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De acordo com o último relatório divulgado sobre a evolução da vacinação contra a covid 19, 1.334.338 cidadãos têm a primeira dose da vacina e 579.069 têm a vacinação completa, num total de 2.334.530 doses de vacinas recebidas até 4 de abril de 2021. Isto é, somente 6% da população tem a vacinação completa e 13% tem a primeira dose da vacina. Não se atingiu sequer a vacinação completa de metade das pessoas com mais de 80 anos (apenas 44% tem a vacinação completa e 85% tem a primeira dose).
Foram menos dois milhões de vacinas que o País recebeu no primeiro trimestre em relação ao que estava previsto inicialmente (4,4 milhões de vacinas). As previsões iniciais para o segundo trimestre apontavam para 11,2 milhões de vacinas e as previsões atuais são de cerca de 9 milhões de vacinas, registando-se novamente uma redução no fornecimento face ao que estava inicialmente acordado.
A esta velocidade de vacinação, não é possível cumprir o plano de vacinação contra a covid 19 definido, nem alcançar o objetivo de ter 70% da população adulta vacinada até ao final do verão.
Acresce a isto outro problema. Considerando que a maioria das vacinas que Portugal adquiriu são da Astrazeneca, o processo pode ainda ficar mais comprometido, atendendo às questões que se têm sido suscitadas em relação a esta vacina (cabendo obviamente aos especialistas a avaliação científica e a definição dos critérios de administração da vacina).
Quando a vacinação é assumida como a solução para o combate à epidemia e a proteção da saúde dos cidadãos, exige-se que sejam tomadas medidas para aumentar o número de vacinas disponíveis e vacinar a população o mais rapidamente possível.
A prioridade tem de ser salvar vidas e não salvaguardar os interesses económicos das empresas farmacêuticas.
Não é admissível que perante a situação epidemiológica e havendo soluções para acelerar a vacinação, o Governo Português esteja mais preocupado em não “trair” a União Europeia e em não colocar em causa os lucros destas empresas farmacêuticas, do que proteger a saúde do povo português.
No dia 8 de abril, será discutida uma iniciativa legislativa do PCP que propõe soluções concretas para enfrentar o problema central, que está a impedir a aceleração da vacinação – a falta de vacinas. São soluções que dão resposta às necessidades que se colocam no atual momento, nomeadamente a diversificação da compra de vacinas, reconhecidas pela Organização Mundial de Saúde e que sejam autorizadas pela autoridade nacional do medicamento; a suspensão da validade das patentes com o objetivo de aumentar a produção de vacinas e o investimento na criação de condições para produção de vacinas em Portugal.
São soluções exequíveis. Não há nada que impeça o País de tomar esta decisão soberana. O que é preciso é que haja vontade política!
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