Os mais ricos já conseguiram recuperar o que tinham antes da crise, mas o mesmo não se pode dizer dos restantes grupos de cidadãos. Dados dos Inquéritos à Situação Financeira das Famílias de 2010 (pré-crise), 2013 (pico da crise) e 2017 (pós-crise), divulgados pelo Jornal de Negócios, mostram que os 20% da população correspondentes aos mais ricos do país recuperaram a liquída que tinham antes da crise. Por outro lado, os 20% mais pobres são os que menos recuperaram.
Os mesmos inquéritos, realizados pelo INE e Banco de Portugal, revelam ainda que os 10% mais ricos viram a riqueza líquida mediana aumentar 2% entre 2010 e 2017. Saltando para a faixa dos que estão entre os 10 e os 20% mais ricos, o valor sobe para 2,3%.
No outro extremo da população, junto dos 20% mais pobres verifica-se uma redução de 42,5% da riqueza líquida mediana entre o pré e o pós-crise: passou de 1600 euros em 2010 para 900 euros em 2017 (menos de 0,2% da riqueza líquida dos mais ricos).
A mesma publicação indica que números como estes sugerem que uma desta população tem riqueza líquida negativa, ou seja, as dívidas são maiores do que os activos.
Olhando para a classe média (baixa, média e média-alta), percebe-se que também não houve uma recuperação total, embora não seja tão flagrante. Face aos níveis de 2010, a riqueza líquida encontra-se entre 5 e 6% abaixo.
Comentário associado:
Neste momento assisto há maior injustiça social que jamais vivi! Os super-ricos cada vez mais ricos, a classe média continuadamente atacada e as classes mais baixas no limite da sobrevivência! Estamos a regredir socialmente, com muitos ignorantes a bater palmas às esmolas atiradas a uns quantos.
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