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domingo, 15 de março de 2020

Promover a saúde mental em tempos de pandemia – as recomendações da OMS


Num momento em que a COVID-19 foi declarada como pandémica e o governo declarou estado de alerta, é natural um aumento dos níveis de stress e ansiedade da população. Esta é uma fase em que a saúde mental não pode ser desvalorizada e em que devemos continuar a prestar atenção e cuidados a quem sofre de doença psiquiátrica. Para promover a saúde mental, a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu 
recomendações que adaptamos para este texto.
Em primeiro, importa salientar que a COVID-19 não é exclusiva de nenhuma etnia ou nacionalidade. É preciso ajudar quem foi afetado pela doença ou está de quarentena, sem qualquer discriminação. Proteja-se a si e aos outros, mas dê-lhes também apoio, principalmente aos mais necessitados e aos que não se podem deslocar.
Evite ler, ouvir ou ver notícias que o deixem ansioso ou angustiado. Por estes dias têm sido partilhadas inúmeras informações falsas e alarmistas que não ajudam as autoridades e que espalham o medo e o pânico entre as pessoas. Não partilhe informações que não estejam confirmadas e não confie nos meios de comunicação social que reiteradamente fomentam notícias com base em rumores não confirmados.
Procure apenas informação para se proteger a si e aos seus. A constante atualização noticiosa e a atenção mediática podem criar preocupação em qualquer pessoa, pelo que se aconselha a uma recolha de informação em intervalos maiores e através de fontes oficiais, como a Organização Mundial de Saúde, a Direção-Geral da Saúde ou os comunicados dos órgãos oficiais – o que permitirá evitar ler rumores e ter apenas os factos oficiais.
Partilhe histórias positivas. As histórias positivas e o trabalho de quem ajuda diariamente as pessoas afetadas pela COVID-19 devem ser reconhecidas e partilhadas. É importante noticiar que já há milhares de casos tratados com sucesso em todo o mundo.
É normal que os profissionais de saúde também se sintam stressados com esta situação. Isto não significa que não consigam fazer o seu trabalho ou que sejam fracos. Durante este período é fundamental gerir o stress e o bem-estar psicossocial, bem como a saúde física – pelo bem dos profissionais e também dos pacientes.
A difusão de mensagens simples e claras é fulcral na relação entre os profissionais de saúde e a sociedade. Nesta fase crítica, a comunicação com a comunidade é importante para esclarecer e disseminar boas práticas no controlo do contágio. É fundamental que não se divulguem informações não confirmadas e/ou não oficiais. É também crucial que os grupos que reúnem profissionais no Facebook, Whatsapp e em outras plataformas sejam efetivamente locais de entreajuda no esclarecimento de dúvidas de forma racional.
As crianças não devem ser esquecidas. Além das boas práticas recomendadas para todos, é importante encontrar formas positivas de expressão de sentimentos como o medo ou a tristeza. Atividades criativas como desenhar ou jogos com a família mais próxima podem facilitar a comunicação entre pais e filhos e criar um ambiente seguro. Nesta situação é provável que as crianças exijam maior atenção da família, pelo que deve ser-lhes explicado o que devem fazer e ensinar boas práticas para reduzir a transmissão da doença, bem como explicar os seus sintomas.
A manutenção das rotinas familiares é importante, especialmente se as crianças estiverem confinadas a casa. Mesmo com todas as restrições de contacto social, importa promover interação com outras pessoas através de chamada telefónica ou de aplicações online.
As pessoas em isolamento devem manter os seus contactos sociais, seja online ou por telemóvel. Mesmo nesta situação, as pessoas devem manter a sua rotina, como horários de acordar ou de refeições. Comer de forma saudável e fazer exercício físico dentro dos constrangimentos recomendados pelas autoridades de saúde também são importantes nestes períodos de stress.
As situações de ansiedade e stress, em momentos como o que vivemos atualmente, são normais – é preciso colocá-las em perspetiva. As autoridades de saúde pública e os especialistas em todo o mundo estão a trabalhar para assegurar a disponibilidade dos melhores cuidados de saúde para todos os afetados.
No fim da pandemia, sairemos desta crise mais fortes e com um enorme capital de aprendizagem coletiva para o futuro.
Pedro Morgado (Psiquiatra e professor na Universidade do Minho) e Tiago Ramalho (Escola de Medicina da Universidade do Minho
)

expresso.pt

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