André Ventura chegou ao Parlamento com um discurso simples e demagógico contra o "sistema", mas sem nunca avançar muito sobre o seu próprio programa.
O currículo de Ventura é duvidoso para quem se diz antissistema. A sua ascensão está entre o obscuro sistema do futebol e o sistema político do PSD.
Apoiou a troika, foi eleito para a direção do PSD na lista encabeçada por Sérgio Azevedo, o deputado apanhado a entregar documentação interna do Parlamento a responsáveis do Benfica e que visitou a China levado pela Huawei.
Ventura foi candidato à Câmara de Loures em 2017 por uma coligação PSD/CDS, que o CDS rompeu devido ao seu discurso xenófobo, mas Passos apoiou-o. Em 2018, a polícia apanhou Sérgio Azevedo a instruir empresários sobre contratos com uma Junta de Freguesia em Lisboa.
É o início da operação policial "Tutti-Frutti", que investiga autarcas, entre eles a vereação de Ventura, por desvio de dinheiros públicos, tráfico de influências e branqueamento de capitais.
Atrás de um falso discurso de moralismo e ordem, Ventura esconde, para além do seu passado, o seu próprio programa eleitoral. Quis mesmo apagá-lo do seu site.
Quais são, afinal, as propostas do Chega?
Impostos: baixar o IRC às grandes empresas, isentar mais-valias e dividendos, uma taxa de IRS igual para um milionário ou para quem recebe o salário mínimo. José Berardo não pediria mais.
Serviços públicos, um lema: "Ao Estado não compete a produção e distribuição de bens e serviços, sejam esses serviços de educação ou de saúde, ou sejam os bens vias de comunicação ou de transporte". Em suma, o fim do Estado social e da contratação sem termo pelo Estado.
Ensino Superior: privatização das universidades e instituição do cheque-ensino, com propinas diferenciadas de acordo com os cursos que o Chega considera úteis ou não.
Saúde: uma "dupla privatização-cheque saúde", com gestão privada de hospitais públicos e o princípio do utilizador-pagador complementado com cheque-saúde.
Educação: extinção do Ministério, passagem do património para os privados, cheque-ensino.
Trabalho: maior flexibilização laboral com redução de "salários, restrições legais (...), contribuições para a
Segurança Social e custos de despedimento".
Proteção social: fim da proteção social universal e obrigatória, com passagem para o privado das funções sociais. Trabalho comunitário para quem recebe o subsídio de desemprego.
Transportes: privatização de todas as empresas.
Não se deixe enganar: privatizar, acabar com os serviços públicos e substituí-los por negócios privados financiados pelo Estado, precarizar o trabalho e proteger os privilégios da elite financeira e económica. É este o programa de André Ventura para favorecer o pior do sistema.
O currículo de Ventura é duvidoso para quem se diz antissistema. A sua ascensão está entre o obscuro sistema do futebol e o sistema político do PSD.
Apoiou a troika, foi eleito para a direção do PSD na lista encabeçada por Sérgio Azevedo, o deputado apanhado a entregar documentação interna do Parlamento a responsáveis do Benfica e que visitou a China levado pela Huawei.
Ventura foi candidato à Câmara de Loures em 2017 por uma coligação PSD/CDS, que o CDS rompeu devido ao seu discurso xenófobo, mas Passos apoiou-o. Em 2018, a polícia apanhou Sérgio Azevedo a instruir empresários sobre contratos com uma Junta de Freguesia em Lisboa.
É o início da operação policial "Tutti-Frutti", que investiga autarcas, entre eles a vereação de Ventura, por desvio de dinheiros públicos, tráfico de influências e branqueamento de capitais.
Atrás de um falso discurso de moralismo e ordem, Ventura esconde, para além do seu passado, o seu próprio programa eleitoral. Quis mesmo apagá-lo do seu site.
Quais são, afinal, as propostas do Chega?
Impostos: baixar o IRC às grandes empresas, isentar mais-valias e dividendos, uma taxa de IRS igual para um milionário ou para quem recebe o salário mínimo. José Berardo não pediria mais.
Serviços públicos, um lema: "Ao Estado não compete a produção e distribuição de bens e serviços, sejam esses serviços de educação ou de saúde, ou sejam os bens vias de comunicação ou de transporte". Em suma, o fim do Estado social e da contratação sem termo pelo Estado.
Ensino Superior: privatização das universidades e instituição do cheque-ensino, com propinas diferenciadas de acordo com os cursos que o Chega considera úteis ou não.
Saúde: uma "dupla privatização-cheque saúde", com gestão privada de hospitais públicos e o princípio do utilizador-pagador complementado com cheque-saúde.
Educação: extinção do Ministério, passagem do património para os privados, cheque-ensino.
Trabalho: maior flexibilização laboral com redução de "salários, restrições legais (...), contribuições para a
Segurança Social e custos de despedimento".
Proteção social: fim da proteção social universal e obrigatória, com passagem para o privado das funções sociais. Trabalho comunitário para quem recebe o subsídio de desemprego.
Transportes: privatização de todas as empresas.
Não se deixe enganar: privatizar, acabar com os serviços públicos e substituí-los por negócios privados financiados pelo Estado, precarizar o trabalho e proteger os privilégios da elite financeira e económica. É este o programa de André Ventura para favorecer o pior do sistema.
*Deputada do BE
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