O famoso “maxilar dos Habsburgos” tem a ver com o empobrecimento do material genético dentro dessa família, segundo um estudo agora publicado
Os reis da dinastia Habsburgo, entre os quais Felipe IV (III em Portugal), que governou Espanha e Portugal entre 1621 e 1640, são conhecidos por um tipo de rosto muito particular, com o nariz a apontar para baixo e o "maxilar de Habsburgo" - uma condição que corresponde ao que a ciência designa por prognatismo mandibular, com o maxilar inferior avançado em relação ao de cima. Há muito se pensava que esse aspeto distintivo teria a ver com efeitos da consanguinidade que era comum entre os Habsburgos, para manter o património na família. Um estudo agora publicado na revista Annals of Human Biology parece confirmar a hipótese.
No estudo, os rostos de 15 monarcas, tal como apareceram em 66 retratos antigos conservados nalguns dos maiores museus do mundo, foram analisados por 10 cirurgiões maxilo-faciais. Ao mesmo tempo, calculou-se o fator de consanguinidade em cada um dos monarcas. O último monarca da dinastia, Carlos II, que era doente e raquítico, tinha um fator de 0,25, o que significa que ele herdou dos seus pais formas idênticas de 25 por cento dos seus genes, prejudicando a sua 'boa forma' genética.
"A dinastia Habsburgo foi uma das mais influentes na Europa, mas tornou-se famosa pela consanguinidade, o que acabou por levar à sua queda. Mostramos pela primeira vez que existe uma clara relação positiva entre a consanguinidade e o aparecimento do maxilar de Habsburgo", diz o autor principal do estudo, Ramon Vilas, citado pela scitechdaily.com
Notando que, mesmo não estando em causa famílias com importância histórica, a consanguinidade permanece frequente nalgumas zonas do mundo ou entre certos grupos étnicos, Vilas diz que isso mostra a relevância mais ampla do estudo: "A dinastia Habsburgo serve como uma espécie de laboratório humano para os investigadores o fazerem, dado o elevado grau de consanguinidade".
expresso.pt
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