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sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Morreu o fadista Carlos do Carmo


 

24.sapo.pt 


Carlos do Carmo é um dos mais reconhecidos, premiados e aclamados fadistas de sempre. A “Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX”, descreve-o como uma “figura marcante no estabelecimento de mudanças na tradição fadista", sendo uma das “suas maiores referências, com reconhecimento nacional e internacional”.

Nascido em Lisboa, em 21 de dezembro de 1939, Carlos do Carmo despediu-se dos palcos em 2019.

Cantou no Olympia e no Auditório Nacional, em Paris, no Le Carré, em Amesterdão, no Place des Arts, em Montreal, no Canadá, nas óperas de Frankfurt e de Wiesbaden, na Alemanha, no 'Canecão', no Rio de Janeiro, e no Memorial da América Latina, em S. Paulo, no Brasil, no Royal Albert Hall, em Londres, entre muitas outras salas. A última vez que pisou um palco foi em novembro de 2019, com um último concerto no Coliseu de Lisboa.

Sublinhando que a saída “é só de cena, dos palcos”, Carlos do Carmo, em entrevista à agência Lusa, afirmou que a decisão “não foi difícil” de tomar, “foi pensada” e "este era o momento”.

“Tomei-a no ano passado. São 57 anos a cantar, quase no mundo inteiro. São poucos os países onde não cantei. Foi muita viagem, [foram] muitos hotéis, muitos palcos, é muita coisa e é uma altura boa de acalmar. E como gosto muito de ouvir cantar bem, ainda me vou desforrar a ouvir quem canta bem”, disse o fadista à Lusa.

“Quem fizer uma carreira como eu fiz -- e há gente da nova geração, felizmente, que a está a fazer --, com ar paternalista, recomendo: 'cuidado com a tua saúde, vai, faz, tens todo o direito, quanto há vento é que se molha a vela, mas muito cuidado com a tua saúde, estas coisas da saúde não avisam e quando tu estiveres mal é que vais ver que o esforço é inglório'”, disse.

Com um percurso de mais de 50 anos, Carlos do Carmo foi reconhecido, em 2014, com um Grammy Latino de carreira, o que lhe valeu igualmente o Prémio Personalidade do Ano – Martha de la Cal, da Associação Imprensa Estrangeira em Portugal.

Em 2015, recebeu a "Grande Médaille de Vermeil" da cidade de Paris, "a mais alta distinção" da capital francesa, e, um ano depois, foi-lhe atribuído o título de Grande-Oficial da Ordem do Mérito, da Presidência da República.

Em 2013, quando celebrou 50 anos de carreira, editou o álbum “Fado é amor”, que gravou em duo com vários fadistas, entre os quais Ricardo Ribeiro, Camané, Mariza, Raquel Tavares e Marco Rodrigues.

(em atualização)


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