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OCDE revela que um terço das famílias com rendimentos baixos que recorrem ao mercado de arrendamento estão sobrecarregadas com a renda.
Portugal é o país desenvolvido da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) com mais casas por cada mil habitantes.
A conclusão é visível num conjunto de dados recolhidos pela OCDE e analisados pela TSF sobre o mercado da habitação em quase meia centena de países.
Os últimos dados revelam um aumento de 555 fogos por cada mil habitantes em 2010 para 577 em 2017, com Portugal a surgir no topo da lista, muito acima da média (456) dos países com dados recentes disponíveis.
Os países mais perto de Portugal são a Bulgária (558 casas por cada mil habitantes), Espanha (551) e Letónia (550).
Países como os Estados Unidos ou o Reino Unido, por exemplo, têm apenas 421 e 433 fogos por mil habitantes, respetivamente.
Se esquecermos as médias e olharmos para números absolutos, existem em Portugal 5,859 milhões de fogos, sendo que, segundo a OCDE, 12,5% (735 mil) estão vazios.
Os números da OCDE agora revelados também mostram que 11,3% dos portugueses com casa alugada no mercado privado gastam mais do que é aconselhado pelos economistas, despendendo mais de 40% do seu rendimento disponível com a habitação (acima da chamada taxa de esforço recomendada).
A percentagem de famílias sobrecarregadas com custos relacionados com a habitação desce para apenas 4,4% entre quem tem uma casa comprada com recurso a empréstimo bancário.
A percentagem de famílias sobrecarregadas com despesas de habitação dispara, no entanto, entre o o grupo das famílias com menos rendimentos, chegando aos 33,5% entre quem está no mercado privado de arrendamento e aos 26,8% nos que recorreram a empréstimo.
É cada vez mais difícil pagar casa de qualidade
Na curta análise que faz aos dados globais agora divulgados, a OCDE sublinha que em muitos países os custos com a habitação são especialmente "pesados" para as famílias mais pobres.
Se em Portugal as queixas sobre os preços são cada vez mais frequentes, os especialistas da OCDE dizem que a nível internacional estes custos também são os que mais têm subido para as famílias.
As famílias de todos os tipos estão a gastar uma fatia cada vez maior do seu orçamento com a habitação, mas "habitação de qualidade e acessível é cada vez mais difícil de alcançar para as famílias mais vulneráveis, os jovens, as famílias com filhos e os idosos".
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