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É oficial, Portugal vai entrar em fase de mitigação da pandemia covid-19 a partir das primeiras horas de quinta-feira. Quer isto dizer que o país deixou de ser capaz de conter a propagação do vírus. O novo coronavírus está instalado na comunidade e a espalhar-se.
O alerta foi feito ao início da tarde pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa diária para divulgação do boletim sobre a evolução da pandemia.
Agora, com as medidas de contenção a revelarem-se incapazes de evitar a infeção de um número crescente de portugueses, o sistema de saúde vai preparar-se para dar resposta à pior fase da pandemia.
Para já, a prestação de cuidados deixa de estar centralizada nos hospitais, passando a incluir também os cuidados primários. Em cada Agrupamemto de Centros de Saúde terá de existir uma área dedicada à covid-19. Ainda assim, o Governo pede à população que “preferencialmente contacte a linha SNS24” antes de deslocar-se aos centros de saúde.
Com o aumento esperado do número de infetados e o reforço da capacidade para realizar testes de despiste ao vírus, o diagnóstico da infeção passará a ser tendencialmente clínico, pelos sintomas, dispensando progressivamente a validação dos médicos da Linha de Apoio ao Médico libertando-os para a prestação de cuidados nas unidades de saúde.
Serão mais os portugueses infetados, a maioria com sintomas ligeiros e, assim, com indicação para ficarem em casa sob vigilância ativa das autoridades de saúde. Para apoiar as equipas dos centros de saúde nesta tarefa, o Governo anunciou também esta terça-feira que está a ser preparada uma ferramenta de apoio.
E no dia em que o Governo prepara o país para uma propagação maior do vírus, a Direção-Geral da Saúde revela que o ritmo de crescimento da infeção ficou abaixo do revelado ontem e muito aquém da taxa dia diária de quase 40%. Parece incompatível um aumento inferior do número de infetados e a entrada do país em fase de mitigação mas não é. O que a nova fase significa é que já não é possível estabelecer cadeias de transmissão sobre quem infetou quem. O vírus passou a estar em todo o lado.
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