presente, em solidariedade para com os trabalhadores que procuravam respostas para os seus problemas.

A secretária-geral da CGTP lembrou à Lusa a situação difícil em que estão os trabalhadores da hotelaria, com quem esteve no Algarve, os trabalhadores da refinaria de Sines ou de Matosinhos, em cujas lutas pelo emprego também participou.

Também não recusou o convite dos vidreiros da Marinha Grande e participou num desfile evocativo do 18 de janeiro.

“Para os trabalhadores é muito importante contarem com a nossa participação, com a nossa solidariedade. E a CGTP está onde tem de estar, ao lado dos trabalhadores nas suas lutas e ações”, explicou.

Exemplo do seu novo e atarefado quotidiano, foi o dia 10 de dezembro, em que Isabel Camarinha esteve de manhã em Leça do Balio com os trabalhadores da Super Bock, foi ao porto de Leixões ao início da tarde e ao fim da tarde esteve numa concentração com os trabalhadores do grupo Global Media, vítimas de despedimento coletivo.

Ao longo do ano passado a sindicalista participou ainda nos congressos de várias das uniões distritais da CGTP e em reuniões de órgãos e de estruturas da central, sempre com o mesmo espirito e objetivo: contribuir para melhorar as condições de vida dos trabalhadores e tomar conhecimento das realidades setoriais e distritais.

“É esse o meu objetivo, conseguir servir o melhor possível os interesses dos trabalhadores”, afirmou a sindicalista.

Sem comentários:

Enviar um comentário